terça-feira, 15 de outubro de 2013

SIMULADINHO DE LÍNGUA PORTUGUESA

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra. 
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Carlos Drummond de Andrade 
Fonte: Disponível em: http://www.passeiweb.com .
Acesso em 28 jul. 2011.
01. Pela forma de apresentação e disposição das linhas, esse texto é classificado como
     (A) um relato.                                        (C) um soneto.
     (B) um poema.                                      (D) um depoimento.

02. O motivo que justifica a repetição da expressão “no meio do caminho tinha uma pedra” é o fato de o autor
     (A) mostrar sua experiência como trabalhador de pedreira.
     (B) usar uma linguagem informal para se aproximar do povo.
     (C) desconhecer sinônimos para as palavras “pedra” e “caminho”.
     (D) considerar a pedra como frequentes obstáculos a serem superados na  vida.

03. Em “minhas retinas tão fatigadas ” a palavra destacada está empregada no  texto  com sentido de
     (A) irritadas.                                            (C) cansadas.
     (B) delicadas.                                          (D) machucadas.

Leia o texto a seguir para responder as questões 4, 5 e 6. 
Enchente isola cidade e deixa 600 desabrigados no
Vale do Ribeira

DE SANTOS - As chuvas fortes na região do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo, desde a
manhã de ontem, elevaram o nível do rio Ribeira de Iguape em quase 12 metros, deixaram quase
600 pessoas desabrigadas na região e isolaram o município de Ribeira. Não houve registro de
mortes. Ontem, os acessos à cidade, tanto pelo Estado de São Paulo quanto pelo Paraná,
estavam interditados, segundo a Defesa Civil municipal. As cerca de cem pessoas atingidas na cidade
foram abrigadas em um ginásio. No município de Itapirapuã Paulista, ocorreram deslizamentos de
encostas. A Defesa Civil local iniciou a retirada de famílias das áreas de risco. 
Fonte: Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0208201120.htm . Acesso em: 02
ago 2011.

04. Considerando os aspectos formais do texto, pode-se classificá-lo como
      (A) uma notícia.  (B) uma carta.  (C) um relato.  (D) um aviso.

05. Em “ Os acessos à cidade (...) estavam interditados ”, a palavra destacada é entendida como
     (A) liberados.   (B) fechados.   (C) alagados.   (D) facilitados.

06. Ao escrever o texto, o autor usa uma linguagem formal para
     (A) adequá-la ao meio de comunicação utilizado.
     (B) reproduzir o próprio jeito de falar.
     (C) provar que é diferente do leitor.
     (D) revelar intimidade com o leitor.

Leia a crônica a seguir para responder as questões 7 e 8. 
ENTRE AMIGOS.

Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, dar carona
pra festa, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não
basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito. (...) Um amigo não racha
apenas a gasolina: racha lembranças, experiências. Racha a culpa, segredos. Um
amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, o ombro, o tempo, o
calor e a jaqueta. (...) Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo
dele, e topa conhecer o teu. (...) Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a
mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o
elevador. Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.
Fonte: MEDEIROS, Marta. Entre amigos . Disponível em: Http://sitenotadez.net/cronicas/ . Acesso em 28 jul. 2011. (com cortes)

07. No texto, a expressão “segura o tranco” adquire o significado de
      (A) propor um acordo.                                  (C) dar uma bronca.
      (B) fracassar na vida.                                   (D) servir de apoio.

08. Ao utilizar uma linguagem informal no trecho “Um amigo não segura a barra, apenas.”, a autora demonstra
      (A) intimidade com os leitores.
      (B) ausência de criatividade no uso da língua.
      (C) dificuldade de saber quem são os leitores.
      (D) falta de conhecimento da linguagem usada pelos leitores.

Leia o trecho do poema “Trem de Alagoas”, de Ascenso Ferreira, para responder a
questão 9.
Mergulham mocambos,               Fonte: Cadernos de apoio e aprendizagem: 
nos mangues molhados,              Língua Portuguesa. São Paulo: Fundação Padre
moleques, mulatos,                      Anchieta, 2010. nono ano, v. 1.
vem vê-lo passar.
- Adeus!
- Adeus!
Mangueiras, coqueiros,
cajueiros em flor,
cajueiros com frutos
já bons de chupar...
- Adeus, morena do cabelo cacheado!

No poema, a repetição do M ajuda a
(A) construir a rima.                               (C) treinar o som da letra M.
(B) memorizar o texto.                           (D) valorizar a musicalidade do POEMA.

Leia os dois textos a seguir.
  Texto I
A revolução do internetês 

  Vc jah viu exe tipo de texto? Pois eh, ixo eh o internetes... ou melhor, o
internetês. Essa forma de expressão explodiu principalmente entre adolescentes que
passam horas na frente do computador no Orkut, em chats , blogs e comunicadores
instantâneos em busca de interação - e de forma dinâmica. 
No Brasil, um batalhão de 15 milhões de usuários troca 500 milhões de
mensagens por dia por meio do Messenger (MSN).
Integrados à tecnologia e com acesso fácil a computadores e conexões de
banda larga (62% dos nossos internautas a usam), os jovens buscam respostas
rápidas, proximidade com seus interlocutores e nutrem a expectativa de aproveitar
cada momento de diversão. A ansiedade por contato teria estimulado, assim, o
hábito de escrever mensagens e a busca de novas formas de expressão ligeira e
funcional. No pacote, vieram à simplificação da linguagem e a farta eliminação de
vogais.
Fonte: Disponível em:http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11061 . Adaptado. Acesso em 29 jul. 2011
Texto II

Redação deixa 65% abaixo da média no Enem Maioria das escolas obteve nota de redação menor que a média nacional; “internetês” é um dos vilões 
Dados do Enem 2009 mostram que 65,9% das escolas de Ribeirão Preto tiveram nota de redação abaixo da média nacional. De acordo com especialistas, a falta de leitura, o baixo interesse pelo noticiário e a influência do “internetês” (a linguagem da internet) podem ter contribuído para o desempenho fraco. Sobre a influência da linguagem da internet, o professor de redação Luiz Cláudio Jubilato, afirma que não se pode mais fugir da rede e que o importante é “saber separar as coisas e ter consciência de que se trata de linguagens diferentes”. Já a professora doutora Rosa Maria Manzoni, do Departamento de Educação da Unesp de Bauru, também afirma que os estudantes precisam estar preparados para lidar com variados tipos de texto, que vão da internet à redação. Fonte: Disponível em: http://quemtemmedodeportugues.wordpress.com/2010/08/03/redacao-deixa- 65-abaixo-da-media-no-enem/ Adaptado. Acesso em 29 jul. 2011.

10. O que os dois textos têm em comum é (são)
      (A) o tema “Internetês”.               (C) as expressões usadas pelos internautas.
      (B) a linguagem formal aplicada. (D) o uso das redes sociais.

DESCRITORES TRABALHADOS
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
D9
D19
D3
D9
D3
D13
D3
D13
D19
D20


GABARITO
01. B; 02. D; 03. C; 04. A; 05. B; 07. D; 08. A; 09. D; 10. A.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

ATIVIDADE DE LEITURA II - ESTUDO DO TEXTO

Leia o texto.                               
                                                               O Homem Nu

          Ao acordar, disse para a mulher:
          — Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
          — Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
          — Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier à gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
          Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
          Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
          — Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
           — Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
          — Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
          — Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
            — Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
            — Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
            — Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
            — Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
            — É um tarado!
            — Olha, que horror!
            — Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
            Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
            — Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

            Não era: era o cobrador da televisão.
                                                                                                                           FERNANDO SABINO

01. De acordo com o texto, a história contada fala sobre
      (A) o pagamento da televisão.
      (B) a visita do cobrador.
      (C) o homem despido no elevador.
      (D) o pagamento da prestação.
(Habilidade- Localizar informações explícitas em um texto.)

02. O que gerou o conflito da narrativa foi
(A) o homem não ter trazido dinheiro para pagar a prestação da televisão.
(B) o homem pediu a mulher para não fazer barulho quando o cobrador chegasse.
(C) quando o homem tirou o pijama e dirigiu-se ao banheiro.
(D) quando a porta atrás de si fechou-se, impulsionada pelo vento.
(Habilidade- Reconhecer o conflito gerador do enredo.)

03. No trecho “... Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações...”, a expressão em destaque significa
(A) velhacaria.
(B) vigarista.
(C) ludibriante.
(D) blefante.  
           (Habilidade- Inferir uma informação implícita em um texto.) 

04. A história acontece 
(A) fora do apartamento.                                (C) no banheiro.
(B) no apartamento.                                        (D) na cozinha.
(Habilidade- Reconhecer os elementos que compõem uma narrativa.)

05. No trecho “Bom dia, minha senhora...”, essa fala é de qual personagem?
(A) da vizinha.                                                  (C) da Maria.
(B) do homem nu.                                            (D) de outros vizinhos.
(Habilidade- Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.)

06. O texto trata, principalmente
(A) de uma angústia absurda.          (C) da cobrança da televisão.
(B) de um caso de polícia.                (D) de um caso fora do normal.
(Habilidade- Identificar o tema de um texto.)

07. A finalidade do texto é
(A) mostrar ao leitor que diante de uma situação ou problema a ser resolvido, o melhor é encarar do que tentar fugir.
(B) mostrar ao leitor uma situação-problema corriqueira.
(C) mostrar ao leitor uma situação constrangedora, comumente vista no cotidiano.
(D) mostrar ao leitor que diante de um problema do dia a dia, o melhor é refugiar-se, até as coisas apaziguarem.
(Habilidade- Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.)


08. A situação inicial do texto é
(A) quando o homem disse à mulher que era dia de pagar a prestação da televisão, mas ele não tinha nenhum dinheiro e o cobrador na certa viria.
(B) quando a mulher falou ao marido que ele devia explicar ao homem e não tentar fugir do problema.
(C) quando o marido pediu a mulher para ficar quieta, para o cobrador pensar que não havia ninguém.
(D) quando a esposa abriu a porta e o marido entrou precipitadamente, sem nem se lembrar do banho.
(Habilidade- Identificar os elementos que constroem a narrativa.)

09. O texto apresenta uma boa quantidade de falas e diálogos curtos. Os usos desses recursos imprimem a narrativa o seguinte efeito
(A) clima caótico durante o clímax da narrativa.
(B) torna a narrativa coesa e o clima crítico.
(C) clima caloroso durante o clímax da narrativa.
(D) clima leve durante o clímax da narrativa.
(Habilidade- Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.)

10. No trecho “...começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka...”, a expressão em destaque significa
(A) angústia absurda da existência humana.
(B) obsessão que amedronta.
(C) atmosfera de pesadelo.
(D) pessoa ou coisa molesta ou enfadonha.
(Habilidade- Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.) 


GABARITO
01. D; 02. A; 03. B; 04. A; 05. B; 06. A; 07. A; 08. A; 09. A; 10. A.