quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

LÍNGUA PORTUGUESA - MEU CADERNO 3

INTERPRETAÇÃO - PRODUÇÃO - GRAMÁTICA

                                                   (Carlos Drummond de Andrade)


AS QUESTÕES ABAIXO ENVOLVEM OS DESCRITORES 1 E 2 DO SAEB/SPAECE
Exercício 01
Leia o texto abaixo.
A MULHER DO VIZINHO

Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.
              O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.
              O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:
              — O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.
             Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:
             — Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?
             O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
             — Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não e gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?
              Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:
              — Da ativa, minha senhora?
              E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:
              — Da ativa, Motinha! Sai dessa...
(Texto extraído do livro "Fernando Sabino - Obra Reunida - Vol.01", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1996, pág. 872. Tudo sobre Fernando Sabino em "Biografias".)

       01. De acordo com o texto, o problema ocorrido entre o general e os filhos do sueco se               deu devido  
(A)  a bola cair no carro do general.
(B)  os meninos passarem o dia jogando futebol.
(C)  ser um conhecido e antipático general do exército.
(D)  o sueco ser um estrangeiro.

       02. No trecho “... outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana.         Morou?” A palavra CANA pode ser substituída por
(A) preso.
(B)  cachaça.
(C)  colmo de várias plantas gramíneas.
(D) sumarento.

       03. No fragmento a seguir: “O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então               que a mulher do sueco interveio: ...” A palavra “INTERVEIO” pode ser substituída por
(A) interferiu.
(B)  acudiu.
(C)  ingeriu.
(D) sobreveio.

        04. De acordo com a leitura do texto, o sueco era um homem
(A) bem parecido e dono de uma grande fábrica de papel.
(B)  tímido, meio descuidado no vestir, porém, humilde.
(C)  culto, avarento e soberbo.
(D) de poucas palavras, porém, gentil.

Leia o texto abaixo:
A pipoca surgiu há mais de mil anos, na América, mas ninguém sabe ao certo como foi. Um nativo pode ter deixado grãos de milho perto do fogo e, de repente: POP! POP!, eles estouraram e viraram flocos brancos e fofos.
Que susto!
Quando os primeiros europeus chegaram ao continente americano, no século 15, eles conheceram a pipoca como um salgado feito de milho e usado pelos índios como alimento e enfeite de cabelo e colares.
Arqueólogos também encontraram sementes de milho de pipoca no Peru e no atual estado de Utah, nos Estados Unidos. Por isso, acreditam que
ela já fazia parte da alimentação de vários povos da América no passado.
Disponível em: <www.recreionline.abril.com.br>

  05. De acordo com esse texto, no século 15, chegaram ao continente americano os
      (A) nativos.
      (B) índios.
      (C) europeus.
      (D) arqueólogos.

Leia o texto abaixo.
NOMEAR

Francisco. Escolha de minha avó. Meu pai nasceu Francisco, nome frequente na família. Tio-avô, tios, primos, compadres e afilhados. Admiração da família por São Francisco de Assis. Nenhum dos Franciscos da família nascidos em 4 de outubro. Nenhum. Nascessem qualquer data: Francisco. Também os que ainda vão nascer: netos, bisnetos... Franciscos. Espera-se. Gregório é sobrenome familiar. Descendência holandesa. Espalhados, a partir de Recife, pelas cidades do Nordeste, os holandeses chegaram ao Vale do Açu, Rio Grande do Norte, e por lá constituíram família em parcerias com os “nativos” (caboclos, índios, negros).
Francisco Gregório, meu pai. Minha avó, muito atenta e participativa, observou que em sua cidade muitos dos principais cidadãos assinavam seus nomes em suas casas comerciais: Açougue Preço Bom de Sebastião da Silva; Farmácia Saudade de Jacinto da Silva; Armazém tem tudo de Josué da Silva; Consultório Médico do Dr. Manoel da Silva; Escritório do Advogado Tenório da Silva etc. Muitos eram os compadres e comadres da Silva. Pois bem, decidido pela minha avó: Francisco Gregório da Silva, inaugurando na família o sobrenome comunitário: Silva.
Francisco Gregório Filho. Lembranças amorosas. SP: GLOBAL Editora 2000.

06. Ao batizar Francisco Gregório da Silva, a avó
(A) resgatou a origem holandesa da família.
(B) homenageou São Francisco, santo de sua devoção.
(C) constituiu família junto aos nativos caboclos.
(D) lançou na família o sobrenome Silva.

 07. Nesse fragmento ... Nascessem qualquer data: Francisco. Também os que ainda vão nascer:             netos, bisnetos... Franciscos. Espera-se. Gregório é sobrenome familiar. Descendência                         holandesa. Espalhados, a partir de Recife, pelas cidades do Nordeste, os holandeses chegaram ao        Vale do Açu, Rio Grande do Norte, e por lá constituíram família em parcerias com os                     “nativos” (caboclos, índios, negros). A palavra destacada pode ser substituída por
                (A) formaram.
                (B) designaram.
                (C) consistiram.
                (D) assumiram.

Leia o texto abaixo.
                                AQUARELA BRASILEIRA
                                        Silas de Oliveira

Vejam esta maravilha de cenário                   Assisti em Pernambuco
É um episódio relicário                                  A festa do frevo e do maracatu.
Que o artista num sonho genial                     Brasília tem o seu destaque
Escolheu pra este carnaval                            Na arte, na Beleza e arquitetura
E o asfalto como passarela                            Feitiço de garoa pela serra
Será a tela do Brasil em forma de aquarela   São Paulo engrandece a nossa terra
Passeando pelas cercanias do Amazonas      Do leste por todo centro-oeste
Conheci vastos seringais                                Tudo é belo e tem lindo matiz
No Pará a ilha de Marajó                                O Rio do samba e das batucadas
E a velha cabana do Timbó.                           Dos malandros e mulatas
Caminhando ainda um pouco mais                De requebros febris
Deparei com lindos coqueirais                        Brasil,
Estava no Ceará, terra de Irapuã                   Essas nossas verdes matas
De Iracema e Tupã.                                       Cachoeiras e cascatas
Fiquei radiante de alegria                              De colorido sutil
Quando cheguei na Bahia                              E este lindo céu azul de anil
Bahia de Castro Alves, do acarajé                 Emolduram em aquarela o meu Brasil.
Das noites de magia do candomblé               Lá...lá...lá...
Depois de atravessar as matas do Ipu           Lá...lá...lá...lá...lá...

08. O título do samba-enredo, “Aquarela Brasileira”, expressa, em relação ao Brasil
(A) a extensão territorial.
(B) a riqueza natural e cultural.
(C) a criatividade do artista.
(D) a alegria do povo.

Observe o quadro abaixo
CÓCCO, Maria Fernandes; HAILER, Marco Antônio. Alp Alfabetização: Análise, Linguagem e Pensamento. São Paulo: FTD, 1995, p. 149.

09. A bicicleta pode ser paga em
     (A) três vezes.
    (B) seis vezes.
    (C) dezoito vezes.
    (D) vinte e seis vezes.

GABARITO DA ATIVIDADE
01. (A), 02. (A), 03. (A), 04. (B), 05. (C), 06. (D), 07. (A), 08. (), 09. (A) 

AS QUESTÕES ABAIXO ENVOLVEM OS DESCRITORES 3, 4 E 5 DO SAEB/SPAECE
 Exercício 02
Leia o texto.
A BONECA GUILHERMINA

Esta é a minha boneca, a Guilhermina. Ela é uma boneca muito bonita, que faz xixi e cocô. Ela é muito boazinha também. Faz tudo o que eu mando. Na hora de dormir, reclama um pouco. Mas depois que pega no sono, dorme a noite inteira! Às vezes ela acorda no meio da noite e diz que está com sede. Daí eu dou água para ela. Daí ela faz xixi e eu troco a fralda dela. Então eu ponho a Guilhermina dentro do armário, de castigo. Mas quando ela chora, eu não aguento. Eu vou até lá e pego a minha boneca no colo. A Guilhermina é a boneca mais bonita da rua. (MUILAERT, A. A Boneca Guilhermina. In: As Reportagens de Penélope. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1997, p. 17. Coleção Castelo Rá-Tim-Bum - Vol. 8. )

   01. No trecho "Mas quando ela chora, eu não aguento" (l. 6), a expressão sublinhada                                significa, em relação à dona da boneca, sentimento de
       (A) paciência.
       (B) pena.
       (C) raiva.
       (D) solidão.

Leia o texto.
       02. A terceira moça foi a escolhida pelo rapaz porque ela
             (A) demonstrou que era cuidadosa e paciente.
             (B) era mais rápida que as outras.
            (C) provou que os últimos serão os primeiros.
            (D) agradou a senhora da história.

Leia o seguinte texto.
O MENINO QUE MENTIA

Um pastor costumava levar seu rebanho para fora da aldeia. Um dia resolveu pregar uma peça nos vizinhos.
- Um lobo! Um lobo! Socorro! Ele vai comer minhas ovelhas! Os vizinhos largaram o trabalho e saíram correndo para o campo para socorrer o menino. Mas encontraram-no às gargalhadas. Não havia lobo nenhum.
Ainda outra vez ele fez a mesma brincadeira e todos vieram ajudar; e ele caçoou de todos.
Mas um dia o lobo apareceu de fato e começou a atacar as ovelhas. Morrendo de medo, o menino saiu correndo.
- Um lobo! Um lobo! Socorro!
Os vizinhos ouviram, mas acharam que era caçoada. Ninguém socorreu e o pastor perdeu todo o rebanho.
Ninguém acredita quando o mentiroso fala a verdade.
BENNETT, William J. O Livro das Virtudes para Crianças. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

03. No final da história, pode-se entender que
     (A) as ovelhas fugiram do pastor.
     (B) os vizinhos assustaram o rebanho.
     (C) o lobo comeu todo o rebanho.
     (D) o jovem pastor pediu socorro.

Faça a leitura não-verbal, após leia os balõezinhos.


 04. No primeiro quadrinho, a Mônica pensou que o lagarto era um desenho. Ao usar a expressão “DA HORA” ela deu a entender que o desenho:
(A) tinha acabado de ser feito.
(B) durava somente uma hora.
(C) era moda entre a turma.
(D) deveria ser usado na hora.

Leia a tirinha abaixo.
05. No último quadrinho, a menina demonstra estar
(A) irritada.
(B) insatisfeita.
(C) curiosa.
(D) assustada.

 Observe a tirinha
   06. O que está sendo criticado nessa tirinha da Mafalda é
        (A) O comportamento de Mafalda.
        (B) A esperteza dos adultos para convencer uma criança.
        (C) Criança deve obedecer aos pais.
        (D) A submissão dos países aos órgãos financeiros internacionais.

      07. Observe bem os textos e a expressão facial da personagem que está segurando o               jornal. Com base nessa observação conclui-se que:

         (A)   A violência não é mais novidade.
         (B)   O jornal é atrativo porque fala de violência.
         (C)   O texto chama a atenção porque fala da violência.
         (D)  A violência é sempre uma novidade.

GABARITO DA ATIVIDADE
01(B), 02. (A), 03. (C), 04. (A), 05. (A), 06. (D), 07. (D).

AS QUESTÕES ABAIXO ENVOLVEM OS DESCRITORES 6, 7 E 8 DO SAEB/SPAECE
Exercício 03
Leia o texto a seguir.
LEITURA SEMPRE

Há fundamentalmente duas maneiras de ler. Uma consiste em “só” ler, ou seja, ler sem anotar, sem analisar explicitamente a construção do texto, os argumentos, certas estruturas etc. um exemplo pode ser a leitura típica que fazemos de romances, de jornais, das revistas semanais. Do romance queremos acompanhar a intriga, o destino das personagens, queremos saber como termina. Nos jornais e nas revistas semanais buscamos as notícias, uma análise “do governo”, uma avaliação de alguns fatos relevantes. Em nenhum desses casos nos detemos em analisar detalhes. (Sírio Possenti)

01. O tema desse texto é
(A) Leitura de sempre.
(B) Maneiras de ler.
(C) Leitura sem análise.
(D) Há duas maneiras de ler.

Leia o poema abaixo.
Amor é fogo que arde sem se ver,           É querer estar preso por vontade;
é ferida que dói, e não se sente;               é servir a quem vence, o vencedor;
é um contentamento descontente,            é ter com quem nos mata, lealdade.
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;   Mas como causar pode seu favor
é um andar solitário entre a gente;           nos corações humanos amizade,
é nunca contentar-se de contente;            se tão contrário a si é o mesmo Amor?
é um cuidar que ganha em se perder.

    02.  Nesse clássico de Luís Vaz de Camões, o autor se propõe a falar sobre
          (A) O amor.
          (B) O sofrimento amoroso.
          (C) A amizade.
          (D) A paixão.

   03. Todo texto, verbal ou não verbal, possui um tema, isto é, um assunto a ser tratado,              analise a imagem abaixo e marque a opção que expressa o tema tratado nela.

             (A)   Desperdício de água.                           
             (B) A torneira aberta derrama dinheiro.
            (C) Desperdício do dinheiro público.       
            (D) Torneiras desmanteladas.

Leia o texto abaixo.
ÁRVORES

       As árvores tornam o ar mais puro e garantem alimento para milhões de pessoas e animais. A madeira é usada nas construções, para fazer móveis e papel. As raízes firmam o solo. Assim, ele não é carregado pela água das chuvas.  Enciclopédia ilustrada do estudante. Globo. (Texto adaptado)  

04. O assunto do texto é
 (A) a madeira das árvores.
 (B) a importância das árvores.
 (C) os animais que se alimentam de plantas.
 (D) as raízes das plantas.

Faça a leitura a seguir com atenção.
ARMADILHAS DA BELEZA

O desejo de ficar com o corpinho em forma para o verão arrasta uma enorme quantidade de pessoas às clínicas de medicina estética. A vontade de tirar aquele pneuzinho ou amenizar a celulite é tamanha que a maioria das pessoas se esquece de perguntar os riscos e as contraindicações dos tratamentos. Um dos mais procurados nesta época do ano – e também um dos mais perigosos – é o bronzeamento artificial. O método já foi inclusive condenado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia por ser um dos responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo aparecimento do câncer de pele.
Pessoas com qualquer tipo de pele podem sofrer as consequências. Mas os que são claros, que têm casos de câncer de pele na família ou que apresentam lesões com chances de se tornar um tumor são mais suscetíveis.
Assim cuidar da pele por bronzeamento artificial tem atraído cada vez mais gente interessada em adquirir um tom de pele que vários dias de praia lhe proporcionam, sem a necessidade de se deslocar de seu local de trabalho. É a moderna tecnologia a serviço da ciência e da beleza do ser humano.
                                                                                                                                                            ISTO É, de 10/12/2003. 
05. O texto defende a tese de que
(A) as pessoas têm vontade de tirar aquele pneuzinho e amenizar a celulite.
(B) o método bronzeamento artificial tem atraído muita gente.
(C) de que há riscos nos tratamentos estéticos, especialmente no bronzeamento artificial.
(D) o desejo que as pessoas têm de cuidar do corpo.

Leia a seguinte “curiosidade”, retirada do Coquetel – Grande Titã, nº 180.
A VELOCIDADE DO CÉREBRO

Quando uma pessoa queima o dedo, a dor é um sinal que o tato envia ao cérebro. Este, por sua vez, transmite outro sinal aos músculos, que reagem afastando a mão do fogo. A velocidade de circulação dessas mensagens surpreende: elas viajam a 385 km/h, mais rápido que um carro de Fórmula 1.

06. Qual tese pode ser identificada nesse texto?
(A) A dor é um sinal que o tato envia ao cérebro.
(B) É surpreendente a velocidade com que o sinal chega ao cérebro.
(C) A reação de se afastar do fogo.
(D) A reação diante de uma queimadura.

Leia o texto abaixo.
O DIABO E A POLÍTICA

Sempre que leio os jornais, lembro uma historinha que nem sei mais quem me contou. Naquela aldeia, todos roubavam de todos, matava-se, fornicava-se, jurava-se em falso, todos caluniavam todos. Horrorizado com os baixos costumes, o frade da aldeia resolveu dar o fora, pegou as sandálias, o bordão e se mandou.
Pouco adiante, já fora dos muros da aldeia, encontrou o Diabo encostado numa árvore, chapéu de palha cobrindo seus chifres. Tomava água de coco por um canudinho, na mais completa sombra e água fresca desde que se revoltara contra o Senhor, no início dos tempos.
O frade ficou admirado e interpelou o Diabo:
_ O que está fazendo ai nesta boa vida? Eu sempre pensei que você estaria lá na aldeia, infernizando a vida dos outros. Tudo de ruim que anda por lá era obra sua – assim eu pensava até agora. Vejo que estava enganado. Você não quer nada com o trabalho. Além de Diabo, você é um vagabundo!
Sem pressa, acabando de tomar o seu coco pelo canudinho, o Diabo olhou para o frade com pena:
__ Para quê? Trabalhando desde o início dos tempos para desgraçar os homens e confesso que ando cansado. Mas não tinha outro jeito. Obrigação é obrigação, sempre procurei dar conta do recado. Mas agora, lá na aldeia, o pessoal resolveu se politizar. É partido pra lá, partido pra cá, todos têm razão, denúncias, inquéritos, invocam a ética, a transparência, é um pega-pra-capar generalizado, eu estava sobrando, não precisavam mais de mim para serem o que são, viverem no inferno em que vivem.
Jogou o coco fora e botou um charuto na boca. Não precisou de fósforo, bastou dar uma baforada e de suas entranhas saiu o fogo que acendeu o charuto:
__ Tem sido assim em todas as aldeias. Quando entra a política eu dou o fora, não precisam mais de mim. CONY, Carlos Heitor, Folha online, 29 de nov. 2005.

07.Qual é a tese defendida nesse texto?
(A) O diabo está por trás de todas as maldades dos homens.
(B) O diabo, além de infernizar a vida dos outros, é vagabundo.
(C) A presença do frade foi capaz de afastar o diabo de sua aldeia.
(D) A política desgraça os homens mais que o diabo.

Leia o texto abaixo.
QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo                         
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili            
que não amava ninguém.                                                         
João foi para os Estados Unidos,                                             
Teresa para o convento,                                                           
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se
e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética.
12ª ed. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1978. p. 136.)

08. O texto defende a tese de que
      (A) as histórias de amor sempre têm final feliz.
      (B) o amor deve ser para sempre.
      (C) o amor é marcado pelo desencontro.
      (D) a liberdade deve ser cultivada nos dias de hoje.

Leia o texto abaixo.
E SE... O DINHEIRO DEIXASSE DE EXISTIR?

Se o mundo decidisse que dinheiro é a causa de todos os males da humanidade e tentasse eliminar a moeda da nossa vida, veria rapidamente que o mundo iria ser bem mais difícil sem ele.
É que o dinheiro surgiu justamente para facilitar a troca entre as pessoas. O escambo, a forma mais rudimentar de comércio, baseada na troca de mercadorias por mercadorias, é um meio trabalhoso e demorado, já que pressupõe uma dupla coincidência de desejos. Imagine que você fabrique remédios e precise comprar
arroz. Para que a troca dê certo de primeira, será necessário achar um agricultor de arroz doente precisando da sua mercadoria. Complicado. Foi por isso que, ao longo da história, mercadorias muito usadas, fáceis de transportar e de dividir se tornaram um meio de pagamento comum. Você poderia, por exemplo, trocar seus
remédios por sal e comprar arroz com parte do arrecadado.
Acabar com a moeda seria voltar no tempo. "Passaríamos mais tempo tentando satisfazer a dupla coincidência de desejos do que produzindo. Dessa forma, o PIB da economia seria drasticamente reduzido", diz Alexandre Schwartsman, do grupo Santander Brasil. Em um mundo onde é preciso ocupar-se com trocas que garantam a sobrevivência, não há tempo para produzir bens sofisticados, como ciência ou cultura. As profissões especializadas acabariam e toda a infraestrutura existente, como estradas, portos e ferrovias, seria inutilizada, já que só faz sentido em uma estrutura de comércio ágil e intenso.
Se a população se mantivesse firme no propósito de não voltar a usar nenhuma moeda comum de troca, o comércio entraria em colapso. As cidades, que são os centros mais intensos de troca na economia, seriam abandonadas e as pessoas migrariam para o campo, para viver em pequenos grupos autossuficientes. Aos poucos, a civilização que conhecemos deixaria de existir e viveríamos uma nova versão da alta Idade Média - sem cidades, sem comércio e sem muita gente: aquela época, entre os séculos 5 e 10, a economia era capaz de suportar uma população de 300 milhões de pessoas, um vigésimo da que temos hoje.
PEGURIER, Eduardo. Superinteressante, 11 dez. 2009.

 09.  Nesse texto, o principal argumento utilizado pelo autor para defender sua tese está              relacionado com o
             (A) colapso do comércio.
             (B) desaparecimento da civilização atual.
             (C) fim das profissões especializadas.
             (D) tempo consumido.

Leia o texto abaixo.
O NAMORO NA ADOLESCÊNCIA

Um namoro, para acontecer de forma positiva, precisa de vários ingredientes: a começar pela família, que não seja muito rígida e atrasada nos seus valores, seja conversável, e, ao mesmo tempo, tenha limites muito claros de comportamento. O adolescente precisa disto, para se sentir seguro. O outro aspecto tem a ver com o próprio adolescente e suas condições internas, que determinarão suas necessidades e a própria escolha. São fatores inconscientes, que fazem com que a Mariazinha se encante com o jeito tímido do João e não dê pelota para o herói da turma, o Mário. Aspectos situacionais, como a relação harmoniosa ou não entre os pais do adolescente, também influenciarão o seu namoro. Um relacionamento em que um dos parceiros vem de um lar em crise, é, de saída, dose de leão para o outro, que passa a ser utilizado como anteparo de todas as dores e frustrações. Geralmente, esta carga é demais para o outro parceiro, que também enfrenta suas crises pelas próprias condições de adolescente. Entrar em contato com a outra pessoa, senti-la, ouvi-la, depender dela afetivamente e, ao mesmo tempo, não massacrá-la de exigências, e não ter medo de se entregar, é tarefa difícil em qualquer idade. Mas é assim que começa este aprendizado de relacionar-se afetivamente e que vai durar a vida toda. SUPLICY, Marta. A condição da mulher. São Paulo: Brasiliense, 1984.

 10. Para um namoro acontecer de forma positiva, o adolescente precisa do apoio da                  família. O argumento que defende essa ideia é
             (A) a família é o anteparo das frustrações.
             (B) a família tem uma relação harmoniosa.
             (C) o adolescente segue o exemplo da família.
             (D) o apoio da família dá segurança ao jovem.

Leia o texto abaixo.
GATO PORTÁTIL

Bichanos de apartamento não estão condenados a viver confinados. “Embora seja comum os gatos ficarem nervosos e terem medo de sair de casa nas primeiras vezes, é possível acostumá-los a ser sociáveis, a passear e até a viajar com seus donos numa boa”, afirma Hannelore Fuchs, veterinária especialista em comportamento, de São Paulo. “Basta começar cedo o treinamento e fazê-los aos poucos.” Hannelore conta que tem um gato que adora passear de carro e que vira e mexe vai para a praia com ela. “Isso promove o enriquecimento do cotidiano do bicho, o que é sempre extremamente positivo”, assegura. “Na Europa e nos Estados Unidos, onde os gatos estão cada vez mais populares. Essa já é uma prática bastante difundida.” Revista Cláudia, novembro de 2006.

 11. É um argumento que apoia a tese defendida pelo autor desse texto
(A) Basta começar cedo o treinamento e fazê-lo aos poucos.
(B) Os gatos ficam nervosos e têm medo de sair de casa.
(C) Na Europa e nos Estados Unidos os gatos são populares.
(D) Hannelore é veterinária especialista em comportamento.

GABARITO DA ATIVIDADE
01. (B), 02. (A), 03. (C), 04. (), 05. (), 06. (), 07. (), 08. (), 09. (), 10. (D), 11. (A)


AS QUESTÕES ABAIXO ENVOLVEM OS DESCRITORES 9 E 10 DO SAEB/SPAECE
 Exercício 04

Leia o texto abaixo.

05/05/2006
Marcela,
Vou levar as crianças para um passeio no museu. Voltaremos no final da tarde, não se preocupe em preparar
lanche para nós.
Um abraço,

Mamãe.
01. Esse texto serve para
     (A) dar uma notícia.                                         
     (B) deixar um recado.                                    
     (C) fazer um convite.
     (D) vender um produto.

Leia o texto abaixo.
NOVA LEI ORTOGRÁFICA CHEGA À ESCRITA BRAILE

            Todas as mudanças promovidas pelo acordo ortográfico serão adotadas pelo português convertido em braile, sistema criado pelo francês Louis Braille para pessoas com deficiência visual.
            O acordo influencia o braile, pois, nesse sistema, as palavras são escritas letra a letra, e cada vocábulo tem até seis pontos em relevo. Um cego treinado é capaz de detectar a ausência ou a presença do trema em determinadas palavras, assim como hifens, acentos e pontuações. Com isso, o Ministério da Educação já prevê a adaptação de livros didáticos em braile à nova grafia. (Língua Portuguesa. n. 41. São Paulo: Segmento. mar. 2009. p. 9.)

02. A informação principal desse texto é
    (A) o sistema braile adotará todas as mudanças ortográficas.
    (B) o sistema braile foi criado pelo francês Louis Braille.
    (C) o MEC está atento ao problema da leitura dos cegos.
    (D) o cego treinado pode detectar a presença do trema.

Leia o texto abaixo.
OS ANÕES PODEM TER FILHOS NORMAIS

    De modo geral, dependendo do tipo de doença, indivíduos afetados por essa anomalia podem ter desde um baixo risco até, no máximo, 50% de risco de passar o gene alterado para os filhos. Portanto, pessoas afetadas podem sim ter filhos normais. Indivíduos que têm estatura muito baixa, pertencem a quadros de nanismo, cuja causa mais frequente são alterações ósseas chamadas de displasias esqueléticas. Essa anomalia faz parte de um grupo de doenças causadas por uma alteração no tecido ósseo que impede a pessoa de crescer adequadamente. Este grupo de patologias tem causa genética monogênica, isto é, é causado por um gene específico, e pode ter várias formas de herança de acordo com o tipo específico de doença.
CERNACH, Miriece Cecília Soares Pinho. Os anões podem ter filhos normais. Revista Globo Ciência, maio 1998. Adaptado: Reforma Ortográfica.

03. A ideia principal desse texto é a de que filhos de anões podem
     (A) pertencer a quadro de nanismo.
     (B) ter displasia esquelética.
     (C) ter filhos normais.
     (D) ter impedimento para crescer.

04. O texto acima  pertence ao gênero
      (A) anúncio.
      (B) propaganda.
      (C) capa de revista.
      (D) história em quadrinhos.


O QUE DIZEM AS CAMISETAS
(fragmento)

 Apareceram tantas camisetas com inscrições, que a gente estranha ao deparar com uma que não tem nada escrito.
- O que é que ele está anunciando? – indagou o cabo eleitoral, apreensivo. – Será que faz propaganda do voto em branco? Devia ser proibido!
- O cidadão é livre de usar a camiseta que quiser – ponderou um senhor moderado.
- Em tempo de eleição, nunca – retrucou o outro. – Ou o cidadão manifesta sua preferência política ou é um sabotador do processo de abertura democrática.
- O voto é secreto.                                                                                                     
- É secreto, mas a camiseta não é, muito pelo contrário. Ainda há gente neste país que não assume a sua responsabilidade cívica, se esconde feito avestruz e...
- Ah, pelo que vejo o amigo não aprova as pessoas que gostam de usar uma camiseta limpinha, sem inscrição, na cor natural em que saiu da fábrica.
DRUMOMOND, Carlos. Moça ditada na grama. Rio de Janeiro: Record, 1897, p.38-40.

05. O conflito em torno do qual se desenvolveu a narrativa foi o fato de 
      (A) alguém aparecer com uma camiseta sem nenhuma inscrição.
      (B) muitas pessoas não assumirem sua responsabilidade cívica.
      (C) um senhor comentar que o cidadão goza de total liberdade.
      (D) alguém comentar que a camiseta, ao contrário do voto, não é secreta.

Leia o texto a seguir.
URUBUS E SABIÁS

Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram do-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam por Vossa Excelência.
Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos, tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás...Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito. “Onde estão os documentos de seus concursos?” E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam, simplesmente... Não, assim não pode ser.
Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.
E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...

MORAL: EM TERRA DE URUBUS DIPLOMADOS NÃO SE OUVE CANTO DE SABIÁ.
                                 ALVES, Rubem. Estórias de Quem gosta de Ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1985, p.81- 2.

06. No contexto, o que gera o conflito é
     (A) a competição para eleger o melhor urubu.
     (B) a escola para formar aves cantoras.
     (C) o concurso de canto para conferir diplomas.
     (D) o desejo dos urubus de aprender a cantar.

07. A história contada se passa
     (A) numa escola de canto.
     (B) numa conferência de bichos.
     (C) no tribunal da bicharada.
     (D) na floresta. 


08. Pela característica do texto, o gênero pelo qual pertence é
(A) recado.
(B) aviso.
(C) carta.
(D) bilhete.

Leia o texto a seguir.
O RATO DO CAMPO E O RATO DA CIDADE

      Um ratinho da cidade foi uma vez convidado para ir à casa de um rato do campo. Vendo que seu companheiro vivia pobremente de raízes e ervas, o rato da cidade convidou-o a ir morar com ele:
           — Tenho muita pena da pobreza em que você vive — disse.      
           — Venha morar comigo na cidade e você verá como lá a vida é mais fácil.
           Lá se foram os dois para a cidade, onde se acomodaram numa casa rica e bonita.
           Foram logo à despensa e estavam muito bem, se empanturrando de comidas   fartas e gostosas, quando entrou uma pessoa com dois gatos, que pareceram enormes ao ratinho do campo.
           Os dois ratos correram espavoridos para se esconder.
            —  Eu vou para o meu campo — disse o rato do campo quando o perigo passou.
            —  Prefiro minhas raízes e ervas na calma, às suas comidas gostosas com todo esse susto.

Moral: Mais vale magro no mato que gordo na boca do gato.
Alfabetização: livro do aluno 2a ed. rev. e atual. / Ana Rosa Abreu... [et ai.]
Brasília: FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2001. 4v.: p.

09. O problema do rato do mato terminou quando ele
(A) se escondeu dos ratos.
(B) decidiu voltar para o mato.
(C) descobriu a despensa da casa.
(D) se empanturrou de comida.

Leia a crônica abaixo.
COBRANÇA

Ela abriu a janela e ali estava ele, diante da casa, caminhando de um lado para outro. Carregava um cartaz, cujos dizeres atraíam a atenção dos passantes: "Aqui mora uma devedora inadimplente".
― Você não pode fazer isso comigo ― protestou ela.
― Claro que posso ― replicou ele. ― Você comprou, não pagou. Você é uma devedora inadimplente. E eu sou cobrador. Por diversas vezes tentei lhe cobrar, você não pagou.
― Não paguei porque não tenho dinheiro. Esta crise...
― Já sei ― ironizou ele. ― Você vai me dizer que por causa daquele ataque lá em Nova York seus negócios ficaram prejudicados. Problema seu, ouviu? Problema seu. Meu problema é lhe cobrar. E é o que estou fazendo.
― Mas você podia fazer isso de uma forma mais discreta...
― Negativo. Já usei todas as formas discretas que podia. Falei com você, expliquei, avisei. Nada. Você fazia de conta que nada tinha a ver com o assunto. Minha paciência foi se esgotando, até que não me restou outro recurso: vou ficar aqui, carregando este cartaz, até você saldar sua dívida.
Neste momento começou a chuviscar.
― Você vai se molhar ― advertiu ela. ― Vai acabar ficando doente. Ele riu, amargo:
― E daí? Se você está preocupada com minha saúde, pague o que deve.
― Posso lhe dar um guarda-chuva...
― Não quero. Tenho de carregar o cartaz, não um guarda-chuva. Ela agora estava irritada:
― Acabe com isso, Aristides, e venha para dentro. Afinal, você é meu marido, você mora aqui.
― Sou seu marido ― retrucou ele ― e você é minha mulher, mas eu sou cobrador profissional e você é devedora. Eu avisei: não compre essa geladeira, eu não ganho o suficiente para pagar as prestações. Mas não, você não me ouviu. E agora o pessoal lá da empresa de cobrança quer o dinheiro. O que quer você que eu faça? Que perca meu emprego? De jeito nenhum. Vou ficar aqui até você cumprir sua obrigação.
Chovia mais forte, agora. Borrada, a inscrição tornara-se ilegível. A ele, isso pouco importava: continuava andando de um lado para outro, diante da casa, carregando o seu cartaz.
Moacyr Scliar. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2001.

10.  O que gerou o conflito da narrativa do texto foi
      (A) a inadimplência da mulher.
      (B) o cartaz que o homem carregava de um lado para outro.
      (C) a exposição da mulher a vizinhança.
      (D) o trabalho do homem.

GABARITO DA ATIVIDADE
01. (B), 02. (A), 03. (C), 04. (C), 05. (A), 06. (D), 07. (D), 08. (B), 09. (B), 10. (A)  

AS QUESTÕES ABAIXO ENVOLVEM OS DESCRITORES 11, 12 E 13 DO SAEB/SPAECE
Exercício 05
Leia o texto a seguir.
CUIDADO

Depois da chuva, o menino vestiu uma roupa azul muito bonita e saiu todo alegre para brincar. A mãe avisou:
__ Cuidado! A roupa é nova, não vá se sujar.
Pouco depois o menino voltou com a roupa suja de lama. A mãe, zangada, falou:
__ Mas você não sabia que a roupa estava limpinha? Que roupa custa dinheiro? Será que você não sabe que menino educado não fica deste jeito?
__ Tudo isso eu sei. O que eu não sabia é que o carro ia passar bem na poça d’água e jogar lama em mim.

01. O menino ficou sujo de lama porque
      (A) a mãe ficou zangada.
      (B) era desobediente.
      (C) era mal educado.
      (D) o carro jogou lama nele.

02. O autor pretendia que o menino
      (A) andasse muito atento.
      (B) não se sujasse.
      (C) fosse obediente.
      (D) evitasse as poças d’água.

Leia o texto para responder a questão abaixo.
                                     PALAVRAS AO VENTO

Ando por aí querendo te encontrar                         Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Em cada esquina paro em cada olhar                      Que o nosso amor pra sempre viva
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar   Minha dádiva
Que o nosso amor pra sempre viva                        Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Minha dádiva                                                          Palavras apenas
Quero poder jurar que essa paixão jamais será       Palavras pequenas
Palavras apenas, palavras pequenas, palavras        Palavras, momento
Ando por aí querendo te encontrar                         Palavras, palavras, palavras, palavras
Em cada esquina paro em cada olhar                      Palavras ao vento
                                                                                (Marisa Monte/Moraes Moreira)
03. A finalidade do texto é
(A) defender um ponto de vista.
(B) emocionar.
(C) informar.
(D) anunciar um produto.

Releia este trecho.
“E você, que nasceu nesse país.
E que sonha e que sua pra ser feliz.
Você presta atenção no que o candidato diz?
Ou cê vota em qualquer um, seu babaca?
E depois da eleição, você cobra resultado?
Ou fica aí parado, de braço cruzado?
Cê lembra em quem votou pra Deputado?
E quem você botou lá no Senado?”
Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar, Shirley Goulart. Singular & Plural: Leitura, produção e Estudos de linguagem. 1ª edição. São Paulo: Moderna, 2012. p. 107.

04. O autor pretende mostrar que
(A)    o cidadão conheça melhor os políticos e cobrá-los que atuem de forma correta.
(B)    todos devam participar da democracia, mas sem deixar ser inebriados pelos políticos.
(C)   o eleitor deva conhecer seu candidato antes de votar.
(D)   depois do candidato eleito, fica bem difícil protestar.

Leia o texto abaixo.
O XÁ DO BLÁ-BLÁ-BLÁ

Era uma vez, no país de Alefbey, uma triste cidade, a mais triste das cidades, uma cidade tão arrasadoramente triste que tinha esquecido até seu próprio nome. Ficava à margem de um mar sombrio, cheio de peixosos – peixes queixosos e pesarosos, tão horríveis de se comer que faziam as pessoas arrotarem de pura melancolia, mesmo quando o céu estava azul.
            Ao norte dessa cidade triste havia poderosas fábricas nas quais a tristeza (assim me disseram) era literalmente fabricada, e depois embalada e enviada para o mundo inteiro, que parecia sempre querer mais. Das chaminés das fábricas de tristeza saía aos borbotões uma fumaça negra, que pairava sobre a cidade como uma má notícia. (RUSHDIE, Salman. Haroun e o Mar de Histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.)

05. O trecho do texto que indica uma consequência é
(A) “uma triste cidade, a mais triste das cidades”.
(B) “Ficava à margem de um mar sombrio, cheio de peixosos “.
(C) “que faziam as pessoas arrotarem de pura melancolia”.
(D)” Ao norte dessa cidade triste havia poderosas fábricas”.

Leia o texto com atenção.
DOMINGÃO

            Domingo, eu passei o dia todo de bode. Mas, no começo da noite, melhorei e resolvi bater um fio para o Zeca.
            - E aí, cara? Vamos ao cinema?
            - Sei lá, Marcos. Estou meio pra baixo...
            - Eu também tava, cara. Mas já estou melhor.
            E lá fomos nós. O ônibus atrasou, e nós pagamos o maior mico, porque, quando chegamos, o filme já tinha começado. Teve até um mané que perguntou se a gente tinha chegado para a próxima seção. Saímos de lá, comentando:
            - Que filme massa!
            - Maneiro mesmo!
            Mas já era tarde, e nem deu para contar os últimos babados pro Zeca. Afinal, segunda-feira é dia de trampo e eu detesto queimar o filme com o patrão. Não vejo a hora de chegar o final de semana de novo para eu agitar um pouco mais.
Márcia Paganini Cavéquia

06. Os dois personagens que conversam nesse texto são
      (A) adultos.                                          
      (B) crianças.                                         
      (C) idosos.
      (D) jovens.

Leia o texto a seguir.
O GALO QUE LOGROU A RAPOSA

             Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore. A raposa, desapontada, murmurou consigo: “Deixe estar, seu malandro, que já te curo!...” E em voz alta:
            _ Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e cordeiro, gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinhas, todos os bichos andam agora aos beijos como namorados. Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e amor.
           _ Muito bem! --- exclamou o galo. Não imagina como tal noticia me alegra! Que beleza vai ficar o mundo, limpo de guerras, crueldade e traições!
            Vou já descer para abraçar a amiga raposa, mas... como lá vêm vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que também tomem parte na confraternização.
              Ao ouvir falar em cachorro, dona Raposa não quis saber de histórias, e tratou de pôr-se ao fresco, dizendo:
              _ Infelizmente, amigo Có-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica para outra vez a festa? Até logo.
              E raspou-se.

 Moral: Contra esperteza, esperteza e meia.
 Monteiro Lobato. Fábulas. São Paulo, Brasiliense, 1972.

 07. Esse texto é contado
(A) pelo galo.                                          (C) pelo cachorro.
(B) pela raposa.                                      (D) pelo narrador. 

 08. Nesse trecho “Infelizmente, amigo Có-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica para outra vez a festa? Até logo.” Essa fala é de qual personagem?
(A) cão.                                                   (C) galo.
(B) raposa.                                              (D) de outro animal.

Leia o texto.
CASO DE CHÁ

A casa da velha senhora fica na encosta do morro, tão bem situada que ali se aprecia o bairro inteiro,
e o mar é uma de suas riquezas visuais. Mas o terreno em volta da casa vive ao abandono. O
jardineiro despediu-se há tempos; hortelão, não se encontra nem por milagre. A velha moradora
resigna-se a ver crescer a tiririca na propriedade que antes era um brinco. Até cobra começou a
passear entre a folhagem, com indolência; é uma cobrinha de nada, mas sempre assusta. O verdureiro
que faz ponto na rua lá embaixo ofereceu-se para matá-la. A boa senhora reluta, mas não pode viver
com uma cobra tomando banho de sol junto ao portão, e a bicha é liquidada a pau. Bom rapaz, o
verdureiro, cheio de atenções para com os fregueses. Na ocasião, um problema o preocupa: não tem
onde guardar à noite a carrocinha de verduras.
 – Ora, o senhor pode guardar aqui em casa. Lugar não falta.
 – Muito agradecido, mas vai incomodar a madame.
 _ Incomoda não, meu filho.
A carrocinha passa a ser recolhida nos fundos do terreno. Todas as manhãs o dono vem retirá-la,
trazendo legumes frescos para a gentil senhora. Cobra-lhe menos e até não cobra nada. Bons amigos.
– Madame gosta de chá?
– Não posso tomar, me dá dispepsia, me põe nervosa. 
– Pois eu sou doido por chá. Mas está tão caro que nem tenho coragem de comprar. Posso fazer um
pedido? Quem sabe se a madame, com esse terreno todo sem aproveitar, não me deixa plantar uns
pés, pouquinha coisa, só para o meu consumo? Claro que deixa. Em poucas horas o quintal é
capinado, tudo ganha outro aspecto. Mão boa é a desse moço: o que ele planta é viço imediato. A 
pequenina cultura de chá torna alegre outra vez a terra abandonada. Não faz mal que a plantação se
vá estendendo por toda a área. A velha senhora sente prazer em ajudar o bom lavrador. Alegando que
precisa fazer exercício, caminhando com cautela pois enxerga mal, ela rega as plantinhas, que lhe 
agradecem a atenção prosperando rapidamente.
 – Madame sabe: minha intenção era colher só uma pequena quantidade. Mas o chá saiu tão bom que
os parentes vivem me pedindo um pouco e eu não vou negar a eles. É pena madame não
experimentar. Mas não aconselho: se faz mal, não deve mesmo tocar neste chá. O filho da velha
senhora chegou da Europa esta noite. Lá ficou anos estudando. Achou a mãe lépida, bem disposta.
 – E eu trabalho, sabe, meu querido? Todos os dias rego a plantação de chá que um moço me pediu
licença para fazer no quintal. Amanhã de manhã você vai ver a beleza que está.
O verdureiro já havia saído com a carrocinha. A senhora estende o braço, mostra com orgulho a
lavoura que, pelo esforço em comum, é também um pouco sua. O filho quase caiu duro:
– A senhora está maluca? Isso nunca foi chá, nem aqui nem na Índia. Isso é maconha, mamãe!                                                                                                               Carlos Drummond de Andrade
09. Nesse texto as falas que mais aparecem são
     (A) o narrador e a velha senhora.
     (B) o verdureiro e a velha senhora.
     (C) o filho recém-chegado e a mãe.
     (D) o jardineiro e o verdureiro.

Leia o texto.
PRESSA

Só tenho tempo pras manchetes                       Eu me concentro em apostilas
no metrô                                                             coisa tão normal
E o que acontece na novela                              Leio os roteiros de viagem
Alguém me conta no corredor                           enquanto rola o comercial
Escolho os filmes que eu não                            Conheço quase o mundo inteiro
Vejo                                                                    por cartão-postal
no elevador                                                        Eu sei de quase tudo um pouco
Pelas estrelas que eu encontro                         e quase tudo mal
na crítica do leitor                                              Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa            
Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa     mas nada tanto assim
Mas nada tanto assim                                       Bruno & Leoni Fortunato. Greatest Hits’80. WEA

10. Identifica-se termo da linguagem informal em  
      (A) “Leio os roteiros de viagem enquanto rola o comercial.” (V14-V15)
      (B) “Conheço quase o mundo inteiro por cartão postal!” (V16-V17)
      (C) “Eu sei de quase tudo um pouco e quase tudo mal.” (V18-V19)  
      (D) “Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa mas nada tanto assim.”(V20- V21)

Leia o texto.
DOMINGÃO

Domingo, eu passei o dia todo de bode. Mas, no começo da noite, melhorei e resolvi bater um fio para o Zeca.
E aí, cara? Vamos no cinema? - Sei lá, Marcos. Estou meio pra baixo... - Eu também tava, cara. Mas já estou
melhor. E lá fomos nós. O ônibus atrasou, e nós pagamos o maior mico, porque, quando chegamos, o filme já
tinha começado. Teve até um mané que perguntou se a gente tinha chegado para a próxima seção. Saímos de
lá, comentando:- Que filme massa! - Maneiro mesmo! Mas já era tarde, e nem deu para contar os últimos
babados pro Zeca. Afinal, segunda-feira é dia de trampo e eu detesto queimar o filme com o patrão. Não vejo a
hora de chegar ao final de semana de novo para eu agitar um pouco mais. (Márcia Paganini Cavéquia)

11. Essas expressões: “E aí, cara?”; Mané; “Que filme massa!”; “Maneiro mesmo!” Esse tipo de linguagem é conhecido por
      (A) gíria.                                                   (C) linguagem caipira.
      (B) coloquialismo.                                    (D) linguagem regional.


GABARITO DA ATIVIDADE
01. (D), 02. (B), 03. (B), 04. (A), 05. (C), 06. (D), 07. (D), 08. (B), 09. (B), 10. (A), 11. (A)