segunda-feira, 3 de setembro de 2012

OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Escola Municipal de Ensino Fundamental Francisco Sales de Carvalho
Educar Para Construir um Futuro

CRÔNICAS OBTIDAS NO FINAL DAS OFICINAS
(2012)


O Causo da Saúde

Sabe-se que a saúde em Jijoca não é das melhores tão quanto do povoado que moro. O posto de saúde do Córrego da Forquilha II está situado na zona rural, perto da Escola Francisco Sales, no trecho que vai para a creche, um pouco próximo de minha casa. Imagine só, o atendimento só acontece duas vezes por semana, 2ª feira o dia todo e 3ª somente à tarde, isso é horrível! Se uma pessoa adoece, o que fazer? Se não há atendimento nos outros dias!

O caso é bem complicado, pois se você sente uma dor de dente não tem como medicar, logo não tem dentista. O único que atendia foi embora em março. E ainda não veio outro assumir seu lugar. Se não me falho a memória o município só dispõe de um único dentista. A demanda de pacientes para tratamento dentário cresceu muito e levá-los até a sede do município, ao centro odontológico, é muito burocrático. Lá só atende as pessoas da cidade. O povo que vem do Córrego da Forquilha só é atendido se tiverem encaminhamentos, caso contrário viagem perdida.

Apesar disso, existe outro problema, muitas vezes enfermeiros consultam pacientes sem ter uma habilitação médica para aquela função. Isso ocorre por falta de um profissional especializado na área. E isso é seriíssimo, logo por falta de um conhecimento adequado pode custar caro à vida de uma pessoa. Lembrei-me a história de uma amiga que se consultou com um determinado médico para dor de garganta, sem um diagnóstico adequado quase que custava caro sua vida, pois seu caso era início de uma pneumonia.  

E aí lhe faço uma pergunta: “Você entregaria seu filho nas mãos de um profissional que você não conhece e muito menos sabe de sua formação acadêmica?” Eis a questão, nossa saúde está cada dia mais de mal a pior.

Michele Nirt Araújo Silvestre. Turma: C, 9º Ano, Turno: Tarde. Prof.: Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de Carvalho. Córrego da Forquilha II, Jijoca de Jericoacoara-Ce.

           

            As Consequências das Drogas

Era uma segunda-feira, lá pelas 5 horas da tarde. Eu ia passando quando de repente avistei algo inusitado, um jovem que se escondia por detrás de um pé de cajueiro. Eu tinha certeza que ele ia usar droga. Logo aquele lugar ficava próximo do meu bairro. Este conhecido como Siriguela, localizado no Córrego da Forquilha I. E como já era chamada “Boca de fumo”, local onde eles usavam. Procurava se esconder para poder usá-la, sem ser visto por ninguém.

Rapidamente me escondo para que ele não perceba que está sendo observado. Pois sabemos que muitos são violentos. É bom evitá-los numa hora dessa. Percebo que ele já se encontra bem maluco, pois ficava dando soco no cajueiro. Aquilo era sua diversão. Não havia ninguém para conversar com ele, muito menos para se aproximar. Quando vejo uma situação dessa me entristeço, penso logo em seguida: “é apenas um jovem, só precisa do apoio da família.” Situação como essa me deparo sempre. É horrível não poder ajudá-lo. Logo se você aproximar de um viciado como esse, você fica difamado pela comunidade local e arrisca ficar na mira da polícia. Você simplesmente fica assistindo esses jovens entrar mais e mais neste mundo que só oferecerá para eles a morte. E nada mais. Estes que entram não conseguem mais sair se não tiver a ajuda de alguém. Eles pouco a pouco vão se afundando e afastando as pessoas que os ama. Por fim se ver só.

Diante da situação que presenciei não pude fazer nada, mesmo se eu quisesse não conseguiria, logo trata de um assunto delicado, constrangedor e muito pessoal. Somente a própria família poderia agir, procurando ajuda para poder recuperá-lo. Mas enquanto a ajuda não aparece, envolvê-lo com o esporte seria ideal, assim ocuparia seu tempo com alguma coisa, isso não é a saída, porém torna-se um meio.

Recomendo a você, meu jovem; procure se entreter com coisas úteis que vai no futuro te favorecer. Lembre-se que o mundo vai te mostrar dois caminhos: o do bem e o do mal, a escolha é tua.

Francisco Chaves de Paulo. Turma: A, 9º Ano, Turno: Manhã. Prof.: Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de Carvalho. Córrego da Forquilha II, Jijoca de Jericoacoara-Ce.


            Quanta natureza!
           Os pássaros que aqui cantavam, hoje não mais existem. E a natureza que era imensa e cantarolada, só resta um vazio imenso. Isso está ocorrendo no Córrego da Forquilha III, interior de Jijoca, que fica a 11 km distantes desta cidade. Olho para os manguezais e percebo que estão bem diferentes do que eram no passado. Os animais que havia, hoje pouco resta, a não ser os domésticos que são criados para o consumo. Já os outros, como a raposa, guaxinim, cobras, cutia, peba, tatu e gato do mato quase não se ver mais.   
As plantas nativas o homem local as derruba, usufruindo para seu próprio bem estar, fazendo plantações, queimadas e para o uso de construções de casas. Mas este não teve a iniciativa de replantar, contribuindo assim para o equilíbrio do meio. Na hora que precisar não vai ter mais. Só restarão as marcas da foice e o rastro do homem.
__Você se lembra daquele horizonte verde como a asa do periquito? E agora, onde está ele?” Pergunta ele.  
__ Foi destruído. E hoje resta apenas um pouco – afirmou com convicção.
__ Sei que você sabe de quem é a culpa. E quem continua praticando ainda – reafirmou novamente.
__ Pois é. É o homem.
__ Será que ele não pensa no que fez e no que continua fazendo?
__ Claro que não. Ele está preocupado consigo mesmo. Com o acúmulo de capital, com o seu próprio umbigo. Nem imagina que no futuro isso poderá prejudicá-lo. E quando for querer mudar, já pode ser um pouco tarde.
A única coisa que podemos fazer no momento é começar a consertar o que ainda pode ser consertado. Cada qual fazendo sua parte, assim vai dar tempo de reajeitar o que o homem provocou ao longo do tempo.
E começaremos protegendo os mangues, os caranguejos, no período da desova, as plantas e os animais. Assim, vamos fazendo nossa parte. Agora cabe a você também fazer valer, deixando o pensar antigo e mudando a realidade atual. Sei que podemos modificar, é só uma questão de querer e fazer. Quem corta uma árvore hoje, amanhã poderá chorar.
Francisco Everardo Araújo Barros. Turma: B, 9º Ano. Turno: Tarde. Prof.: Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de Carvalho. Córrego da Forquilha II, Jijoca de Jericoacoara-Ce.


A imprudência dos motoqueiros

Era domingo à tarde, eu estava vendo TV, quando ouço minha mãe chamar:

__ Meu filho vá dar um recado a sua tia.

Para chegar até a casa dela, precisava atravessar o Beco do Edivan, que fica no Córrego da Forquilha III. Passei por lá e olhei que no bar tinha um senhor sentado numa cadeira, vi que ele estava bebendo, pois havia algumas cervejas sobre a mesa. Quando retornei, olho novamente e percebo que aquele homem ofuscado ainda continuava lá, só que muito embriagado.

Minutos depois quando eu já estava em casa, lembrei-me que meu primo queria conversar comigo. Fui até sua casa. Conversávamos tranquilamente quando do nada se ouviu “POW”, foi um estrondo enorme, saímos de casa e vimos que ali havia ocorrido um acidente.

De repente se formou uma multidão de curiosos. Todos tentando ver o que se dera. Assim como os outros também fui vê-lo. Consegui ver três acidentados e ainda percebi que um deles era jovem, e estava muito bêbado.

Na outra moto estavam dois rapazes. Eles iam trabalhar em Jericoacoara. Por sorte tiveram ferimentos leves, mas a sua moto não teve a mesma sorte. Com o impacto da batida a frente ficou totalmente destruída. O bêbado que estava no bar foi atropelado, teve ferimentos graves, por sorte não morreu.

As pessoas que viram a catástrofe, dizem que o jovem dirigia seu veículo velozmente. Ao aproximar do Beco do Edivan foi frear bruscamente, não conseguiu e acabou passando direto pela estrada. Infelizmente colidiu com a outra moto dos rapazes que seguiam para Jericoacoara.

Acidente como esse ocorre de vez em quando nesse trecho, por apresentar curva fechada. As pessoas não se exemplam, continuam batendo na mesma tecla. E isso nos serve de alerta. Se quiseres beber então não dirija.

     Francisco Alex Batista Roque. Turma: C, 9º Ano, Turno: Tarde. Prof.: Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de Carvalho. Córrego da Forquilha II, Jijoca de Jericoacoara-Ce. 


OBS.: Esta crônica foi escolhida pela comissão julgadora escolar (30/08/12).

CRÔNICAS PRODUZIDAS E REEDITADAS AO LONGO DA OLIMPÍADA
OUTROS ALUNOS

Patrimônio Natural

Sempre que abro a porta da cozinha de minha casa, vejo aquela água abundante, azulada da cor do céu, o famoso córrego, que deu nome a minha localidade, Córrego da Forquilha.

Desde pequeno sempre ouvi belas histórias, contada por minha avó, Benedita. Esse rio que aos domingos alegravam a criançada, os jovens e o povo de modo geral, além de dar comida, o peixe, a todos que precisavam. Só que os moradores por ignorar certas ações praticadas por pessoas ignorantes, deixaram que a beleza, a alegria a animação dos finais de semana, chegassem ao fim.

Hoje o córrego encontra-se quase seco e impossível de se banhar, pois suas águas encontram-se poluídas. Recebe das casas vizinhas alguns dejetos, sujeira do lixão que fica próximo, o óleo dos veículos que são lavados, a urina e as fezes de animais. Além de outros tipos de lixo. Mas o peixe ainda é consumido pelo povo do lugarejo.

Afinal de contas, quem foi o responsável por esse triste fato? Como sempre o culpado de tudo que acontece no meio ambiente é o homem. Pois ele só pensa em riqueza e em acumular muitos bens. Não se importa se vai ferir ou magoar alguém. Quantas vezes me deparei com pessoas jogando lixo naquela água limpa, que parecia espelho e, hoje nem para tomar banho serve mais.

Várias atitudes foram e vem sendo tomadas para mudar essa situação. Na minha escola, Francisco Sales de Carvalho, já foram feitas ações de limpeza do córrego, mas a conscientização deve partir de cada um de nós, para que não deixemos acabar esse patrimônio, que é um bem de todos.

Francisco Igor de Sousa Albuquerque. Crônica produzida durante a Olimpíada de Língua Portuguesa. Prof.: Francisco Antônio de Paula Gregório.
9º Ano B (tarde). Escola Municipal de Ensino Fundamental
Francisco Sales de Carvalho, Córrego da Forquilha-
Jijoca de Jericoacoara. Agosto/2012.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado a todos que passarem por esse blog e deixar seu recadinho.