Estrutura das Palavras
Estudar a estrutura das palavras é
estudar os elementos que formam a palavra, denominados de morfemas. São os
seguintes os morfemas da Língua Portuguesa.
1- Radical
O que contém o sentido básico do
vocábulo. Aquilo que permanecer intacto, quando a palavra for modificada.
Ex. falar, comer, dormir, casa, carro.
Obs: Em se tratando de verbos,
descobre-se o radical, retirando-se a terminação AR, ER ou IR.
2- Vogal Temática
Nos verbos, são as vogais A, E e I, presentes à
terminação verbal. Elas indicam a que conjugação o verbo pertence:
• 1ª conjugação = Verbos terminados em AR.
• 2ª conjugação = Verbos terminados em ER.
• 3ª conjugação = Verbos terminados em IR.
• 2ª conjugação = Verbos terminados em ER.
• 3ª conjugação = Verbos terminados em IR.
Obs.: O verbo pôr pertence à 2ª conjugação, já que proveio do antigo
verbo poer.
Nos substantivos e adjetivos, são as
vogais A, E, I, O e U, no final da palavra, evitando que ela termine em consoante. Por
exemplo, nas palavras meia, pente, táxi, couro,
urubu.
Cuidado para não confundir vogal temática de substantivo e adjetivo com desinência nominal de gênero, que estudaremos mais à frente.
Cuidado para não confundir vogal temática de substantivo e adjetivo com desinência nominal de gênero, que estudaremos mais à frente.
3- Tema
É a junção do radical com a vogal
temática. Se não existir a vogal temática, o tema e o radical serão o mesmo
elemento; o mesmo acontecerá, quando o radical for terminado em vogal. Por
exemplo, em se tratando de verbo, o tema sempre será a soma do radical com a
vogal temática - estuda, come, parti; em se tratando de
substantivos e adjetivos, nem sempre isso acontecerá. Vejamos alguns exemplos:
No substantivo pasta, past é o radical,a, a vogal temática, e pasta o tema; já na palavra leal, o radical e o tema são o mesmo elemento - leal, pois não há vogal temática; e na palavra tatu também, mas agora,
porque o radical é terminado pela vogal temática.
4- Desinências
É a terminação das palavras,
flexionadas ou variáveis, posposta ao radical, com o intuito de modificá-las.
Modificamos os verbos, conjugando-os; modificamos os substantivos e os
adjetivos em gênero e número. Existem dois tipos de desinências:
Desinências verbais
a) Modo-temporais = indicam o tempo e o
modo. São quatro as desinências modo-temporais:
-va- e -ia-, para o Pretérito Imperfeito do Indicativo = estudava, vendia, partia.
-ra-, para o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo = estudara, vendera, partira.
-ria-, para o Futuro do Pretérito do Indicativo = estudaria, venderia, partiria.
-sse-, para o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = estudasse, vendesse, partisse.
-va- e -ia-, para o Pretérito Imperfeito do Indicativo = estudava, vendia, partia.
-ra-, para o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo = estudara, vendera, partira.
-ria-, para o Futuro do Pretérito do Indicativo = estudaria, venderia, partiria.
-sse-, para o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = estudasse, vendesse, partisse.
b) Número-pessoais = indicam a pessoa e
o número. São três os grupos das desinências númeropessoais.
Grupo I: i, ste, u, mos, stes, ram, para o Pretérito Perfeito do
Indicativo = eu cantei, tu cantaste,
ele cantou, nós cantamos, vós cantastes, eles cantaram.
ele cantou, nós cantamos, vós cantastes, eles cantaram.
Grupo II: -, es, -, mos, des, em, para o Infinitivo Pessoal e para o
Futuro do Subjuntivo = Era para eu
cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem. Quando eu puser,
tu puseres, ele puser, nós pusermos, vós puserdes, eles puserem.
cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem. Quando eu puser,
tu puseres, ele puser, nós pusermos, vós puserdes, eles puserem.
Grupo III: -, s, -, mos, is, m, para todos os outros tempos = eu canto, tu cantas, ele canta, nós
cantamos, vós cantais, eles cantam.
cantamos, vós cantais, eles cantam.
5- Desinências nominais
a) de gênero = indica o gênero da
palavra. A palavra terá desinência nominal de gênero, quando houver a
oposição masculino - feminino. Por exemplo: cabeleireiro - cabeleireira. A vogal a será desinência
nominal de gênero sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo que o masculino não seja
terminado em o. Por exemplo: crua, ela, traidora.
oposição masculino - feminino. Por exemplo: cabeleireiro - cabeleireira. A vogal a será desinência
nominal de gênero sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo que o masculino não seja
terminado em o. Por exemplo: crua, ela, traidora.
b) de número = indica o plural da palavra. É a letra s, somente quando indicar o plural da palavra. Por
exemplo: cadeiras, pedras, águas.
Afixos: São elementos que se
juntam a radicais para formar novas palavras. São eles:
Prefixo: É o afixo que aparece
antes do radical. Por exemplo destampar, incapaz, amoral.
Sufixo: É o afixo que aparece
depois do radical, do tema ou do infinitivo. Por exemplo pensamento, acusação, felizmente.
6- Vogais e consoantes
de ligação: São vogais e consoantes que surgem entre dois morfemas, para tornar mais
fácil e agradável a pronúncia de certas palavras. Por exemplo flores, bambuzal, gasômetro, canais.
Formação das Palavras
Para analisar a formação de uma
palavra, deve-se procurar a origem dela. Caso seja formada por apenas um
radical, diremos que foi formada por derivação; por dois ou
mais radicais, composição. São os
seguintes os processos de formação de palavras:Derivação: Formação de novas palavras a
partir de apenas um radical.
1) Derivação
Prefixal
Acréscimo de um prefixo à palavra
primitiva; também chamado de prefixação.
Por exemplo: antepasto, reescrever, infeliz.
Por exemplo: antepasto, reescrever, infeliz.
2) Derivação
Sufixal
Acréscimo de um sufixo à palavra
primitiva; também chamado de sufixação.
Por exemplo: felizmente, igualdade, florescer.
Por exemplo: felizmente, igualdade, florescer.
3) Derivação
Prefixal e Sufixal
Acréscimo de um prefixo e de um
sufixo, em tempos diferentes; também chamado deprefixação e sufixação.
Por exemplo: infelizmente, desigualdade, reflorescer.
Por exemplo: infelizmente, desigualdade, reflorescer.
4) Derivação
Parassintética
Acréscimo de um prefixo e de um
sufixo, simultaneamente; também chamado deparassíntese.
Por exemplo: envernizar, enrijecer, anoitecer.
Por exemplo: envernizar, enrijecer, anoitecer.
Obs.: A maneira mais fácil de se
estabelecer a diferença entre Derivação Prefixal e Sufixal e Derivação
Parassintética é a seguinte: retira-se o prefixo; se a palavra que sobrou
existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, retira-se, agora, o sufixo; se
a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, será Der.
Parassintética. Por exemplo, retire o prefixo de envernizar: não existe a
palavra vernizar; agora, retire o sufixo: também não existe a palavra enverniz.
Portanto, a palavra foi formada por Parassíntese.
5) Derivação
Regressiva
É a retirada da parte final da
palavra primitiva, obtendo, por essa redução, a palavra derivada.
Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o substantivo debate.
Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o substantivo debate.
6) Derivação
Imprópria
É a formação de uma nova palavra
pela mudança de classe gramatical. Por exemplo: a palavra gelo é um substantivo, mas pode ser
transformada em um adjetivo: camisa gelo.
Composição
Formação de novas palavras a
partir de dois ou mais radicais.
1) Composição
por justaposição
Na união, os radicais não sofrem
qualquer alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao se unirem os radicais ponta e pé,
obtém-se a palavra pontapé. O mesmo
ocorre commandachuva,
passatempo, guarda-pó.
2) Composição
por aglutinação
Na união, pelo menos um dos
radicais sofre alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao se unirem os
radicais água e ardente,
obtém-se a palavra aguardente, com o desaparecimento do a.
O mesmo acontece com embora (em boa hora), planalto (plano alto).
Hibridismo
É a formação de novas palavras a
partir da união de radicais de idiomas diferentes.
Por exemplo: automóvel, sociologia, sambódromo, burocracia.
Por exemplo: automóvel, sociologia, sambódromo, burocracia.
Onomatopéia
Consiste em criar palavras,
tentando imitar sons da natureza. Por exemplo: zunzum,
cricri, tiquetaque, pingue-pongue.
Abreviação
Vocabular
Consiste na eliminação de um
segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais curta.
Por exemplo: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; decinematografia, cinema ou cine.
Por exemplo: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; decinematografia, cinema ou cine.
Siglas
As siglas são formadas pela
combinação das letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui um
nome.
Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).
Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).
Neologismo
semântico
Forma-se uma palavra por
neologismo semântico, quando se dá um novo significado, somado ao que já
existe.
Por exemplo, a palavra legal significa dentro da lei; a esse significado somamos outro:pessoa boa, pessoa legal.
Por exemplo, a palavra legal significa dentro da lei; a esse significado somamos outro:pessoa boa, pessoa legal.
Empréstimo
linguístico
É o aportuguesamento de palavras
estrangeiras; se a grafia da palavra não se modifica, ela deve ser
escrita entre aspas. Por exemplo: estresse,
estande, futebol, bife, "show", xampu, "shopping center".
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