Neste caderninho contém 11 atividades e 2 simulados. As atividades estão organizadas por descritores, logo abaixo vem o gabarito correspondente.
EXERCÍCIO 01
Todos
esses exercícios estão relacionados ao descritor 1.
QUEM FOI O PENETRA?
Quatro amigos foram ao museu,
e um deles entrou sem pagar.
Um fiscal quer saber quem foi o penetra:
-Eu não fui, disse Benjamim.
-Foi o Pedro, disse Carlos.
-Foi o Carlos, disse Mário.
-O Mário não tem razão, disse Pedro.
Só um deles mentiu. Quem não pagou a entrada?
Referência: Niiederauer, J e Aguiar, Marla F.C.
- "Desafios e enigmas: uma forma descontraída
de
colocar a prova seu raciocínio".
01. De
acordo com o texto, o autor quer saber
(A) quem
entrou sem pagar. (C) quem
foi o engraçadinho.
(B) quem
está mentindo. (D) quem
enganou o fiscal.
OS DEGRAUS
Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...
02. Segundo
o texto, o eu lírico faz referência
(A)
aos monstros do nosso mundo. (C) aos mistérios da vida.
(B)
aos enigmas dos deuses. (D) a um mundo louco.
Leia o texto abaixo.
__ Eu nunca lembro onde enterrei meus ossos!
__ Eu não tenho esse problema!
__ Sempre enterro uma semente junto!
__ Cachorro esperto!
(Nicolau e seus queridos vizinhos. Araraquara, SP.
Enquadrinho, 2009. p. 17)
03. De
acordo com o texto, o autor menciona
(A) a
burrice do cão.
(C) a esperteza do cachorro.
(B) a
malandragem do outro. (D) o reconhecimento do feito.
PAPO DE ÍNDIO
Veiu uns ômi di saia preta
cheiu di caixinha e pó branco
qui eles disserum qui chamava açucri
aí eles falarum e nós fechamu a cara
depois eles arrepitirum e nós fechamu o corpo
aí eles insistirum e nós comemu eles.
(Poema no livro "26 Poetas Hoje". De
Chacal. 1975.)
04. Segundo
o texto, o autor faz menção ao relacionamento
(A) entre
índios e brancos. (C)
entre índios e natureza.
(B) entre
branco e natureza. (D) entre
índios e antropofagia.
Leia a tira a seguir.
05. Qual
dos provérbios abaixo se refere a tirinha?
(A) “Mais
vale um amigo na praça do que dinheiro na caixa".
(B) “Nunca
troque o certo pelo duvidoso!”
(C) "Devagar
se vai ao longe."
(D) "Quem
diz o que quer, ouve o que não quer."
ELEGIA
Ganhei (perdi) meu dia.
E baixa a coisa fria
Também chamada noite, e o frio ao frio
em bruma se entrelaça, num suspiro.
E me pergunto e me respiro
na fuga deste dia que era mil
para mim que esperava
os grandes sóis violentos, me sentia
tão rico deste dia
e lá se foi secreto, ao serro frio (...)
(Carlos Drummond de Andrade)
06. Dos
versos, podemos entender que
(A) O poeta sente tristeza ao chegar da noite negra e fria.
(B) O poeta exprime um sentimento de calma, ao cair de uma noite de
inverno.
(C) O poeta sente-se satisfeito por mais um dia longo de inverno, e
lembra-se com saudade dos dias quentes e alegres do verão.
(D) O poeta está sentindo que está próximo ao fim da vida e faz um
retrospecto agoniante, confrontando o muito que espera e o nada que tem nas
mãos.
VIAGEM MAIS CURTA PARA A SERRA
Rodovia terá o maior túnel do país e moradores de
Caxias deixarão de pagar pedágio
Vai ficar mais fácil e seguro para o
morador da Baixada subir a serra de Petrópolis. Além disso,
a população vai ganhar uma área ecoturística entre Caxias
e a cidade serrana. Para isso, será necessária a construção do maior túnel do
Brasil e a ampliação de estrada que liga os dois municípios. Os planos estão na
fase final de elaboração pela Concer, concessionária que administra a BR – 040
(Rio-Juiz de Fora). Para concretizar o projeto, serão investidos cerca de R$
650 milhões.
O
projeto prevê a remoção da praça de pedágio, passando de KM 104 para o KM 102,
liberando os 55 mil moradores de Xerém da taxa, que vem sendo cobrado desde
1996.
A
rodovia vai ganhar uma nova pista de subida da Serra e o túnel terá quase cinco
quilômetros de extensão, entre Belvedere e a comunidade de Duarte da Silveira,
para encurtar o trajeto e reduzir o tempo de viagem em cinco minutos, até
Petrópolis.
(Jornal O dia, 07/11/2010. Geraldo Perelo)
07. De
acordo com o texto, vai ficar mais fácil e seguro para o morador da Baixada
subir a serra de Petrópolis graças
(A) A
criação de uma área ecoturística entre Caxias e a cidade serrana.
(B) A
criação do maior túnel do Brasil e à ampliação de estrada.
(C) A
remoção da estrada do pedágio.
(D) A
construção de uma nova pista de subida da serra.
O DESENHISTA
A professora pegou Joãozinho na sala
de aula desenhando caricaturas de seus amiguinhos. Tomou seu caderno e disse:
– Vamos mostrar para a diretora e ver
o que ela acha disso!
Chegando na sala da diretora, após esta
olhar com atenção para os desenhos, exclamou:
– Muito bonito isso, não é, seu
Joãozinho?
Respondeu Joãozinho com a maior
naturalidade do mundo:
– Bonito e bem desenhado. Na verdade,
eu sempre soube que era um grande artista, mas a modéstia me impedia de falar
sobre o assunto. Mas agora, vindo da senhora, sei que é sincero, por isso fico
muito contente!
sitededicas.uol.com.br, 19 de maio de 2008.
08. O
que Joãozinho estava desenhando?
(A) Os
amiguinhos
(B) A
professora
(C) Os artistas.
(D) A diretora
Respostas: 01- (A), 02 – (D), 03 – (C), 04 –
(A), 05 – (A), 06 – (A), 07 – (B), 08 – (A).
EXERCÍCIO 02
Os exercícios que
seguem abaixo estão relacionados aos descritores 2 e 3.
POR QUE TODO MUNDO USAVA PERUCA NA EUROPA DOS SÉCULOS
XVII E XVIII?
Não era todo mundo, apenas os
aristocratas. A moda começou com Luís XIV (1638-1715), rei da França. Durante
seu governo, o monarca adotou a peruca pelo mesmo motivo que muita gente usa o
acessório ainda hoje: esconder a calvície. O resto da nobreza gostou da ideia e
o costume pegou. A peruca passou a indicar, então, as diferenças sociais entre
as classes, tornando-se sinal de status e prestígio. Também era comum espalhar
talco ou farinha de trigo sobre as cabeleiras falsas para imitar o cabelo
branco dos idosos. Mas, por mais elegante que parecesse ao pessoal da época, a
moda das perucas também era nojenta.
“Proliferava todo tipo de bicho, de
baratas a camundongos, nesses cabelos postiços”, afirma o estilista João Braga,
professor de História da Moda das Faculdades SENAC, em São Paulo. Em 1789, com
a Revolução Francesa, veio a guilhotina, que extirpou a maioria das cabeças com
perucas. Símbolo de uma nobreza que se desejava exterminar, elas logo caíram em
desuso. Sua origem, porém, era muito mais velha do que a monarquia francesa.
No Egito antigo, homens e mulheres de
todas as classes sociais já exibiam adornos de fibra de papiro – na verdade,
disfarce para as cabeças raspadas por causa de uma epidemia de piolhos. Hoje,
as perucas de cachos brancos, típicas da nobreza europeia, sobrevivem apenas
nos tribunais ingleses, onde compõem a indumentária oficial dos juízes.
01. No
trecho “... elas logo caíram
em desuso. ” (ℓ. 13), o pronome em destaque retoma
(A) diferenças.
(B) cabeleiras.
(C) perucas.
(D) classes sociais.
DIA
DO PROFESSOR DE ANACOLUTOS
Levantei-me, corri a pegar o giz, aqui
está, professor. Ele me olhou agradecido, o rosto cansado. Já naquela época, o rosto
cansado. Dava aulas em três escolas e ainda levava para casa uma maçaroca de
provas para corrigir.
O aluno preparava-se para sentar, ele,
o olhar fino:
– Aproveitando que o moço está de pé,
me diga: sabe o que é um anacoluto?
É o que dá a gente querer ser legal.
Vai-se apanhar o giz do chão, e o
professor vem e pergunta o que é anacoluto. Por que não pergunta àquela turma
que ficou rindo do bolso traseiro rasgado das calças dele?
– Anacoluto... Anacoluto é...
Anacoluto.
– Pode se sentar. Vou explicar o que é
anacoluto. Muito obrigado por ter apanhado o giz do chão. Estou ficando
enferrujado.
Agora era ele, no bar, tomando café.
– Lembra de mim, professor?
Também estou de cabelos brancos. Menos
que ele, claro.
Com o indicador da mão esquerda acerta
o gancho dos óculos no alto do nariz fino e cheio de pintas pretas e veiazinhas
azuladas, me encara, deve estar folheando o livro de chamada, verificando um a
um o rosto da cambada da segunda fila da classe.
– Fui seu aluno, professor!
DIAFÉRIA, Lourenço. O imitador de gato. 2ª ed. São
Paulo: Ática, 2003. Fragmento.
02. A
expressão destacada em “Estou ficando
enferrujado” (ℓ. 12), tem o mesmo sentido de
(A) contrair doenças.
(B) estar preguiçoso.
(C) ser descuidado.
(D) ser esquecido.
POLUIÇÃO
DA ÁGUA
O papel de chiclete jogado ali, a
garrafa de plástico aqui, a lata de refrigerante acolá. No primeiro temporal,
as chuvas levam esse lixo para bueiros e depois para algum rio que atravessa a
cidade. Quem não viu um monte dessas coisas flutuando na água?
Mas essa é a poluição que enxergamos.
A que não vemos é causada pelo esgoto das residências, que lança nos rios, além
de dejetos, restos de comida e um tipo de bactéria que deles se alimenta: são
as chamadas bactérias aeróbicas, que consomem oxigênio e acabam com a vida
aquática, além de causarem problemas de saúde se ingeridas.
Outro problema são as indústrias
localizadas nas margens dos rios e lagos. Só recentemente foram criadas leis
para obrigá-las a tratar o esgoto industrial, a fim de diminuir a quantidade de
poluentes químicos que elas despejam nas águas e que foram responsáveis pela
“morte de muitos rios e lagos de todo o mundo”.
Poluição Ambiental – Revista da Lição de Casa. In:
O Estado de S. Paulo, encarte 5, p. 4-5 – adaptado.
03. No
trecho “A que não vemos é causada
pelo esgoto das residências,“ a palavra destacada refere-se à
(A) bactéria.
(B) comida.
(C) garrafa.
(D) poluição.
UM
PÉ DE QUÊ?
Antes de existir a cidade de Belém,
vivia lá uma tribo que sofria de falta de alimentos. Por isso, o cacique
mandava sacrificar todas as crianças que nasciam. Por ironia do destino, sua
filha, Iaçá, ficou grávida. Quando a criança nasceu, foi sacrificada. Durante
dias, Iaçá rogou a tupã uma solução para acabar com o sacrifício das crianças.
Foi quando ouviu um choro de um bebê do lado de fora de sua tenda. Era sua
filha sorridente ao pé de uma palmeira. Iaçá correu para abraçá-la, mas acabou
dando de cara com a palmeira. Iaçá ficou ali chorando até morrer. No dia
seguinte, o cacique encontrou Iaçá morta, agarrada à palmeira, olhando
fixamente para as frutinhas pretas. Ele as apanhou, amassou e fez delas um
vinho vermelho encarnado. Para os índios, aquilo eram as lágrimas de sangue de
Iaçá. Por isso, açaí, em tupi, quer dizer “fruto que chora”.
O açaí virou o prato principal dos
índios da região. Depois, foram chegando os portugueses, os nordestinos, os
japoneses. E o que se diz é que eles só ficaram porque experimentaram açaí.
Almanaque Brasil Socioambiental 2008. 2ª ed. São
Paulo. Outubro, 2007. Fragmento.
04. No
trecho “Iaçá correu para abraçá-la, ...” (l.6), no texto, o pronome em destaque
refere-se à
(A) criança.
(B) tenda.
(C) filha.
(D) palmeira.
WALL-E
Definitivamente, Wall-E não deve ser
‘vendido’ como um filme para crianças. Não que não possa agradá-las, mas
certamente é um filme mais interessante para os adultos.
Numa animação muito bem-feita, o
pequeno Wall-E mostra suas aventuras entre a solidão e o amor, e nos leva a
pensar sobre os destinos da humanidade talvez muito mais próximos que os 700
anos que nos distanciam da época retratada no filme. Mesmo que não soe muito
inédito ou tão profundo, é muito boa a crítica ao comportamento dos humanos (e
“não humanos”) confinados numa grande espaçonave onde o que mais importa são
robôs e consumo – não necessariamente nesta ordem.
A produção é supercaprichada, o filme
tem excelentes cenas (em especial as sequências que citam – e mostram – “Hello,
Dolly”) e até emociona. Mas não “arrebata”. Saí do cinema muito feliz com o que
vi, mas não consegui “abraçar” o filme ao ponto de inseri-lo no rol de minhas
animações favoritas. Mas talvez seja necessário revê-lo para “mastigá-lo”
melhor…
De qualquer forma, fica a
recomendação. Mesmo com tantas aspas e sem tantos elogios efusivos, tanto o
filme quanto o Wall-E personagem merecem ser assistidos. Um belo filme.
05. No
trecho “... talvez seja necessário revê-lo para ‘mastigá-lo’ melhor…” (ℓ. 15), a expressão em destaque tem o mesmo
sentido de
(A) triturar.
(B) saborear.
(C) repetir.
(D) examinar.
REALIDADE
COM MUITA FANTASIA
Nascido em 1937, o gaúcho Moacyr
Scliar é um homem versátil: médico e escritor, igualmente atuante nas duas
áreas. Dono de uma obra literária extensa, é ainda um biógrafo de mão cheia e
colaborador de diversos jornais brasileiros. Seus
livros para jovens e adultos são sucesso de público e de
crítica e alguns já foram publicados no exterior.
Muito atento às situações-limite que
desagradam à vida humana, Scliar combina em se os textos indícios de uma
realidade bastante concreta com cenas absolutamente fantásticas. A convivência
entre realismo e fantasia é harmoniosa e dela nascem os desfechos
surpreendentes das histórias. (...)
(...) Em sua obra, são frequentes
questões de identidade judaica, do cotidiano da medicina e do mundo da mídia,
como, por exemplo, acontece no conto “O dia em que matamos James Cagney”. Para
gostar de ler, volume 27. Histórias sobre Ética: Ática, 1999.
06. A
expressão destacada “é ainda um
biógrafo de mão cheia” significa que Scliar é:
(A) crítico e detalhista.
(B) criativo e inconsequente.
(C) habilidoso e talentoso.
(D) inteligente e ultrapassado.
O
HOMEM DO OLHO TORTO
No sertão nordestino, vivia um velho chamado Alexandre.
Meio caçador, meio vaqueiro, era cheio de conversas - falava cuspindo,
espumando como um sapo cururu. O que mais chamava a atenção era o seu olho
torto, que ganhou quando foi caçar a égua pampa, a pedido do pai. Alexandre
rodou o sertão, mas não achou a tal égua. Pegou no sono no meio do mato e,
quando acordou, montou num animal que pensou ser a égua. Era uma onça. No corre-corre,
machucou-se com galhos de árvores e ficou sem um olho. Alexandre até que tentou
colocar seu olho de volta no buraco, mas fez errado. Ficou com um olho torto.
RAMOS, Graciliano. História de Alexandre. Editora
Record. In Revista Educação, ano 11, n. 124, p. 14.
Leia novamente a frase abaixo.
“Alexandre rodou o sertão, mas não achou a tal égua. ”
07. Nessa
frase, RODOU significa
(A) Percorreu.
(B) rodopiou.
(C) analisou.
(D) girou.
Respostas:
01 – (C), 02 – (C), 03 – (D), 04 – (C), 05 – (D),
06 – (C), 07 – (A).
EXERCÍCIO
03
Os exercícios que vêm logo abaixo estão relacionados ao
descritor 4.
Pode
dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no
desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram,
eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na
pesca, em determinados ofícios 5 mecânicos e na criação do gado. Dificilmente
se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos
canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e
que pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância e
fiscalização de estranhos. (Sérgio Buarque de
Holanda, in Raízes)
01. Infere-se do texto que os antigos moradores da terra
eram
(A) os portugueses.
(B) os negros.
(C) os índios.
(D) tanto os índios quanto os negros.
O
HOMEM QUE ENTROU PELO CANO
Abriu a torneira e entrou pelo
cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acostumou. E, com
a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares.
Vez ou outra, um desvio, era uma secção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que
tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de
mulher. Uma criança brincava. Ficou na torneira, à espera que abrissem.
Então percebeu que as engrenagens
giravam e caiu numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E
a cara da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou:
“Mamãe, tem um homem dentro da pia”.
Não obteve resposta. Esperou, tudo
quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo esgoto.
Ignácio de Loyola Brandão
02. O conto cria uma expectativa no leitor
pela situação incomum criada pelo enredo. O resultado não foi o esperado porque
(A) a menina agiu como se fosse um fato normal.
(B) o homem mostrou pouco interesse em sair do
cano.
(C) as embalagens da tubulação não funcionaram.
(D) a mãe não manifestou nenhum interesse pelo
fato.
TALITA
“Talita tinha a mania de dar nomes de
gente aos objetos da casa, e tinham de ser nomes que rimassem. Assim, por
exemplo, a mesa era para Talita, Dona Teresa, a poltrona era Vó Gordona, o
armário era o Doutor Mário. A escada era Dona Ada, a escrivaninha era Tia
Sinhazinha, a lavadora era Prima Dora, e assim por diante.
Os pais de Talita achavam graça e
topavam a brincadeira. Então, podiam-se ouvir conversas do tipo:
- Filhinha, quer trazer o jornal que
está em cima da Tia Sinhazinha!
- É pra já, papai. Espere sentado na
Vó Gordona, que eu vou num pé e volto noutro.
Ou então:
- Que amolação, Prima Dora está
entupida, não lava nada! Precisa chamar o mecânico.
- Ainda bem que tem roupa limpa
dentro do Doutor Mário, né, mamãe? E todos riam.
Belinky, Tatiana. A operação do Tio Onofre: uma história policial. São
Paulo: Ática, 1985.
03. A mania de Talita de dar nome de gente
aos objetos da casa demonstra que ela é
(A) curiosa.
(B) exagerada.
(C) estudiosa.
(D) criativa.
O
DRAMA DAS PAIXÕES PLATÔNICAS NA ADOLESCÊNCIA
Bruno foi aprovado por três dos sentidos de Camila: visão, olfato e
audição. Por isso, ela precisa conquistá-lo de qualquer maneira. Matriculada na
8ª série, a garota está determinada a ganhar o gato do 3º ano do Ensino Médio
e, para isso, conta com os conselhos de Tati, uma especialista na arte da
azaração. A tarefa não é simples, pois o moço só tem olhos para Lúcia justo a
maior “crânio” da escola. E agora, o que fazer? Camila entra em dieta espartana
e segue as leis da conquista elaboradas pela amiga.
(REVISTA ESCOLA, março
2004, p. 63)
04. Pode-se deduzir
do texto que Bruno
(A)
chama a atenção das meninas.
(B)
é mestre na arte de conquistar.
(C)
pode ser conquistado facilmente.
(D)
tem muitos dotes intelectuais.
O
AVARENTO
Um avarento possuía uma barra de
ouro, que mantinha enterrada no chão. Todos os dias ia lá dar uma olhada.
Um dia, descobriu que a
barra fora roubada, e começou a se descabelar e a se lamentar aos brados.
Um vizinho, ao vê-lo naquele estado,
disse:
__ Mas para que tanta tristeza?
Enterre uma pedra no mesmo lugar e finja que é de ouro. Vai dar na mesma, pois
quando o ouro estava aí você não o usava pra nada!
(Esopo. In: O livro das virtudes – O compasso
moral, 1996)
05. O provérbio que pode ser associado
ao texto é
(A) “Nem tudo que reluz é ouro.”
(B) “Água mole em pedra dura, tanto bate até que
fura.”
(C) “Quem tudo quer, tudo perde.”
(D) “Em terra de cego, quem tem um olho é rei.”
O
PAVÃO
E considerei a glória de um pavão
ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo
livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há
pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta como
em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do
grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água
e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o
amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira
em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de
glórias e me faz magnífico.
(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de
Janeiro: Record, 1996, p. 120)
06.
No 2º parágrafo do texto, a expressão: ATINGIR
O MÁXIMO DE MATIZES, significa o artista:
(A)
fazer refletir, nas penas do pavão, as cores do arco-íris.
(B)
conseguir o maior número de tonalidades.
(C)
fazer com que o pavão ostente suas cores.
(D)
fragmentar a luz nas bolhas d’água.
O
CÃO E O OSSO
Autor desconhecido
Um dia, um cão, carregando um osso na
boca, ia atravessando uma ponte. Olhando para baixo, viu sua própria imagem
refletida na água. Pensando ver outro cão, cobiçou-lhe logo o osso que este
tinha na boca, e pôs-se a latir. Mal, porém, abriu a boca, seu próprio osso
caiu na água e perdeu-se para sempre.
07.
De acordo com o texto, qual dos provérbios abaixo sintetiza a ideia do texto?
(A) “Mais vale um pássaro na mão do que dois
voando!”
(B) “Mais vale um vizinho próximo do que um irmão
distante.”
(C) "A quem sabe esperar o tempo abre as
portas."
(D) "Bondade em balde é devolvida em
barril."
[...]
Além do tempo perdido, do gasto excessivo de combustível
e do aumento da poluição, esse trânsito maltrata as pessoas: a ansiedade de
chegar logo acusa acidez no estômago; ficar sentado muito tempo causa dores nas
articulações; inalar poluentes dá sonolência, dor de cabeça e problemas
respiratórios.
[...]
08.
O segundo parágrafo começa com a expressão ''Além
do tempo perdido''. Com essa expressão o autor pretendeu:
(A)
fazer uma ressalva.
(B)
contrastar opiniões.
(C)
indicar um acréscimo.
(D)
introduzir uma concessão.
PORQUINHO-DA-ÍNDIA
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
Manuel Bandeira
09.
Na frase “Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas”, o menino quer
dizer que o porquinho
(A) não gostava dele.
(B) só queria ficar na sala.
(C) não ligava para as delicadezas dele.
(D) gostava de lugares bonitos e limpinhos.
NOME, COLEIRA E
LIBERDADE
Eu sempre me orgulhei da condição de vira-lata.
Sempre fui um cachorro de focinho para cima.
Fujo de pedrada, que eu não sou besta
Fujo de automóvel, que não sou criança.
Trato gente na diplomacia: de longe!
Não me deixo tapear.
Comigo não tem “não-me-ladres”...
Se preciso, eu ladro e mordo!
E coleira, aceitar eu não aceito, de jeito nenhum!
Quando vejo certos colegas mostrando com orgulho aquela
rodela imbecil no
pescoço, como se fosse não coleira, mas colar, chego a
ter vergonha de ser cão.
Palavra de honra!
A coleira é o dono!
A coleira é escravidão!
Coleira é o adeus à liberdade!
Dirão vocês: a coleira pode livrar o cachorro da
carrocinha.
Posso falar com franqueza?
Cachorro que não sabe fugir da carrocinha pelas próprias
patas, que não é capaz de autografar a canela de um caçador com os próprios
dentes, não tem direito de ser cão.
E é por isso que eu sempre fui contra o nome que os
homens me impingem.
Porque é símbolo, também, de escravidão.
LESSA, Orígenes. Podem me chamar de bacana. Rio de
Janeiro: Tecno print, 1977, p. 25-28
10. No texto, o cão é
(A) covarde.
(B) livre.
(C) tolo.
(D) envergonhado.
UAU!
Ulisses Tavares
Fiquei olhando, perguntando,
Sondando, assuntando,
ciscando você.
E quando dei por mim...
Já estava amando.
11. De acordo com o poema, o eu lírico
faz inferência
(A) ao processo de conquista pelo
personagem.
(B)
a observância da paquera não correspondida.
(C)
a conquista da pessoa amada.
(D)
a importância da situação amorosa.
O
SÁBIO
Havia
um pai que morava com suas duas jovens filhas, meninas muito curiosas e
inteligentes. Suas filhas sempre lhe faziam muitas perguntas.
Algumas,
ele sabia responder. Outras, não fazia a mínima ideia da resposta.
Como
pretendia oferecer a melhor educação para as suas filhas, as enviou para passar
as férias com um velho sábio que morava no alto de uma colina. Este, por sua
vez, respondia a todas as perguntas, sem hesitar.
Já
muito impacientes com essa situação, pois constataram que o tal velho era
realmente sábio, resolveram inventar uma pergunta que o sábio não saberia
responder.
Passaram-se
alguns dias e uma das meninas apareceu com uma linda borboleta azul e exclamou
para a sua irmã:
–
Dessa vez o sábio não vai saber a resposta!
– O
que você vai fazer? Perguntou a outra menina.
–
Tenho uma borboleta azul em minhas mãos. Vou perguntar ao sábio se a borboleta
está viva ou está morta. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la
rapidamente, esmagá-la e, assim, matá-la. Como consequência, qualquer resposta
que o velho nos der, vai estar errada.
As
duas meninas foram, então, ao encontro do sábio que se encontrava meditando sob
um eucalipto na montanha. A menina aproximou-se e perguntou:
–
Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me, sábio, ela está viva ou morta?
Calmamente,
o sábio sorriu e respondeu:
–
Depende de você... Ela está em suas mãos.
Enviado por Josefa Prieto Andres. *Adaptado:
Reforma Ortográfica.
12.
O velho da história era
(A) curioso.
(B) impaciente.
(C) calmo.
(D) inteligente.
Respostas:
01- (C), 02- (D), 03- (D), 04- (A), 05- (C), 06-
(D), 07- (A), 08- (C), 09- (C), 10- (B), 11- (C), 12- (D)
EXERCÍCIO
04
Os exercícios propostos abaixo estão
relacionados aos descritores 5 e 6.
(A) assustadoras.
(B) corriqueiras.
(C) curiosas.
(D) naturais.
(A) A
desvalorização do ensino público.
(B) A
palavra frequente não tem mais trema.
(C) O
descaso do ensino público.
03. A fim de propor uma campanha publicitária às avessas, a
charge emprega
os seguintes
recursos, exceto
(A) Exige a leitura de texto verbal e não-verbal para ser perfeitamente
compreendida.
(B) Menciona uma qualidade atribuída à marca por meio da publicidade
oficial.
(C) Associa contextos diferentes em cada período: o bíblico, no primeiro e o
contemporâneo, no segundo.
04. De acordo com o gráfico, o grupo de pessoas que mais
sofrem com a violência são
(A) Idosos com 60 anos.
(B) Crianças de até 12 anos.
(C) Adolescentes de 13 até 18 anos.
(D) Jovens de 19 até 29 anos.
MENINA
BONITA DO LAÇO DE FITA
(Ana Maria Machado)
Era uma vez uma menina linda,
linda. Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos
enroladinhos e bem negros. A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da
pantera negra na chuva. Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no
cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma
princesa das terras da África, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos
vermelhos e focinho nervoso
sempre tremelicando. O coelho achava à menina a pessoa mais linda que
ele tinha
visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e
linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e
perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu
segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando
era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta
e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e
lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou
outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu
segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era
pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o
sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo
para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba
quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba
até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi
fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada
preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou
outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo
pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de
feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se
meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que
a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece
sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos.
E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que
nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma
coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de
filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não
para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de
preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe,
afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no
pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu
segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...
05.
Com base na leitura do texto, pode-se concluir que nele o tema central é
(A)
a diversidade étnico-cultural brasileira, valorizando a cor negra.
(B)
o mito do embranquecimento, uma vez que o coelho era bem branquinho.
(C)
a paixão do coelho branquinho por uma coelhinha escura como a noite.
(D)
as mentiras contadas pela menina negra para enganar o coelhinho.
Leia o texto abaixo.
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo
princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a
minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas
considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou
propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi
outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.
Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo:
diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (Machado de Assis, in
Memórias Póstumas de Brás Cubas).
06. Pode-se afirmar, com base nas ideias
do autor-personagem, que se trata
(A) de um texto jornalístico.
(B) de um texto religioso.
(C) de um texto científico.
(D) de um texto autobiográfico.
A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França,
durante a Segunda Grande guerra: um jovem tinha um Cachorro que todos os dias,
pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco
antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na
maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila
inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e
ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos.
Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que
seu dono apontava lá longe. Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem
foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente
até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao
menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que
anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até
chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio
preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no
pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo,
distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando àquela hora ele disparava para o
compromisso assumido, todos os dias. Todos os dias, com o passar dos anos (a
memória dos homens!) As pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não
voltou. Casou-se a noiva com um primo. os familiares voltaram-se para outros familiares.
Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o
jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas
quem esse cachorro está esperando? … Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o
focinho voltado para aquela direção. Lygia
Fagundes Telles. A disciplina do amor.
07. O texto trata, principalmente
(A) do comportamento do cão.
(B) do carinho que as pessoas o tinham.
(C) da memória do jovem convocado para a guerra.
(D) dos familiares do jovem rapaz.
HOMEM DE MEIA-IDADE
(LENDA CHINESA)
Havia outrora um homem de
meia-idade que tinha duas esposas. Um dia, indo visitar a mais jovem, esta lhe
disse:
- Eu sou moça e você é velho; não
gosto de morar com você. Vá habitar com sua esposa mais velha.
Para poder ficar, o homem arrancou
da cabeça os cabelos brancos. Mas, quando foi visitar a esposa mais velha, esta
lhe disse, por sua vez:
-Eu sou velha e tenho a cabeça
branca; arranque, pois, os cabelos pretos que tem.
Então o homem arrancou os cabelos
pretos para ficar de cabeça branca. Como repetisse sem tréguas tal
procedimento, a cabeça tornou-se-lhe inteiramente calva. A essa altura, ambas
as esposas acharam-no horrível e ambas o abandonaram. (Aurélio Buarque de
Holanda Ferreira)
08.
A ideia central do texto é
(A) o problema da calvície masculina.
(B) a impossibilidade de agradar a todos.
(C) a vaidade dos homens.
(D) a insegurança na meia-idade.
FUGINDO DO HOSPITAL
O visitante vai passando
pelo corredor do hospital, quando vê o amigo saindo disparado, cheio de tubos,
da sala de cirurgia:
__ Aonde é que você vai,
rapaz?!
__ Tá louco, bicho, vou
cair fora!
__ Mas, qual é, rapaz?! Uma
simples operação de apendicite! Você tira isso de letra.
E o paciente:
__ Era o que a enfermeira
estava dizendo lá dentro: “Uma operaçãozinha de nada, rapaz! Coragem! Você tira
isso de letra! Vai fundo, homem!”
__ Então, por que você está
fugindo?
__ Porque ela estava
dizendo isso era pro médico que ia me operar!
(Ziraldo. As melhores anedotas
do mundo. Rio de Janeiro; Globo, 1988, p. 62.)
09.
O assunto principal do texto é
(A) O rapaz tem medo de cirurgia.
(B) Pela fala da enfermeira o rapaz
imaginou que o médico fosse fazer outra coisa.
(C) Um rapaz não quer submeter-se a
uma operação de apendicite porque o médico é inexperiente.
(D) O rapaz quando viu os
utensílios cirúrgicos ficou com medo e fugiu.
Leia o texto abaixo.
Menino que mora
num planeta As pessoas passeiam de mãos dadas
azul feito a
cauda de um cometa
E costumam rir à toa.
quer se
corresponder com alguém
Nesta galáxia ninguém faz a morte,
de outra
galáxia.
ela acontece
naturalmente,
Neste planeta
onde o menino mora
como o sono depois da festa.
as coisas não vão
tão bem assim: Os
habitantes não mentem
o azul está
ficando desbotado e por isso os seus olhos
e os homens
brincam de guerra.
brilham como riachos.
É só apertar um
botão
O habitante da outra galáxia
que o planeta
Terra vai pelos ares...
aceita trocar selos e figurinhas
Então o menino
procura com urgência e pede
ao menino
alguém de outra
galáxia
que encha os bolsos de esperanças,
para trocarem
selos, figurinhas
e não só os bolsos, mas também as mãos,
e
esperanças.
e os cabelos, a voz, o coração,
Habitante de
outra galáxia
que a doença do planeta azul
Aceita
corresponder-se com o menino ainda tem solução.
Do planeta
azul.
(Roseana Murray)
O mundo deste
habitante é todo
Feito de vento e
cheira a jasmim.
Não há fome nem
há guerra,
E nas tardes
perfumadas
10. O tema central do texto é
(A) a solidão das crianças de nosso
tempo.
(B) a comunicação entre todos os povos.
(C) a vida em outras distantes galáxias.
(D) a poluição e as guerras em nosso
planeta.
Respostas: 01- (A), 02- (B), 03- (B), 04- (D), 05- (), 06- (D), 07- (A), 08- (B), 09- (C), 10- (D)
OS FILHOS PODEM
DORMIR COM OS PAIS?
Leia o conto a
seguir, de Lygia
Fagundes Telles.
A DISCIPLINA DO AMOR
EXERCÍCIO 05
Os exercícios que seguem abaixo estão
todos relacionados ao descritor 7.
RECEITAS DA VOVÓ
Lembra aquela receita
que só sua mãe ou sua avó sabem fazer? Pois saiba que, além de gostoso, esse
prato é parte importante da cultura brasileira. É verdade. Os cadernos de receita são registros
culturais. Primeiro, porque resgatam antigas tradições, sejam familiares ou
étnicas. Além disso, mostram como se fala ou se falava em determinada
região. E ainda servem como passagens de
tempo, chaves para alcançarmos memórias emocionais que a gente nem sabia que
tinha (se você se lembrou do prato que sua avó ou sua mãe fazia, você sabe do
que eu estou falando).
01. A tese defendida pelo autor do texto é de que as receitas
culinárias
(A) Fazem com que
lembremos a nossa infância.
(B) Resgatam nossas
tradições familiares ou étnicas.
(C) São as que só
nossas mães ou avós conhecem.
(D) São uma parte
importante da cultura brasileira.
Leia o texto abaixo.
SÃO
PAULO BUSCA SOLUÇÕES PARA EVITAR COLAPSO SOCIOAMBIENTAL
Debates realizados na capital
paulista para discutir a crise socioambiental
no Brasil destacam
desmatamento e exploração não sustentável da Amazônia.
Como era de se esperar, o
desmatamento e a exploração não sustentável
da região Amazônica
dominaram os debates. Afinal, São Paulo é o maior centro urbano do país e o
maior consumidor, processador e distribuidor dos produtos extraídos da
Amazônia, como madeira, carne e soja.
Ao governo coube a exposição de
medidas a serem adotadas para a preservação e a exploração sustentável da
Amazônia. O Movimento Nossa São Paulo e o Fórum Amazônia Sustentável
organizaram o seminário “Conexões Sustentáveis: São Paulo-Amazônia”, iniciativa
da qual o Instituto Akatu participa para discutir o viés socioambiental das
relações comerciais entre as duas regiões.
Dados do Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e de Recursos Naturais
Renováveis (Ibama)
apontam que, desse volume, 23% vêm para o estado de
São Paulo, o que
representa mais que a soma dos dois Estados que aparecem em segundo lugar
(Paraná e Minas Gerais), com 11% cada. Disponível
em: <http://www.akatu.org.br/central/
especiais/2008/sao-paulo-busca-solucoespara-evitar-colapso-socioambiental>.
Acesso em 11 ago. 2009.
02. A tese do texto está presente no
(A) desmatamento e na exploração sustentável da Amazônia.
(B) debate sobre o desmatamento e a exploração não sustentável da
Amazônia.
(C) processo e na distribuição dos produtos extraídos da Amazônia, como
madeira, carne e soja.
(D) viés socioambiental das relações comerciais inexistentes entre São
Paulo e Amazonas.
O OURO DA BIOTECNOLOGIA
Até os bebês sabem que o patrimônio natural do Brasil é
imenso. Regiões como a Amazônia,
o Pantanal e a Mata
Atlântica – ou o que restou dela – são invejadas no mundo todo por sua
biodiversidade. Até mesmo ecossistemas como o do cerrado e o da caatinga têm
mais riqueza de fauna e flora do que se costuma pensar. A quantidade de água
doce, madeira, minérios e outros bens naturais é amplamente citada nas escolas,
nos jornais e nas conversas. O problema é que tal exaltação ufanista
("Abençoado por Deus e bonito por natureza”) é diretamente proporcional à
desatenção e ao desconhecimento que ainda vigoram sobre essas riquezas.
Estamos entrando numa era em que,
muito mais do que nos tempos coloniais (quando pau brasil, ouro, borracha etc.
eram levados em estado bruto para a Europa), a exploração comercial da natureza
deu um salto de intensidade e refinamento. Essa revolução tem um nome:
biotecnologia. Com ela, a Amazônia, por exemplo, deixará em breve de ser uma
enorme fonte “potencial" de alimentos, cosméticos, remédios e outros os
subprodutos: ela o será de fato – e de forma sustentável. Outro exemplo: os
créditos de carbono, que terão de ser comprados do Brasil por países que poluem
mais do que podem, poderão significar forte entrada de divisas.
Com sua pesquisa científica carente,
indefinição quanto à legislação e dificuldades nas questões de patenteamento, o
Brasil não consegue transformar essa riqueza natural em riqueza financeira.
Diversos produtos autóctones, como o cupuaçu, já foram registrados por
estrangeiros – que nos obrigarão a pagar pelo uso de um bem original daqui,
caso queiramos (e saibamos) produzir algo em escala com ele. Além disso, a
biopirataria segue crescente. Até mesmo os índios deixam que plantas e animais
sejam levados ilegalmente para o exterior, onde provavelmente serão vendidos a
peso de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda onde provavelmente serão
vendidos a peso de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda para a nova
realidade econômica global, ou continuará perdendo dinheiro como fruta no chão.
Daniel Piza. O Estado de S. Paulo.
03. O texto defende a tese de que
(A) a Amazônia é fonte “potencial” de riquezas.
(B) as plantas e os animais são levados
ilegalmente.
(C) o Brasil desconhece o valor de seus bens
naturais.
(D) os bens naturais são citados na escola.
Leia o texto.
CASA
MAL ASSOMBRADA
Eram duas e meia da
manhã quando Levi, Antônio e Arnaldo andavam pelas calçadas sujas de sua
cidade. Estavam vagando a mais três horas sem nada pra fazer, Levi odiava fazer
isso, preferia estar em casa assistindo TV e comendo, mas sempre acompanhava os
amigos porque não gostava de ficar sozinho. Chegaram à antiga estação de trem
da cidade que já desativada havia muitos anos.
“Vamos embora daqui, eu
odeio esse lugar” – pediu Levi tentando não parecer aterrorizado.
“Deixe de ser medroso” –
respondeu Arnaldo. “Vamos até a casa abandona da colina e dar uma olhada, estou
precisando de uma aventura.” – completou ele com a voz excitada.
Antônio riu e começou a
andar em direção a casa, os outros dois o seguiram. Chegaram ao portão de
entrada e olharam aquela imensa construção, era linda e tenebrosa ao mesmo
tempo.
Os três jamais viram
alguém morando naquele lugar, o dono da propriedade a trancou a mais de
cinquenta anos e não voltou mais, nunca vendeu ou alugou. Os moradores da
região até evitavam passar perto com medo, diziam que o lugar era assombrado.
Anos atrás o filho do
prefeito daquela cidade estava se casando com uma moça que morava ali. No dia
do casamento, a melhor amiga da noiva a levou para a casa do prefeito dizendo
que queria mostrar-lhe algo. Chegando lá elas sobem até o quarto onde o noivo
dormia e o encontram na cama com outra mulher. Em um momento de desespero a
noiva desce até a cozinha pega uma faca e mata o noivo e a amante. Momentos
depois, ela não conteve a agonia e enfiou a faca em seu coração. Supostamente
os fantasmas dos três ficaram na casa onde diz à lenda que o fantasma da noiva
tortura os outros dois.
Arnaldo foi o primeiro a
entrar, pulou o portão e foi em direção a casa. Olhou para trás e viu os outros
dois pulando também e continuou até chegar à porta. Levi ficou parado no meio
do caminho.
“Eu não entro ai, estou
sentindo mal, alguma coisa me diz que a gente deveria ir embora.” – disse o
rapaz com voz tremula.
Os outros dois não deram
importância. Voltaram-se para casa e olharam pela janela. Eles se espantaram
porque podiam ver muito bem o que tinha dentro da casa somente com a iluminação
da lua que entrava pelas janelas. A sala de entrada era enorme e toda a mobília
parecia estar lá, porem coberta com lençóis.
“Opa, a porta da frente
está aberta.” – Disse Antônio já abrindo a porta.
Os dois entraram, o
lugar era lindo, descobriram alguns móveis e viram que estava tudo intacto,
parecia que alguém estava cuidando de tudo. Antônio decidiu subir para o
próximo andar e ver se achava algo interessante. Arnaldo foi ver outro cômodo.
Momentos depois Arnaldo escuta Antônio descendo as escadas.
“Vamos embora, Levi está
nos esperando lá fora.” – Gritou Arnaldo para que seu amigo pudesse escutá-lo.
Antônio não respondeu,
Arnaldo se virou para ir até a saída e deu de cara com alguém, não pode ver
quem era porque a luz vinha de trás da pessoa então só via a silhueta. Uma
coisa ele tinha certeza, estava vestida de noiva. Seu corpo congelou então ele
riu tentando disfarçando o susto.
“Muito boa essa Antônio,
quase me mata de susto. Vamos embora, já tive muito pra uma noite, esse lugar
esta me dando arrepios.” – disse Arnaldo irritado.
Antônio continuou calado.
Arnaldo ficou inquieto olhando o suposto amigo e começou a andar em sua
direção, a silhueta também se movia ao seu encontro. Algo mudou na visão de
Arnaldo, parecia que a silhueta puxou uma faca de lado e ele começou a ficar
preocupado e parou de andar.
“Brincadeira tem limite
Antônio.” – gritou ele.
A silhueta também parou
de andar, a luz da lua iluminou seu rosto e Arnaldo gritou. A imagem o
aterrorizou e ele se arrependeu de ter entrado na casa. Ali na sua frente
estava o fantasma da noiva, seu rosto podre e olhos vazios não expressavam
sentimento e mesmo assim ele sentiu que ela o ia matar.
“Antônio!” – foi à única coisa que ele
conseguiu gritar, pois o terror o mantinha congelado e sem ar.
Antônio desceu as
escadas rapidamente, quando viu a cena correu direto pra porta gritando. A
porta estava trancada, ele a esmurrava, chutava e puxava, mas ela não abria.
Levi estava bem perto, mas parecia que não via ou escutava nada. A noiva não
deu muita atenção a ele e continuava a encarar Arnaldo que por sua vez correu
para ajudar o amigo com a porta.
“Você pensou que iria
escapar de mim por toda eternidade querido?” – disse o fantasma se aproximando
dos dois.
A noiva agarrou Arnaldo
pelo cabelo e apunhalou no coração. O rapaz ficou agonizando por um tempo
enquanto Antônio fazia sua última oração.
“Some daqui você não tem
nada a ver com esse traste.” – disse a noiva enquanto abria a porta.
“Não, por favor Antônio” –
gritou Arnaldo.
Antônio se espantou ao
ver o espírito de Arnaldo sendo segurado pela noiva. Escutou um barulho do
outro lado da sala e viu o fantasma de outra mulher que parecia estar sofrendo
muito. Lembrou-se da lenda daquela casa e então entendeu que seu amigo era a
reencarnação o noivo que de alguma maneira teria escapado da tortura eterna.
Ele correu e levou Levi
embora com ele. Contou a história a todos mais ninguém acreditou. O corpo de
Arnaldo nunca foi encontrado pela polícia que vasculhou toda a casa e os
arredores. Antônio foi internado em um hospício alguns meses depois, dizia
estar sendo assombrado pelos três fantasmas. E quanto a casa, continua lá,
sozinha e sombria, talvez esperando sua visita...
(Gênero textual -
História de Terror. Terça-feira, 18 de agosto de 2009. Posted by Paulo Garcia)
04. No texto, na casa mal assombrada, atualmente defende-se a
ideia de que
(A) o medo ainda se cria em lugares desativados e em casas em
ruínas.
(B) local que há assassinato causa assombração.
(C) as pessoas que morrem, tornam-se fantasmas, causando
medo as outras pessoas.
(D) as histórias de terror provocam medo em quem as escutam.
O MERCÚRIO ONIPRESENTE
(Fragmento)
Os venenos ambientais nunca seguem
regras. Quando o mundo pensa ter descoberto tudo o que é preciso para
controlá-los, eles voltam a atacar. Quando removemos o chumbo da gasolina, ele
ressurge nos encanamentos envelhecidos. Quando toxinas e resíduos são
enterrados em aterros sanitários, contaminam o lençol freático. Mas ao menos
acreditávamos conhecer bem o mercúrio. Apesar de todo o seu poder tóxico, desde
que evitássemos determinadas espécies de peixes nas quais o nível de
contaminação é particularmente elevado, estaríamos bem. [...].
Mas o mercúrio é famoso pela
capacidade de passar despercebido. Uma série de estudos recentes sugere que o
metal potencialmente mortífero está em toda parte — e é mais perigoso do que a
maioria das pessoas acredita.
Jeffrey Kluger. Isto
É. Nº 1927, 27/06/2006, p.114-115.
05. A tese defendida no texto está expressa no trecho
(A) as substâncias tóxicas, em aterros,
contaminam o lençol freático.
(B) o chumbo da gasolina ressurge com a
ação do tempo.
(C) o mercúrio apresenta alto teor de
periculosidade para a natureza.
(D) o total controle dos venenos
ambientais é impossível.
VÍNCULOS, AS EQUAÇÕES DA MATEMÁTICA DA VIDA
Quando você forma um vínculo com alguém, forma uma aliança. Não é à toa
que o uso de alianças é um dos símbolos mais antigos e universais do casamento.
O círculo dá a noção de ligação, de fluxo, de continuidade. Quando se forma um
vínculo, a energia flui. E o vínculo só se mantém vivo se essa energia
continuar fluindo. Essa é a ideia de mutualidade, de troca.
Nessa caminhada da vida, ora andamos de mãos dadas, em sintonia,
deixando a energia fluir, ora nos distanciamos. Desvios sempre existem. Podemos
nos perder em um deles e nos reencontrar logo adiante. A busca é permanente. O
que não se pode é ficar constantemente fora de sintonia. Antigamente, dizia-se
que as pessoas procuravam se completar através do outro, buscando sua metade no
mundo. A equação era: 1/2 + 1/2 = 1.
"Para eu ser feliz para
sempre na vida, tenho que ser a metade do outro." Naquela loteria do casamento,
tirar a sorte grande era achar a sua cara-metade.
Com o passar do tempo, as pessoas foram desenvolvendo um sentido de
individualização maior e a equação mudou. Ficou: 1 + 1 = 1.
"Eu
tenho que ser eu, uma pessoa inteira, com todas as minhas qualidades, meus defeitos,
minhas limitações. Vou formar uma unidade com meu companheiro, que também é um
ser inteiro." Mas depois que esses dois seres inteiros se encontravam, era
comum fundirem-se, ficarem grudados num casamento fechado, tradicional. Anulavam-se
mutuamente.
Com a revolução sexual e os
movimentos de libertação feminina, o processo de individuação que vinha
acontecendo se radicalizou. E a equação mudou de novo: 1 + 1 = 1 + 1.
Era o "cada um na sua". "Eu tenho que resolver os meus
problemas, cuidar da minha própria vida. Você deve fazer o mesmo. Na minha
independência total e autossuficiência absoluta, caso com você, que também é assim."
Em nome dessa independência, no entanto, faltou sintonia, cumplicidade e compromisso
afetivo. É a segunda crise do casamento que acompanhamos nas décadas de 70 e
80.
Atualmente, após todas essas experiências, eu sinto as pessoas
procurando outro tipo de equação: 1 + 1 = 3. Para a aritmética ela pode não ter
lógica, mas faz sentido do ponto de vista emocional e existencial. Existem
você, eu e a nossa relação. O vínculo entre nós é algo diferente de uma simples
somatória de nós dois. Nessa proposta de casamento, o que é meu é meu, o que é
seu é seu e o que é nosso é nosso. Talvez aí esteja a grande mágica que hoje buscamos,
a de preservar a individualidade sem destruir o vínculo afetivo. Tenho que preservar
o meu eu, meu processo de descoberta, realização e crescimento, sem destruir a
relação. Por outro lado, tenho que preservar o vínculo sem destruir a individualidade,
sem me anular.
Acho que assim talvez possamos chegar ao ano 2000 um pouco menos
divididos entre a sede de expressão individual e a fome de amor e de partilhar
a vida. Um pouco mais inteiros e felizes. Para isso, temos que compartilhar com
nossos companheiros de uma verdadeira intimidade. Ser íntimo é ser próximo, é
estar estreitamente ligado por laços de afeição e confiança.
(MATARAZZO, Maria Helena.
Amar é preciso. 22.ed. São Paulo: Editora Gente, 1992. p. 19-21)
06. No texto, no casamento, atualmente, defende-se a
ideia de que
(A) a felicidade está na somatória do casal.
(B) a unidade é igual à soma das partes.
(C) o ideal é preservar o “eu” e o vínculo afetivo.
(D) o melhor é cada um cuidar de sua própria VIDA.
Leia a charge abaixo.
07. Em relação à charge abaixo, infere-se que a tese do
filho em relação ao casamento é:
(A)
O casamento é uma instituição sólida e duradoura.
(B)
As pessoas devem casar-se na adolescência.
(C)
Casar-se cedo é cometer um ato de loucura.
(D)
O casamento é efêmero.
A COMPRA DE ARMAS DEVE SER PROIBIDA?
Estou convencido de que, em
benefício da segurança de todo o povo, o comércio de armas deveria ser bastante
restringido e rigorosamente controlado. Todos os argumentos usados, pelos meios
de comunicação e no Congresso Nacional, em favor da ampla liberdade na venda e
compra de armas procuram esconder o verdadeiro e real objetivo, que é o
comércio de armas, altamente lucrativo e causa das maiores tragédias sociais e
individuais da humanidade. É absolutamente falso dizer que o comércio deve ser livre
para dar segurança aos cidadãos honestos, pois quem tem o dever legal de dar
segurança ao povo é o governo, que recebe impostos e tem gente treinada para
executar essa tarefa, estando realmente preparado para enfrentar criminosos. Se
os organismos policiais são deficientes, o caminho é a mobilização de toda a
sociedade exigindo eficiência – e não a barbárie da autodefesa, que fatalmente
acaba gerando os justiceiros privados, arbitrários e violentos, não trazendo
nenhum benefício para os que não têm dinheiro para comprar armas sofisticadas
nem vocação para matadores. Não me parece necessário chegar ao extremo da
proibição, mas a venda de armas aos cidadãos deveria se restringir a casos
excepcionais, definidos em lei.
Dalmo Dallari – Folha de São Paulo
08. A tese do texto abaixo é
(A) O comércio de armas deveria ser bastante restringido
e rigorosamente controlado.
(B) O comércio deve ser livre para dar segurança aos
cidadãos honestos.
(C) O governo tem o dever legal de dar segurança ao povo.
(D) A liberação do comércio de armas gera justiceiros
privados arbitrários e violentos.
Respostas: 01- (D), 02- (B), 03- (C), 04- (A), 05- (D), 06- (C), 07-
(D), 08- (A)
EXERCÍCIO 06
Os exercícios que seguem abaixo estão todos
relacionados aos descritores 8 e 9.
(FRAGMENTO)
Maria Tereza – Se é eventual, tudo
bem. Quando é sistemático, prejudica a intimidade do casal. De qualquer forma,
é importante perceber as motivações subjacentes ao pedido e descobrir outras
maneiras aceitáveis de atendê-las. Por vezes, a criança está com medo,
insegura, ou sente que tem poucas oportunidades de contato com os pais. Podem
ser criados recursos próprios para lidar com seus medos e inseguranças, fazendo
ela se sentir mais competente.
Pasternak – Este hábito é bem frequente.
Tem a ver com comodismo – é mais rápido atender ao pedido dos filhos que aguentar
birra no meio da madrugada; e com culpa – “coitadinho, eu saio quando ainda
dorme e volto quando já está dormindo”. O que falta são limites claros e
concretos. A criança que “sacaneia” os pais para dormir também o faz para
comer, escolher roupa ou aceitar as saídas familiares.
ISTO É, setembro de 2003 -1772.
01. O argumento usado para mostrar que os pais agem por
comodismo encontra-se na alternativa
(A) a birra na
madrugada é pior.
(B) a criança tem
motivações subjacentes.
(C) o fato é muitas
vezes eventual.
(D) os limites estão
claros.
Leia o texto.
O MENINO MALUQUINHO
Era uma vez um menino
maluquinho significava macaquinhos
no sótão).
Ele tinha o olho maior
que a barriga Ele era um menino
impossível!
tinha vento nos pés
Ele era muito sabido
umas pernas enormes
ele sabia de tudo
(que davam para abraçar
o mundo) a única coisa que ele não sabia
e macaquinhos no sótão
era como ficar quieto.
(embora nem soubesse o
que (Ziraldo
– O Menino Maluquinho)
02. De
acordo com o texto, o autor infere a ideia de que o menino maluquinho era
(A) inquieto.
(B) rápido.
(C) travesso.
(D) muito
esperto.
Leia o conto a
seguir, de Lygia
Fagundes Telles.
A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe. Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando àquela hora ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias. Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!) As pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? … Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
Lygia Fagundes Telles. A disciplina do amor.
03. Qual é a informação principal no texto “A
disciplina do amor”?
(A) A história de um rapaz e um cão.
(B)
A 2ª Guerra e a convocação de um jovem.
(C)
A história do cachorro e seu
comportamento.
(D)
A história de um soldado e a saudade de seus entes queridos.
Leia o texto abaixo:
Cabral
divide a ocupação holandesa em três períodos. O primeiro vai de 1630 a 1637,
quando a resistência local é obrigada a abandonar Pernambuco e os holandeses
passam a controlar os territórios que vão do Ceará à foz do São Francisco (na
divisa entre Alagoas e Sergipe). O segundo compreende os anos de 1637 a 1645,
englobando principalmente o governo de João Maurício de Nassau e o começo da
revolta luso-brasileira (em 1640, Portugal voltou a ser independente da
Espanha). O terceiro vai de 1645 a 1654 e marca a chamada Guerra de restauração.
Esta termina com a expulsão total dos holandeses. Foi exatamente nesse período
que se deram as batalhas de Guararapes.
(CAVALCANTE, Rodrigo, Aventuras na História, ed.
57, abr. 2008).
04. O
trecho que apresenta a informação principal do parágrafo é
(A) “O segundo compreende os anos de 1637 a 1645,
englobando principalmente o governo de João Maurício de Nassau e o começo da
revolta luso-brasileira...”.
(B) “O primeiro vai de 1630 a 1637, quando a
resistência local é obrigada a abandonar Pernambuco e os holandeses passam a
controlar os territórios que vão do Ceará à foz do São Francisco...”.
(C) “Cabral divide a ocupação holandesa em três
períodos”.
(D) “O terceiro vai de 1645 a 1654 e marca a
chamada Guerra de Restauração. Esta termina com a expulsão total dos
holandeses. É nesse período que ocorrem as batalhas de Guararapes”.
A POLUIÇÃO CAUSA O EFEITO ESTUFA
Em primeiro lugar, efeito estufa, por si só, é uma
coisa boa: sem ele, a Terra seria um picolé. O efeito funciona como cobertor de
gases que retêm o calor da luz solar perto da superfície do planeta. Seu
principal causador é o dióxido de carbono, o gás que emitimos quando soltamos o
ar na respiração, e que não tem efeito tóxico nenhum sobre os seres vivos.
Portanto, não dá pra chamá-lo de poluente.
(Revista
Galileu, n° 172.)
05. A principal informação em relação ao texto sobre o
que ocasiona o efeito estufa é
(A) a presença
do dióxido de carbono.
(B) o gás que
soltamos no ar durante a respiração.
(C) a retenção do
calor da luz solar perto da superfície do planeta.
(D) o acúmulo de
gases sob a atmosfera.
Leia o texto abaixo:
“No Antigo Egito, o gato foi honrado e
enaltecido, sendo considerado como um
animal santo. Nesta mesma época, a gata
transformou-se na representação da Deusa
Bastet, fêmea do deus Sol Rá. [...] Na
Europa, o gato se desenvolveu com as conquistas romanas. Ele foi admirado pela
sua beleza e dupla personalidade (ora um selvagem independente, ora um animal
doce e afável), e apreciado ainda no século XI quando o rato negro invadiu a
Europa. No século XIII desenvolveram-se as superstições e o gato passou de
criatura adorada a infernal, associada aos cultos pagãos e à feitiçaria. A
igreja lhe virou as costas. [...] No século XVIII ele voltou majestoso e em
perfeito acordo com os poetas, pintores e escritores que prestam homenagem à
graça e à beleza de seu corpo.”
Fonte:
Revista DC. Diário Catarinense, 25 de abril 1999.
06. A
informação principal que se destaca no texto é
(A) A trajetória do gato ao longo da
história.
(B) Justificar a importância dos gatos e dos
ratos.
(C) Descrever a história dos ratos ao longo
dos tempos.
(D) Citar superstições acerca dos gatos.
Respostas: 01- (A), 02- (A), 03- (A), 04- (B), 05- (A), 06- (A)
EXERCÍCIO
07
Os exercícios que vêm abaixo estão
todos relacionados aos descritores 10 e 11.
O
DIA SEGUINTE
Se há alguma coisa importante neste mundo, dizia o
marido, é uma empregada de confiança. A mulher concordava, satisfeita:
realmente, a empregada deles era de confiança absoluta. Até as compras fazia,
tudo direitinho. Tão de confiança que eles não hesitavam em deixar-lhe a casa,
quando viajavam.
Uma vez resolveram passar o fim
de semana na praia. Como de costume a empregada ficaria. Nunca saía nos fins de
semana, a moça. Empregada perfeita.
Foram. Quando já estavam quase
chegando à orla marítima, ele se deu conta: tinham esquecido a chave da casa da
praia. Não havia outro remédio. Tinham de voltar. Voltaram.
Quando abriram a porta do
apartamento, quase desmaiaram: o living estava cheio de gente, todo mundo
dançando no meio de uma algazarra infernal. Quando ele conseguiu se recuperar
da estupefação procurou a empregada:
— Mas que é isso, Elcina?
Enlouqueceu?
Aí um simpático mulato
interveio: que é isso, meu patrão, a moça não enlouqueceu coisa nenhuma,
estamos apenas nos divertindo, o senhor não quer dançar também? Isso mesmo,
gritava o pessoal, dancem com a gente.
O marido e a mulher hesitaram um
pouco; depois — por que não, afinal a gente tem de experimentar de tudo na vida
—aderiram à festa. Dançaram, beberam, riram. Ao final da noite concordavam com
o mulato: nunca tinham se divertido tanto.
No dia seguinte despediram a
empregada.
(Moacyr Scliar)
01. O fato no texto que dá início ao conflito é
(A) Todos se divertiram muito na festa.
(B) A empregada era de confiança do casal.
(C) O casal esqueceu a chave da casa de praia.
(D) O casal resolve passar o fim de semana na praia.
Leia o texto a seguir e responda as
questões 2 a 4.
OS
NAMORADOS DA FILHA
Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai
não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua
juventude. Homem avançado, esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não
esperava que acontecesse tão cedo.
Mas tinha uma exigência,
além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
─ Mas aqui em casa.
Ela, por sua vez, não
protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida
amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
O namorado não se
mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o
abundante café-da-manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do
olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor
requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
Um dia, o namorado
sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que
ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro,
cabeludo, com apetite descomunal.
Breve, o homem
descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha.
Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo,
era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é
o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo
fisionomias. Se estava na mesa do café-da-manhã, era namorado. Às vezes, também
acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para
ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas
os cumprimentos eram sempre gentis.
Uma noite, acordou,
como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado.
Tranquilizou-o:
─ Eu sou o pai da
Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
E foi deitar.
Na manhã seguinte, a
filha desceu para tomar café. Sozinha.
─ E o rapaz? ─ perguntou
o pai.
─ Que rapaz? ─ disse
ela.
Algo lhe ocorreu, e
ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, faltava
a máquina fotográfica, faltava a impressora do computador. O namorado não era
namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
Um único consolo restou ao perplexo
pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café-da-manhã.
Moacyr
Scliar
02.
O que gerou o conflito da narrativa
foi
(A) o sumiço do
namorado e a descoberta da inconstância da filha.
(B) o silêncio do
pai e a descoberta da inconstância da filha.
(C) o sumiço do
namorado e o pedido do pai para conhecê-lo.
(D) a troca de
namorados diariamente e a compreensibilidade do pai.
03. O cenário onde
o pai se encontra com o rapaz é
(A) o corredor da
casa.
(C) na cozinha.
(B) a sala de
estar.
(D) na sala de
jantar.
04. No final da crônica, o pai de
Melissa descobre a confusão que ele fez com o namorado da filha. Esse episódio
foi
(A)
Que o rapaz no corredor era ladrão e não o namorado.
(B)
Que o rapaz no corredor olhou-o apavorado.
(C) Devido não conhecer os namorados da
filha, o rapaz no corredor se passou por um deles.
(D) Que o namorado não era namorado, mas
apaixonado pela propriedade alheia.
Leia o texto abaixo e responda as
questões 5 e 6.
A ONÇA DOENTE
Certa vez a onça caiu de uma
árvore e ficou muitos dias de cama.
Como estava passando fome ele chamou a
irara e pediu que avisasse a bicharada que estava morrendo e que fossem
visitá-la.
O veado, a capivara, a cutia e o
jabuti foram visitá-la.
Quando o jabuti chegou, antes de
entrar na toca olhou para o chão e viu que só tinha pegadas que entravam, então
pensou:
- É melhor eu ir embora e rezar
pela melhora da onça, pois aqui quem entrou não saiu.
E ele foi o único que se salvou.
Moral da história:
Para esperteza, esperteza e meia.
05. Da leitura do texto, pode-se entender que
a onça encontrava-se doente porque
(A)
havia caído da árvore.
(B)
estava com muita fome.
(C)
não podia caçar.
(D)
estava em apuros
06. A
verdadeira intenção da onça era
(A) encontrar
os amigos.
(B) pedir
ajuda aos animais.
(C)
alimentar-se dos animais que iam visitá-la.
(D)
almoçar com os animais que iam visitá-la.
A
COSTUREIRA DAS FADAS
Depois
do jantar o príncipe levou Narizinho à casa da melhor costureira do reino. Era
uma aranha de Paris, que sabia fazer vestidos lindos, lindos até não poder
mais! Ela mesma tecia a fazenda, ela mesma inventava as modas.
–
Dona Aranha, disse o príncipe, quero que faça para esta ilustre dama o vestido
mais bonito do mundo. Vou dar uma grande festa em sua honra e quero vê-la
deslumbrar a corte.
Disse
e retirou-se. Dona Aranha tomou da fita métrica e, ajudada por seis aranhinhas
muito espertas, principiou a tomar as medidas. Depois teceu depressa, depressa,
uma fazenda cor-de-rosa com estrelinhas douradas, a coisa mais linda que se
possa imaginar. Teceu também peças de fitas e peças de renda e peças de
entremeios – até carretéis de linha de seda fabricou.
(MONTEIRO LOBATO,
José Bento. Reinações de Narizinho. São Paulo, 1973.)
07. O príncipe quer
dar um vestido para Narizinho porque
(A) ela deseja ter
um vestido de baile.
(B) o príncipe vai
se casar com Narizinho.
(C) ela deseja um
vestido cor-de-rosa.
(D) o príncipe fará
uma festa para Narizinho.
FUGINDO
DO HOSPITAL
O
visitante vai passando pelo corredor do hospital, quando vê o amigo saindo
disparado, cheio de tubos, da sala de cirurgia:
__
Aonde é que você vai, rapaz?!
__
Tá louco, bicho, vou cair fora!
__
Mas, qual é, rapaz?! Uma simples operação de apendicite! Você tira isso de
letra.
E
o paciente:
__
Era o que a enfermeira estava dizendo lá dentro: “Uma operaçãozinha de nada, rapaz!
Coragem! Você tira isso de letra! Vai fundo, homem!”
__ Então, por que você está fugindo?
__
Porque ela estava dizendo isso era pro médico que ia me operar!
(Ziraldo. As melhores anedotas do
mundo. Rio de Janeiro; Globo, 1988, p. 62.)
08. O lugar onde a
história se passa
(A) Na entrada do
hospital.
(B) Na recepção do
hospital.
(C) No corredor do
hospital.
(D) Na sala de
operação.
Leia o texto e responda as questões 9
e 10.
O
MACACO FUMADOR
Certo dia seu Manoel foi visitar o zoológico. Passeando por lá, viu cada
animal interessante. Chegou perto da gaiola que tinha um macaco, este ficou
agitado ao vê-lo se aproximar. Ficou pulando de um lado para outro, como se
quisesse alguma coisa. O macaco estava inquieto. Começou a fazer algazarra e
acabou irritando o visitante.
Aquele senhor se
afastou do animal, pois percebeu que ele queria atacá-lo. O macaquinho falou
para todos seus amigos:
__ Aquele homenzinho
pensou que eu queria atacá-lo, mas eu queria simplesmente o seu cigarro.
No outro dia aquele
mesmo senhor voltou ao zoológico. E foi até a jaula do tal macaco. Chegando
perto seu Manoel perguntou:
__ Macaquinho peludo, o
que você queria comigo ontem?
__ Ah, eu queria
somente o seu cigarro – assim falou o macaco.
Seu Manoel tirou do seu
bolso um cigarro e o entregou. O malandrinho pediu que ele o acendesse. Depois
o homem saiu para ver outros animais. Minutos depois, o macaco estava se
queimando, logo não sabia fumar. No fim, ficou todo sapecado. Isso chamou
atenção de todos que estavam no zoológico. Quem passava por perto, acabava se
aglomerando de frente do macaco.
O jovem homem que
estava distante, começou a perceber aquela multidão de pessoas ao redor da
gaiola. Então com tamanha curiosidade foi vê-lo. Quando chegou lá, viu o pobre
macaquinho todo enrolado de esparadrapo. Então o homem perguntou:
__ O que foi que
aconteceu?
__ Foi o cigarro que o
senhor me deu, que por um descuido acabou me queimando. E eu que sou um dos
mais belos animais desse zoológico, agora minhas namoradas não me quer mais –
exclamou o jovem macaco.
Aquele pobre homem ficou
penalizado pela situação que ele criou e, agora não podia reverter mais o
quadro. O jeito foi levar o animal para sua casa e cuidar dele por um longo
tempo.
(Marcos Bruno Lustosa. Gênero textual: Fábula. Texto
produzido no decorrer do Projeto Ler para Mim. 9º Ano C, Turno: Tarde. 2010)
09. O
que provocou a situação conflituosa da narrativa foi
(A) a
inquietação do macaco e a irritação do visitante.
(B) o
barulho do animal e o afastamento do homem.
(C) o
cigarro e o sapecamento do macaco.
(D) a
curiosidade do homem e o aglomeramento das pessoas.
10. O
que levou o aglomeramento de pessoas ao redor do macaco foi porque
(A) ele
era engraçado.
(B) ele
fumava um cigarro.
(C) ele
estava se queimando.
(D) ele ficou todo sapecado.
ÓRFÃOS DA COLHEITA
A fome e o desemprego estão obrigando meninos e meninas de quatro anos
de idade a trabalhar mais de dez horas por dia como boias-frias da colheita de
algodão do município de Querência do Norte, no Paraná. Eles são chamados de
“órfãos da colheita” pelos demais boias-frias. Trabalham sem seguro e garantias
trabalhistas e vivem pendurados nas carrocerias abertas dos caminhões.
“Eles andam apertados em caminhões, sem nenhuma segurança, conduzidos
por motoristas sem carteira de habilitação e, às vezes, trabalham mais do que
os próprios adultos”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da
Agricultura de Querência do Norte, Antônio Norberto Possi.
Os órfãos da colheita são reunidos pelos chamados “gatos”, encarregados
de providenciar os trabalhadores. “Temos de levar as crianças porque as mães
não têm creches onde deixar os filhos, então os meninos são obrigados a crescer
nas plantações”, disse o “gato” Edvaldo Ferreira.
D.M., de seis anos, sonha em juntar dinheiro para poder ter novamente
uma bicicleta. A vida de D.M. não difere da maioria dos meninos de sua região.
Ele acorda às quatro horas todos os dias e segue na carroceria de um caminhão
para trabalhar na colheita do algodão.
Ele acompanha a mãe, a boia-fria Marine Moura, de 35 anos. “Ele é meu
protetor: chega a colher quarenta quilos de algodão por dia”, diz a mãe.
Quando tinha três anos, D.M. chegou a ter uma bicicleta. A mãe teve de
vendê-la para comprar uma passagem com destino ao Paraná.
Ele não sabe o que é
Natal, nunca foi à escola. Entre os poucos prazeres que conhece, está o de
tomar sorvete. Ele se alimenta diariamente de arroz e batata.
Gilberto
Dimenstein
11. De acordo com a ideia
apresentada neste texto, denotam a causa e o efeito, respectivamente, os
trechos
(A)
Os trabalhadores são conduzidos – nas carrocerias dos caminhões.
(B)
A fome e o desemprego – levam as crianças ao trabalho forçado.
(C)
Os boias-frias são chamados “órfãos da colheita” – pelos outros
boias-frias.
(D)
Trabalho sem garantia e seguro – Município de Querência do Norte, no Paraná.
Respostas: 01- (C), 02- (A), 03- (A),
04- (D), 05- (A), 06- (C), 07- (D), 08- (C), 09- (A), 10- (D), 11- (B)
EXERCÍCIO 08
Os exercícios que vêm abaixo estão todos relacionados
aos descritores 12, 13 e 14.
O
SABER DIZER
__ Bom dia, dona Noêmia!
__ Oh, seu Enéas, o senhor!
Chegou na hora certa. Vem tomar café
conosco!
__ Café, inté que aceito. Mas o nosco
não, que tô já satisfeito!
Max de Figueiredo. Conversa pra boi dormir. Belo
Horizonte: Lê, 1986, p. 27.
01. O
texto “O saber dizer” é um diálogo. A pessoa que indica a conversa é
(A) Dona
Noêmia.
(B) Seu
Enéas.
(C) O
narrador.
(D) O
leitor.
JUSTINO,
O RETIRANTE
Justino
lembra-se da mãe, do pai, da pobre casinha. Custara-lhe deixar o lugar onde
nascera. Tudo aquilo que sempre amara deixou ali nas terras do Coronel, daquele
peste que lhes tomara as plantações. Junto às lembranças queridas, surge a
visão do gado a pisotear a terra que o pai lavrara.
Olha
os companheiros de viagem, as mulheres aconchegando crianças nas redes. Elas
pedem o que comer.
—
Mãe, que come!
Sempre
o mesmo pedido, o mesmo tom lamurioso. “Será que em algum lugar da terra haverá
de comer para todas as crianças, para encher suas barriguinhas! ” — pensa
Justino, enquanto vê os homens pitando seus cigarros, que são outros tantos
pirilampos a acender suas luzinhas.
—
Menino, deita-se e dorme, não adianta ficar pensando. Amanhã temos que caminhar
cedo e o chão é grande — diz a velha.
Justino obedece e estica a rede.
Enrolando-se nela parece sentir os braços de sua mãe a embalá-lo. Sente o calor
de Pito junto aos pés, olha mais uma vez os pirilampos e dorme...
Assim
começa a vida do menino Justino, retirante.
(JUSTINO,
O RETIRANTE, Odete de Barros Mott, 21º ed., São Paulo, Ed. Brasiliense, 1983,
p. 14)
02. No
texto “Justino, o retirante” quem dar início a conversa é
(A) A
velha.
(B) Justino.
(C) O
narrador.
(D) A
mãe de Justino.
CONTO
DE TODAS AS CORES
Eu
já escrevi um conto azul, vários até. Mas este é um conto de todas as cores.
Porque era uma vez um menino azul, uma menina verde, um negrinho dourado e um
cachorro com todos os tons e entretons do arco-íris.
Até
que apareceu uma Comissão de Doutores – os quais, por mais que esfregassem os
nossos quatro amigos, viram que não adiantava. E perguntaram se aquilo era de nascença
ou se...
—
Mas nós não nascemos – interrompeu o cachorro. – Nós fomos inventados!
QUINTANA, Mário. A
vaca e o hipogrifo. 3 ed. Porto Alegre, L&P, 1979.
03. Nesse
texto, o narrador é um
(A) escritor.
(B) cachorro.
(C) menino.
(D) doutor.
ÍNDIOS
Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu
não tinha.
(RUSSO, Renato. “Índios in Dois, 1986.)
04. O texto propõe a
(A) Mostrar a amizade entre os índios.
(B) Questionar a exploração do homem ao índio.
(C) Mostrar a amizade entre homem e o índio.
(D) Questionar a exploração do índio a natureza.
LIÇÕES EM CASA
Você já notou que muitos bichos
preferem ficar em turma? Vivendo em grupo, os mais velhos protegem os mais
novos. E os filhotes aprendem a encarar a vida na mata observando os adultos.
Com os humanos acontece a mesma coisa.
Rodeado pelos familiares, nos sentimos protegidos. Deles recebemos carinho,
cuidados e aprendemos uma porção de coisas.
In: Revista Recreio. Garota Atômica. Ano 05-10/03/05- n° 261
05. O texto tem a finalidade de
(A) divertir o leitor.
(B) informar sobre alguns hábitos.
(C) ensinar uma brincadeira.
(D) fazer um convite.
UM REMÉDIO CHAMADO CARINHO
Você sabia que a desnutrição, às vezes,
não é causada apenas pela má alimentação? Falta de carinho também pode
dificultar o desenvolvimento de uma criança.
Hoje, 1% a 5% das crianças brasileiras
sofrem de desnutrição.
Para tentar amenizar o problema, um
hospital de São Paulo, o Pérola Byington, está ensinando as mães de crianças
com desnutrição a cantar para seus filhos e até brincar de roda. O “tratamento”
está dando certo, ou seja, algumas doses extras de carinho não fazem mal a
ninguém.
Um remédio chamado carinho. ZÁ, Coral Ed. n. 30, 1999.
06. Esse texto foi escrito para
(A) ensinar brincadeiras para pessoas com desnutrição.
(B) informar sobre a importância do carinho.
(C) homenagear os pais de crianças desnutridas.
(D) criticar o carinho exagerado entre pais e filhos.
ENTENDA MELHOR ESSE
FENÔMENO
Primeiro o céu fica
bem escuro e começa a chover. Aí vem um clarão bem forte, seguido de um barulho
enorme. E a gente toma o maior susto! O nome desse fenômeno, poderoso e às
vezes assustador, é raio. O raio nasce em nuvens grandes e escuras, que têm a parte
de baixo lisa. Elas são conhecidas como cúmulos-nimbos e ficam bem altas, entre
2 e 18 quilômetros do chão. Quando estão cheias de gotículas de água e pequenos
pedaços de gelo, caem grandes tempestades. Com o vento as pedrinhas de gelo
batem umas nas outras. Essa agitação cria partículas de eletricidade na nuvem.
Se uma nuvem com
muitas partículas elétricas negativas encontra outra com muitas partículas
positivas, elas trocam essas partículas, formando uma corrente elétrica
poderosa. Também pode acontecer de se formar uma corrente elétrica entre uma
nuvem e o solo. Nos dois casos, o resultado final é o raio.
(MOIÓLI, Júlia. Revista
Recreio n.411. Janeiro/2008)
07. A opinião da autora desse texto, a respeito dos raios, é
que eles
(A) são
formados por corrente elétrica.
(B) nascem em
grandes nuvens escuras.
(C) são
fenômenos poderosos e assustadores.
(D) surgem em
um clarão seguido de um barulho.
PRAZER OBRIGATÓRIO
Lauro Neto
Foi o jornalista e escritor Zuenir Ventura que
levantou o debate em sua coluna do GLOBO: a leitura obrigatória de clássicos,
como” Iracema” ou “Senhora”, é capaz de incentivar um aluno a ler ou vai
afastá-lo da literatura? [...]
Fã de “Código Da Vinci”, “Anjos e demônios” e “Harry Porter”, Luiz
Fernando Magalhães, de 16 anos, leu a coletânea “Os cem melhores do século”
organizada por Ítalo Moriconi, para um teste de literatura. [...]
– Os poemas são mais difíceis de entender que a prosa, por isso não
despertam tanto interesse. [...]
Com a autoridade de quem é adorada pelas adolescentes com a série “Fala
sério”, Thalita Rebouças acredita que escritores como Luís Fernando Veríssimo,
Fernando Sabino e João Ubaldo Ribeiro deveriam figurar na lista de livros das
escolas.
– Esses três, sim, deveriam ser leitura obrigatória! De histórias
curtas, os alunos passariam para os romances. Não dá para empurrar tantos
clássicos, sem dar aos adolescentes uma contrapartida, um livro com o qual eles
se identifiquem. [...] O Globo, Megazine,
23 de março de 2010.
08. O trecho do texto que
revela um fato é
(A) “Esses três, sim,
deveriam ser leitura obrigatória! De histórias curtas, os alunos passariam para
os romances.”
(B) “Os poemas são mais
difíceis de entender que a prosa, por isso não despertam tanto interesse.”
(C) “Não dá para
empurrar tantos clássicos sem dar aos adolescentes uma contrapartida” [...]
(D) “Foi o jornalista e
escritor Zuenir Ventura que levantou o debate em sua coluna do GLOBO” [...]
SAUDADE
Filisbino Matoso andava que era uma tristeza só. Não queria nada com a
vida nem aceitava o consolo de ninguém. Quem passasse lá pelas bandas do Sítio
da Purunga Sonora ia ouviu os lamentos do moço.
_ Ai! Como sofro! Sem minha querida Florisbelta não posso viver. De que
me vale este lindo sítio com lago, se estou nadando em lágrimas?
Todos que moravam no Purunga Sonora e nos arredores sabiam da história
da Florisbelta. Era o grande amor de Filisbino Matoso. A choradeira havia
começado com o raiar do sol, quando a tal Florisbelta, sem avisar ninguém,
resolvera tomar o caminho da cidade.
SALLOUTI, Elza Césari. O bilhete que o vento levou.
São Paulo: Salesiana Dom Bosco, 1991.
09. A finalidade do texto é
(A) ensinar uma receita.
(B) ensinar um jogo.
(C) contar uma piada.
(D) contar uma história.
Respostas: 01- (B), 02- (C), 03- (A), 04- (B), 05- (B), 06- (B), 07-
(C), 08- (D), 09- (D)
EXERCÍCIO 09
Os exercícios que vêm abaixo estão todos
relacionados aos descritores 15, 16 e 17.
Leia o texto abaixo.
Acho
uma boa ideia abrir as escolas no fim de semana, mas os alunos devem ser
supervisionados por alguém responsável pelos jogos ou qualquer opção de lazer
que se ofereça no dia. A comunidade poderia interagir e participar de
atividades interessantes. Poderiam ser feitas gincanas, festas e até churrascos
dentro da escola.
(Juliana
Araújo e Souza) (Correio Braziliense, 10/02/2003, Gabarito. p. 2.)
01. Em “A comunidade poderia interagir e participar de atividades interessantes,” (l. 3-4), a
palavra destacada indica
(A) alternância.
(B) oposição.
(C) adição.
(D) explicação.
Leia a tirinha
abaixo.
02. No 2º quadrinho da tira, o trecho: “É, eu o vi na primeira página do
jornal.” O pronome em destaque se refere
(A) ao Garfield.
(B) ao jornal.
(C) ao famoso.
(D) ao marido.
O MACACO FUMADOR
Certo dia seu Manoel foi visitar o zoológico.
Passeando por lá, viu cada animal interessante. Chegou perto da gaiola que
tinha um macaco, ESTE ficou
agitado ao vê-lo se aproximar. Ficou pulando de um lado para outro, como se
quisesse alguma coisa. O macaco estava inquieto. Começou a fazer algazarra e
acabou irritando o visitante.
[...]
03. No trecho acima o pronome destacado se refere
(A) Ao visitante. (C)
Ao macaco.
(B) Ao zoológico. (D)
A gaiola.
Leia o texto abaixo.
[...]
Olha
que, se continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um
navio! O medo e a tristeza passavam por ele como um arrepio de dor. Talvez
nenhum outro boto sentisse tanto a violência da destruição da Guanabara. Mas,
certamente, ninguém conseguia enxergar tão bem as belezas daquele lugar. Num
instante, o arrepio passava, e a alegria brotava de novo em seu coração.
04. Em "SE
continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio!"
O termo sublinhado estabelece, nesse trecho, relação de
(A) causa.
(B) concessão.
(C) condição.
(D) tempo.
Leia a piada abaixo.
__ O idioma francês é o
mais interessante e útil __ dizia uma.
A outra:
__ Qual nada! Acho que é o idioma inglês.
Uma outra:
__ Mas o que vem a ser idioma?
__ Idioma quer dizer língua.
__ É?! Então fiquem sabendo que eu gosto muito é de idioma de vaca com
cebolas e batatas.
(Donaldo Buchweitz,
org. piada; para você morrer de rir. Belo Horizonte. Leitura, 2001, p. 180.)
05. Há traço de humor no trecho
(A) “O idioma francês é o mais interessante e útil
(B) “Qual nada! Acho que é o idioma inglês.”
(C) “Mas o que vem a ser idioma?”
(D) “É?! Então fiquem sabendo que eu gosto muito é de idioma
de vaca com cebolas e batatas.”
AGRADECENDO
A DEUS
Um
turista viaja para um safári na África. Durante a excursão na savana, se perde
e acaba frente a frente com um leão feroz. Ao vê-lo avançando em sua direção,
pede a Deus que um espírito cristão tome posse daquele leão. Nisto, ouve-se um
trovão, segui- do de um grande clarão no céu. O leão ajoelha-se diante do
assustado turista e começa a rezar, dizendo:
-
Obrigado Senhor, por mais essa refeição!
Fonte: Piadas e para-choques
nº1 – RDE – Revista das Estradas.
06. O texto acima tem a
intenção de provocar risos, é um texto humorístico. O que torna o texto engraçado?
(A) O
trovão que clareia o céu tornando o leão bonzinho.
(B) O
desespero do turista frente a frente com o leão.
(C) A
forma como o leão agradece a refeição.
(D) A
atitude do leão ao agir como cristão.
Leia o texto abaixo.
Eu não
sei como começou todo esse papo de Lobo Mau, mas está completamente errado.
Talvez
seja por causa de nossa alimentação. Olha, não é culpa minha se os lobos comem
bichos engraçadinhos como coelhos e porquinhos. É apenas nosso jeito de ser. Se
os cheesburgers fossem uma gracinha, todos iam achar que você é Mau. (...)
No
tempo do Era Uma Vez, eu estava fazendo um bolo de aniversário para minha
querida vovozinha.
Eu
estava com um resfriado terrível, espirrando muito.
Fiquei
sem açúcar.
Então
resolvi pedir uma xícara de açúcar emprestada para o meu vizinho.
Agora,
esse vizinho era um porco.
E não
era muito inteligente também.
Ele
tinha construído a sua casa toda de palha.
Dá
para acreditar? Quero dizer, quem tem a cabeça no lugar não constrói uma casa
de palha. (...)
SCIESZKA,
Jon. A verdadeira história dos três porquinhos. Editora Companhia das
Letrinhas.
07. Em qual frase aparece um comentário irônico do narrador
sobre a alimentação dos leitores?
(A) Se os cheesburgers fossem uma
gracinha, todos iam achar que você é Mau.
(B) Não é culpa minha se os lobos comem
bichos engraçadinhos.
(C) Eu estava fazendo um bolo de
aniversário para minha querida vovozinha.
(D) Talvez seja por causa de nossa
alimentação.
APERITIVO
A
felicidade anda a pé
Na
praça Antônio Prado
São
dez horas azuis
O
café vai alto como a manhã de arranha-céus
Cigarros
Tietê
Automóveis
A
cidade sem mitos
(Oswald
de Andrade)
08. A
figura de linguagem utilizada pelo poeta no verso “O café vai alto como a manhã
de arranha-céus”, é
(A)
metáfora.
(B)
metonímia.
(C)
comparação.
(D)
catacrese.
O INÍCIO DE UM ROMANCE
Foi numa
bela manhã primaveril... deixe-me ver... teria sido numa tarde outonal? Ou numa
noite de verão? Acho que numa manhã invernal... sim, creio que foi mesmo numa
manhã invernal que eu enlacei Monique ternamente pela cintura e beijei seus
lábios carnudos. Monique suava muito... ah! ... agora me lembro, Monique suava,
era uma noite quente de verão e não uma manhã de inverno. Recordo-me
perfeitamente que ela me pediu para tirar o seu casaco de peles que eu coloquei
sobre o divã estendido, um lindo e caríssimo vison. Espere aí... casaco de
peles? Era uma manhã de inverno mesmo, fria, cinzenta e chuvosa, como poderia
me esquecer?
Língua Portuguesa – Anos Finais do Ensino
Fundamental - Prova Brasil – 2009
Levei Monique para o jardim e a deitei sobre a
relva repleta de folhas amarela- das... lembro-me nitidamente dessas folhas
amareladas... não era manhã de inverno! Era uma deliciosa tarde de outono, uma
tarde lépida e prazerosa. Como poderia deitar Monique num jardim sobre a relva
numa fria manhã de inverno? Ainda mais porque Monique disse-me alguma coisa
quando debrucei-me sobre ela para depositar meu ósculo cheio de paixão em seus
lábios cor de pitanga... Monique disse... Monique disse... qualquer coisa a
respeito de folhas... isso mesmo. Monique disse que a melhor estação era a
primavera, não sei se reclamando do outono com suas falling leaves* ou porque
era mesmo primavera.
Droga! Como posso dar início a um
romance se nem mesmo sei em qual estação estávamos? Manhã primaveril, invernal?
Tarde de outono? Noite de inverno?
Só sei que beijei Monique... Monique?
Ou foi Cristina?
*
folhas que caem
Fonte: Mino. Diário do Nordeste, 30/04/2000.
09.
As reticências que aparecem no texto indicam
(A)
Hesitação ou breve interrupção de pensamento.
(B)
Suspense para chamar a atenção do leitor.
(C)
Falta de criatividade do autor do texto.
(D)
Que o autor do texto é uma pessoa decidida.
Respostas: 01- (C), 02- (D), 03- (C), 04- (C), 05-
(D), 06- (D), 07- (A), 08- (C), 09- (A)
EXERCÍCIO
10
Os exercícios
que vêm abaixo estão todos relacionados aos descritores 18, 19 e 20.
AS
AMAZÔNIAS
Esse tapete de florestas com rios azuis que os
astronautas viram é a
Amazônia. Ela cobre mais da metade do território
brasileiro. Quem viaja
pela região não cansa de admirar as belezas da
maior floresta tropical do
mundo. No início era assim: água e céu.
É mata que não tem mais fim. Mata contínua, com
árvores muito altas,
cortada pelo Amazonas, o maior rio do planeta. São
mais de mil rios
desaguando no Amazonas. É água que não acaba mais.
SALDANHA, P. As Amazônias. Rio de Janeiro: Ediouro,
1995
01. No texto, o uso da expressão "água que não acaba
mais" (l. 7) revela
(A) admiração pelo tamanho do rio.
(B) ambição pela riqueza da região.
(C) medo da violência das águas.
(D) surpresa pela localização do rio.
A BELEZA
TOTAL
A beleza de
Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam
diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos
as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível,
de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil
estilhaços.
A moça já
não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e
estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento
monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para
casa.
O Senado
aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia
confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara
com uma foto de Gertrudes sobre o peito.
Gertrudes
não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema
beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem
condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do
corpo e ficou pairando, imortal. O corpo já então enfezado de Gertrudes foi
recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão
fechado a sete chaves.
(Carlos Drummond de
Andrade)
02. Em que
oração, adaptada do texto, o verbo personificou um
objeto?
(A) O espelho partiu-se em mil estilhaços.
(B) Os veículos paravam contra a vontade dos
condutores.
(C) O Senado aprovou uma lei em regime de urgência.
(D) Os espelhos pasmavam diante do rosto de
Gertrudes.
MAGIA DAS ÁRVORES
— Eu já lhe
disse que as árvores fazem frutos do nada e isso é a mais pura magia. Pense
agora como as árvores são grandes e fortes, velhas e generosas e só pedem em
troca um pouquinho de luz, água, ar e terra. É tanto por tão pouco! Quase toda
a magia da árvore vem da raiz. Sob a terra, todas as árvores se unem. É como se
estivessem de mãos dadas.
Você pode
aprender muito sobre paciência estudando as raízes. Elas vão
penetrando no solo devagarinho, vencendo a
resistência mesmo dos solos mais duros. Aos poucos vão crescendo até acharem
água. Não erram nunca a direção. Pedi uma vez a um velho pinheiro que me
explicasse por que as raízes nunca se enganam quando procuram água e ele me
disse que as outras árvores que já acharam água ajudam as que ainda estão
procurando.
—
E se a árvore estiver plantada sozinha num prado?
— As
árvores se comunicam entre si, não importa a distância. Na verdade,
nenhuma árvore está sozinha. Ninguém está sozinho.
Jamais. Lembre-se disso.
Máqui. Magia das Árvores. São Paulo: FTD, 1992.
03. No trecho, “Ninguém está sozinho. Jamais. Lembre-se disso,” (l. 12) as frases
curtas produzem o efeito de
(A)
Continuidade.
(B)
Dúvida.
(C)
Ênfase.
(D)
Hesitação.
MINHA
NAMORADA
Vinicius de Moraes / Carlos Lyra
Meu
poeta eu hoje estou contente Essa coisa toda minha
Todo
mundo de repente ficou lindo Que
ninguém mais pode ter
Ficou
lindo de morrer Você tem que
me fazer
Eu
hoje estou me rindo Um juramento
Nem
eu mesmo sei de que De só ter um pensamento
Porque
eu recebi Ser só minha até morrer
Uma
cartinhazinha de você E também de não perder
esse jeitinho
Se
você quer ser minha namorada De
falar devagarinho
Ai
que linda namorada Essas histórias de você
Você
poderia ser E de
repente me fazer muito carinho
Se
quiser ser somente minha E chorar bem de mansinho
Exatamente
essa coisinha Sem
ninguém saber porquê. ” [...]
04. A repetição dos
diminutivos “cartinhazinha, coisinha, jeitinho e devagarinho” reforça a ideia
(A)
do afeto do eu poético pela sua amada.
(B)
da grande solidão vivida pelo eu poético.
(C)
da beleza especial da mulher amada.
(D)
da tristeza do eu poético por não ser amado.
Leia
os textos.
TEXTO 1
[...]
O direito à legítima defesa da vida e da integridade física, pessoal ou de
terceiros, e do patrimônio é reconhecido por todas as religiões, civilizações e
legislações há milênios; é um direito natural, inerente ao ser humano. [...] A lei
reconhece a legítima defesa e procura, acertadamente, garantir o acesso ao
instrumento de defesa; se privado dos instrumentos adequados, o direito à
legítima defesa virará letra morta. Na situação atual de violência, o
instrumento é a arma de fogo. Em um Estado democrático de direito nenhum
cidadão que atenda aos requisitos legais pode ser impedido de, com a utilização
dos meios adequados e necessários, defender a vida e a integridade física de
sua pessoa e de seus familiares e os seus bens. [...] os cidadãos de bem não se
armam para cometer crimes, e sim, para se defender. A questão é simples: é
preciso desarmar e punir os criminosos, não os cidadãos honestos.
Edson Luiz Ribeiro.
Folha de São Paulo, Caderno Mais!, São Paulo, 4 de junho de 2000.
TEXTO 2
Estou convencido de que, em benefício da
segurança de todo o povo, o comércio de armas deveria ser bastante restringido
e rigorosamente controlado. [...] É absolutamente falso dizer que o comércio
deve ser livre para dar segurança aos cidadãos honestos, pois quem tem o dever
legal de dar segurança ao povo é o governo, que recebe impostos e tem gente
treinada para executar essa tarefa, estando realmente preparado para enfrentar
criminosos. Se os organismos policiais são deficientes, o caminho é a mobilização
de toda a sociedade exigindo eficiência – e não a barbárie da autodefesa, que
fatalmente acaba gerando justiceiros privados, arbitrários e violentos [...]
Dalmo de Abreu Dallari. Folha de São Paulo, Caderno
Mais!, São Paulo, 4 de junho de 2000. In SOARES, Magda. Português uma proposta
para o letramento. São Paulo: Moderna, 2002.
05.
Comparando
os textos 1 e 2, podemos concluir que
(A) o texto 1 diz que
é direito dos cidadãos de bem adquirirem armas de fogo para se defender,
enquanto o texto 2 afirma que quem deve dar segurança ao povo é o governo.
(B) o texto 1 afirma
que os cidadãos de bem devem se defender, enquanto o texto 2 diz que o comércio
de armas deve ser livre para dar segurança aos cidadãos honestos.
(C) os textos 1 e 2
declaram que todo cidadão de bem tem direito a defender a própria vida usando
armas de fogo e por isso seu comércio deve ser legalizado.
(D) o texto 1 é
contra a legalização do comércio de armas de fogo para defesa da integridade
física dos cidadãos, enquanto o texto 2 diz que o caminho é a mobilização da
sociedade.
Leia
os textos abaixo.
TEXTO
3
REINAÇÕES DE
NARIZINHO
Numa casinha branca, lá no sítio do Pica-pau
Amarelo, mora uma velha de
mais
de sessenta anos. Chama-se dona Benta. Quem passa pela estrada e a vê na
varanda,
de cestinha de costura ao colo e óculos de ouro na ponta do nariz, segue seu caminho
pensando:
__ Que tristeza viver assim tão
sozinha neste deserto...
Mas engana-se. Dona Benta é a mais
feliz das vovós, porque vive em
companhia
da mais encantadora das netas — Lúcia, a menina do narizinho
arrebitado,
ou Narizinho como todos dizem.
(Monteiro Lobato)
TEXTO
4
O SITIO DO PICAPAU
AMARELO
“Marmelada de banana, bananada de goiaba
Goiabada
de marmelo...”
Na TV, essa era a senha para o
início da diversão. O mundo mágico de Monteiro Lobato. E o seu Sítio do Picapau
Amarelo era presença constante nas fantasias de milhares de crianças (e muitos
adultos também). Eu adorava! Não queria perder nem a abertura – ficava
fascinada com a estrada que virava arco-íris... O difícil era esperar o dia
seguinte para ver o resto!
(Monteiro Lobato)
06.
Esses
dois textos têm em comum
(A)
A
vida de Monteiro Lobato.
(B)
As
histórias de Narizinho.
(C)
O
lugar onde as histórias acontecem.
(D)
Os
programas infantis na TV.
Respostas: 01- (A), 02- (D),
03- (C), 04- (A), 05- (A), 06- (C)
EXERCÍCIO 11
Os exercícios que vêm abaixo estão
todos relacionados ao descritor 21.
Leia as
opiniões sobre a ficha limpa.
TEXTO I
"É necessário banir da vida pública pessoas
desonestas, mas é preciso respeitar as regras da Constituição".
"Ninguém pode ser tratado pelo poder público como se culpado já
fosse". "Partidos políticos escolhem mal seus próprios
candidatos". (Celso
de Mello)
TEXTO II
"É
chegada a hora de a sociedade ter o direito de escolher e o orgulhar-se poder
votar em candidatos probos sobre os quais não recaia qualquer condenação
criminal e não pairem dúvidas sobre mal versão de recursos públicos".
(Joaquim Barbosa) Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/complementos-materias/ficha-limpa/index.shtml>.
Acesso em: 27 ago. 2012.
01.
Acerca
dos textos I e II é correto afirmar que:
(A) Os dois textos expõem a defesa da Ficha
Limpa.
(B) Os dois textos expõem argumentos contra a
Ficha Limpa.
(C) Celso Mello (texto I) é contra a Ficha
Limpa, pois, segundo seu ponto de vista, a Constituição garante que todos podem
se candidatar a qualquer cargo.
(D) Joaquim Barbosa defende a Ficha Limpa, já
que o povo tem o direito de escolher e poder votar em candidatos honestos.
Leia o
texto.
QUANDO A SEPARAÇÃO NÃO É UM TRAUMA
A Socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin,
acompanhou por 20 anos um grupo de 173 filhos de divorciados. Ao atingir a
idade adulta, o índice de problemas emocionais nesse grupo era equivalente ao
dos filhos de pais casados. Mas Ahrons observou que eles "emergiam mais
fortes e mais amadurecidos que a média, apesar ou talvez por causa dos
divórcios e recasamentos de seus pais". (...) Outros trabalhos apontaram
para conclusões semelhantes. Dave Riley, professor da universidade de Madison,
dividiu os grupos de divorciados em dois: os que se tratavam civilizadamente e
os que viviam em conflito. Os filhos dos primeiros iam bem na escola e eram tão
saudáveis emocionalmente quanto os filhos de casais "estáveis". (...)
Uma família unida é o ideal para uma criança, mas é possível apontar pontos
positivos para os filhos de separados. "Eles amadurecem mais cedo, o que
de certa forma é bom, num mundo que nos empurra para uma eterna dependência.”
REVISTA ÉPOCA,
24/1/2005, p. 61-62. Fragmento.
02. No texto, três pessoas posicionam-se em relação aos efeitos da separação
dos pais sobre os filhos: uma socióloga, um professor e o próprio autor.
Entende-se a partir do texto que:
(A)
a opinião da socióloga é discordante das outras duas.
(B)
a opinião do professor é discordante das outras duas.
(C)
as três opiniões são concordantes entre si.
(D)
o autor discorda apenas da opinião da socióloga.
Leia os
dois textos abaixo.
Texto 1 - MAPA DA DEVASTAÇÃO
A organização não-governamental SOS Mata
Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais terminaram mais uma
etapa do mapeamento da Mata Atlântica (www.sosmataatlantica.org.br). O estudo
iniciado em 1990 usa imagens de satélite para apontar o que restou da floresta
que já ocupou 1,3 milhão de km2, ou 15% do território brasileiro. O atlas
mostra que o Rio de Janeiro continua o campeão do motosserra. Nos últimos 15
anos, sua média anual de desmatamento mais do que dobrou.
Revista Isto É – nº
1648 – 02-05-2001 São Paulo – Ed. Três.
Texto 2 - HÁ QUALQUER COISA NO AR DO RIO, ALÉM DE FAVELAS
Nem só as favelas brotam nos morros cariocas.
As encostas cada vez mais povoadas no Rio de Janeiro disfarçam o avanço do
reflorestamento na crista das serras, que espalha cerca de 2 milhões de mudas
nativas da Mata Atlântica em espaço equivalente a 1.800 gramados do Maracanã. O
replantio começou há 13 anos, para conter vertentes ameaçadas de
desmoronamento. Fez mais do que isso. Mudou a paisagem. Vista do alto, ângulo
que não faz parte do cotidiano de seus habitantes, a cidade aninha-se agora em
colinas coroadas por labirintos verdes, formando desenhos em curva de nível,
como cafezais.
Revista Época – nº
83. 20-12-1999. Rio de Janeiro – Ed. Globo. p. 9.
03. Uma
declaração do segundo texto que CONTRADIZ o primeiro é
(A)
a mata atlântica está sendo recuperada no Rio de Janeiro.
(B)
as encostas cariocas estão cada vez mais povoadas.
(C)
as favelas continuam surgindo nos morros cariocas.
(D)
o replantio segura encostas ameaçadas de desabamento.
Leia
os dois textos a seguir.
TEXTO
I - A PÁTRIA
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! /Criança!
Não verás nenhum país como este! /Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!
/A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, /É um ceio de mãe a transbordar
carinhos. /Vê que vida há no chão! Vê que vida há nos ninhos, /Que se balançam
no ar; entre os ramos inquietos! /Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
/Vê que grande extensão de matas, onde impera/Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
/Boa terra! Jamais negou a quem trabalha/O pão que mata a fome, o teto que
agasalha.../Quem com seu suor fecunda e umedece, /Vê pago o seu esforço, e é
feliz, e enriquece! /Criança! Não verás país nenhum como este:/Imita na
grandeza a terra em que nasceste!
In: BILAC, Olavo. Poesias
infantis. 18. ed. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1952
TEXTO
II - PROSTITUIÇÃO INFANTIL
Não sei que jornal, há algum tempo, noticiou que a
polícia ia tomar sob a sua proteção as crianças que aí vivem, às dezenas,
exploradas por meia dúzia de bandidos. Quando li a notícia, rejubilei. Porque,
há longo tempo, desde que comecei a escrever, venho repisando este assunto,
pedindo piedade para essas crianças e cadeia para esses patifes.
Mas os dias correram. As
providências anunciadas não vieram. Parece que a piedade policial não se
estende às crianças, e que a cadeia não foi feita para dar agasalho aos que
prostituem corpos de sete a oito anos... E a cidade, à noite, continua a
encher-se de bandos de meninas, que vagam de teatro em teatro e de hotel em
hotel, vendendo flores e aprendendo a vender beijos.
Anteontem, por horas mortas, (...)
vi sentada uma menina, a uma soleira de porta. Dormia. Ao lado, a sua cesta de
flores murchas estava atirada sobre a calçada. Despertei-a. A pobrezinha
levantou-se, com um grito.
Teria oito anos, quando muito.
Louros e despenteados, emolduravam os seus cabelos um rosto desfeito,
amarrotado de sono e de choro. (...)
Perdera toda a féria. Só
conseguira obter, ao cabo de toda uma tarde de caminhadas e de pena, esses dez
tostões – perdidos ou furtados. E pelos seus olhos molhados passava o terror
das bordoadas que a esperavam em casa...
“Mas é teu pai quem te esbordoa? ”
“É um homem que mora lá em casa...”
(...) não penseis que me iluda
sobre a eficácia das providências que possa a polícia tomar, a fim de salvar
das pancadas o corpo e da devassidão a alma de qualquer dessas meninas. (...)
BILAC, Olavo. In: DIMAS, Antônio (org). Vossa
insolência: crônicas. São Paulo, Companhia das Letras, 1996. p. 305-8.
04. Os textos acima foram escritos com propósitos distintos, com base nessa
observação, marque a opção que apresente comentário adequado em relação aos
textos.
(A) O texto I apresenta uma exaltação à pátria e o
texto II ratifica essa exaltação.
(B) Ambos os textos fazem referência a problemas
enfrentados pelo povo brasileiro.
(C) Somente o texto I exalta a pátria, o texto II
fala de um ato falho do Estado.
(D) O texto I é de caráter ufanista e o texto II
fala da piedade que os policiais têm pelas crianças.
Respostas: 01- (), 02- (C), 03- (A), 04- (C)
___________________________________________________________________
SIMULADO
DE LÍNGUA PORTUGUESA Saeb/Spaece
Nº 1/2014
A tirinha a seguir serve de base para
as questões 01 e 02. Observe-a com atenção:
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01.
Comparando
a fala do primeiro balão com a do último, é CORRETO afirmar que (D20)
(A) há uma relação
intertextual entre elas, embora haja diferenças de estrutura sintática entre
uma e outra.
(B) sob o ponto de
vista conceitual, a expressão “lei da selva” tem uma extensão mais ampla que
“lei da gravidade”, que tem sentido especializado.
(C) a forma verbal
“Lamento” sugere a relação respeitosa que as personagens estabelecem entre si
na tirinha.
(D) a conjunção “mas”
poderia ser substituída, somente no primeiro quadrinho, por porém ou no
entanto.
02.
A imagem no segundo quadrinho (D5)
(A) comprova que a lei da selva é válida em todas as situações.
(B) é incompatível com o que ocorreu no primeiro quadrinho.
(C) reforça o lamento do gato no começo da tirinha.
(D) permite ao rato fazer a observação que está no último balão.
Leia o texto abaixo.
Mariana, minha filha
Não venho almoçar hoje. Vou aproveitar meu horário
de almoço para ir ao dentista.
Seu pai também não vem almoçar, porque tem um
compromisso.
Na geladeira há comida pronta. É só esquentar e
fazer uma saladinha.
Não esqueça que você e seu irmão têm aula de Inglês
à tarde.
Qualquer coisa, me ligue.
Beijos carinhosinhos nos dois.
Mamãe
03.
De
acordo com as características do texto, indica que o gênero é (D9 spaece)
(A)
um
poema.
(B)
um
conto.
(C)
um
bilhete.
(D)
uma
carta.
SAUDADES
Tenho saudade de muitas coisas
do meu tempo de menininha:
sentar no colo do papai,
ninar boneca sem receios,
chorar de medo da morte de mamãe,
sonhar com festa e bolo de aniversário,
cantar com os anjos da igreja,
ouvir as mágicas histórias de vovó,
brincar de pique, de corda e peteca,
acreditar em cegonhas, fadas e bruxas
e sobretudo no Papai Noel.
Será que quando for velhinha,
e já estiver caducando,
vou viver tudo de novo?
(JOSÉ, Elias. Cantigas de
adolescer. São Paulo: Atual, 1992.)
04.
A
voz que fala no texto é respectivamente (D13)
(A)
da
menina.
(B)
do
eu lírico.
(C)
do
papai.
(D)
da
velhinha.
Leia
o texto e responda as questões 5 e 6.
O GRILO E A ESPERANÇA
(Fabiana)
Certo dia, a esperança foi dar um passeio no
bosque. De repente aparece o grilo e a
cumprimenta:
__ Oi! Como vai? De onde vem?
__ Venho de um lugar distante. Onde só existem
animais amigos – responde a esperança.
__ O que você faz por aqui? Indagou o grilo.
__ Eu?
__ Sim, você!
__ Estou treinando para uma gincana, ver quem é que
come mais rápido.
Então o grilo resolveu ajudá-la. No outro dia, eles
foram se encontrar para começar o treinamento. Coitada, não teve sorte, porque
no dia anterior havia comido muito e amanheceu com uma grande dor de barriga.
Esta foi tão grande que ela não suportou e acabou morrendo.
A pobre da esperança não chegou a realizar seu
sonho. Ela sonhava ser a vencedora da gincana. Mas seu triste fim não o
permitiu. Só nos resta, agora, recordá-la.
05.
O
motivo que levou a esperança a morte foi (D11)
(A)
a
gincana.
(B)
por
comer muito.
(C)
por
querer ser vencedora.
(D)
a
dor de barriga.
06.
No
trecho “Estou treinando para uma GINCANA, ver quem é que come mais
rápido”, a palavra em destaque significa (D3)
(A)
competição.
(B)
duelo.
(C)
combate.
(D)
luta.
Leia
a tirinha abaixo.
07.
O
uso do ponto de exclamação no 3° quadrinho significa (D17)
(A)
indignação.
(B)
decepção.
(C)
impaciência.
(D)
Inquietação.
Leia
o texto.
SAUDADE DO TELEVIZINHO
Houve tempo em que havia o televizinho. Será que
sobra algum televizinho? Será que sobra, até mesmo, quem saiba o que é
televizinho? Televizinho era a pessoa que, não tendo televisão em casa, se
aproveitava da do vizinho. O jovem leitor duvida? [...] Pois corra aos
dicionários. [...] A palavra ali está [...]
Quem viveu os primeiros anos da televisão sabe que o fenômeno da
televizinhança não foi desprezível. Poucos tinham televisores em casa. Os
próprios apresentadores davam boa-noite “aos televizinhos”. Depois ele
desapareceu. [...] A era do televizinho coincidiu com os anos de inocência da
televisão. Basicamente, tal inocência consistia na crença de que a televisão
era uma coisa, e a vida era outra. [...] Hoje se conhece todo seu alcance. Não
que a televisão tenha ocupado todos os cantos da vida. Essa também não deixa de
ser uma visão ingênua. É outra coisa: a televisão tomou o lugar da vida.
Substituiu-a [...].
TOLEDO, Roberto Pompeu de. Ensaio. Revista Veja, 27 de fevereiro de 2002.
08.
Televizinho
era a pessoa que (D1)
(A)
participava ativamente dos programas de TV.
(B)
acreditava na substituição da vida real nos programas de TV.
(C)
assistia aos programas de TV na casa do vizinho.
(D)
emprestava a TV aos vizinhos.
Leia
o texto abaixo.
SEBO
— Moça, eu nunca pisei aqui. Preciso comprar um
livro...
— Qual? – ela perguntou. – Mistério, suspense,
romance, ficção, livro didático, paradidático, ocultismo, religioso, de
psicanálise, psicologia, médico, língua estrangeira, tradução, periódico,
revista, tese, enciclopédia...
Ela estava querendo me gozar. Pra falar a verdade,
tinha um livro certo pra comprar sim... Mas
não sei por que, me ouvi falando:
— Quero olhar, escolher, ver o que gosto mais...
Mas começar por onde? Lado direito, esquerdo, subo a escada em caracol? Preciso
de ―instruções de trânsito aqui dentro. Tem muito livro aqui...
— Esperava o quê? Múmias?
Perdi a paciência.
— Moça, eu quero saber onde posso achar um
livro-lindo-maravilhoso-espetacular-romântico para
eu dar de presente...
— Ah, para a namoradinha que só lê Revista
Desejo... Já sei o tipo: frases doces, propostas delicadas, abraços, beijos,
mais abraços, mais beijos, final feliz. Andar de cima, prateleira 15-A.
Os preços que ficam na ponta da prateleira são
indicados por letras, que ficam na contracapa do livro. Edições filetadas a
ouro têm um outro preço... Ia dizer pra ela que... Mas achei melhor não falar
nada. Dei-lhe as costas e subi a escada.
ANDRADE, Telma G.C. Mistério no sebo de livros. São Paulo: Atual, 1995
09.
O que levou o
personagem a ir a um espaço onde se vendem livros usados? (D11)
(A) A curiosidade em visitar um espaço novo.
(B) O fato de nunca
ter estado num sebo.
(C) O intuito de
comprar um presente.
(D) O fato de ter
pouco dinheiro para comprar livros.
10.
O
que gerou o conflito da narrativa foi (D10)
(A)
A
compra do livro.
(B)
A
escolha do livro.
(C)
A
gozação da vendedora.
(D)
O
presente que queria dar.
Leia
o texto.
CORDA BAMBA
As duas vinham andando pela calçada – a Mulher
Barbuda e Maria. De mão dada. A Mulher Barbuda usava saia, barba e uma sacola
estourando de cheia; Maria, de calça de brim, um embrulho debaixo do braço, ia
levando a tiracolo um arco enfeitado com flor de papel, quase do tamanho dela
(não era muita vantagem: ela já tinha dez anos, mas era do tipo miúdo). Pararam
na frente de um edifício. Barbuda falou:
— É aqui, tá vendo? 225. – Olhou pra trás: –
Foguinho! Ei!
Foguinho estava parado na esquina tirando um coelho
da meia: andava treinando pra ser mágico. Há anos que ele comia fogo no circo,
mas agora tinha dado pra ficar de estômago embrulhado cada vez que engolia uma
chama; tinha dias, que só de olhar pras tochas que Barbuda trazia, o estômago
já se revoltava todo.
— Olha só, fiz a mágica da meia! – gritou. Agarrou
o coelho pela orelha e correu pra porta do edifício. Barbuda achava uma graça
danada naquela história de Foguinho treinar mágica em tudo que é canto; deu um
beijo nele:
— Você ainda vai ser o maior mágico que já se viu
por aí. Não é, Maria?
Mas Maria continuou quieta; só apertou com mais
força a mão de Barbuda.
NUNES, Lygia Bojunga. Corda Bamba. 20. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1997, vírgula
p.9
11.
Qual
era a opinião de Barbuda? (D16)
(A)
Achava que Foguinho era um bom engolidor de fogo.
(B)
Achava que Foguinho seria um grande mágico.
(C)
Pensava que Maria era muito miúda.
(D)
Pensava que Maria era muito quieta.
Respostas: 01- (B), 02- (D), 03- (C), 04- (B), 05- (D), 06- (A), 07-
(A), 08- (C), 09- (C), 10- (A), 11- (B)
SIMULADO
DE LÍNGUA PORTUGUESA
Saeb/Spaece
Nº 2/2014
Leia
o texto abaixo.
CAÇADA
FRUSTRADA
O dia amanheceu, era
início de primavera, os pássaros, as borboletas, os animais festejavam aquela
manhã. De repente, eis que surge no cenário um velho homem e um vira-lata que
seguiam por uma estrada pedregosa, ambos iam para a caça, logo se notava pelos instrumentos
que levavam: uma espingarda, estilingue e um facão. Já passava do meio-dia e
eles ainda não havia pegado nada.
Na hora do almoço, o
cachorro por sua vez, não parava de tremer de fome. Seu dono ficou penalizado,
então pegou o estilingue, com o facão na mão saiu contornando o mato, abrindo
passagem. Não demorou muito, ele encontrou um bando de xexéus que estavam em
cima de um pé de pitanga, saboreando aquelas frutas gostosas. Esticou o
estilingue com uma pedra, mirou bem no meio de todos eles, mas com o barulho
muito deles voaram, ainda assim acertou em uma das aves que caiu ligeiramente
morta. O caçador levou o bicho até o cão que já não tinha forças para
levantar-se, no fogo improvisado, o velho amigo assou o pássaro e deu ao seu
cachorro que dentro de instante o devorou inteiramente.
Na volta para casa, o
cão fiel farejou alguma coisa, o coitadinho ficou com a aparência de medo;
então subitamente apareceu uma onça parda que atacou o pobre do vira-lata, que
por sua vez não teve como se defender, seu dono saiu correndo mato adentro e
nunca mais foi visto.
Raimundo
Nonato. Gênero textual: Conto. Língua Portuguesa, 8º ano A (manhã). EMEF Fco
Sales de Carvalho, 2011.
Responda
as questões de 1 a 3.
01. No
trecho “De repente, eis
que surge no cenário um velho homem e um vira-lata que seguiam por uma estrada
pedregosa”, a palavra “De repente” pode ser substituída por (D2)
(A) de
súbito.
(B) rispidamente.
(C) calmamente.
(D) sem
pressa.
02. A
expressão dita no texto “não teve como se defender”,
revela que o cão (D4)
(A) conseguiu
fugir.
(B) duelou
com o bicho.
(C) matou
a onça.
(D) foi
morto pela onça.
03. Nesse
trecho “não parava de tremer de fome” há o uso de uma figura de
linguagem. Qual? (D15)
(A) hipérbole.
(B) prosopopeia.
(C) metáfora.
(D) sinestesia.
Leia
os textos abaixo.
TEXTO I
RUBINHO
A MIL POR HORA
Desde criança, Rubens Barrichello é louco por
corridas. Aos seis anos já voava nas pistas de Kart. Depois passou rápido pela
Fórmula Ford, Fórmula Opel, fórmula 3 e Fórmula 3000. Não parou por aí. Foi o
mais jovem piloto da história a entrar para a Fórmula 1, quando tinha apenas 20
anos.
TEXTO II
VENCER
OU MORRER
Ayrton Senna sempre fez tudo rapidinho. Aos 4
anos ganhou o seu primeiro Kart. Aos dez, já pilotava no Autódromo de
Interlagos. Quando tinha 31 anos, era o mais jovem tricampeão da história da
Fórmula 1. Vencer ou vencer era o seu lema.
Maurício de Sousa Produções. Manual de esportes do
Cascão. São Paulo: Globo, 2003.
04. Esses
dois textos (D20)
(A) apresentam
uma biografia.
(B) convida
para corridas.
(C) incentiva
o uso do kart.
(D) oferecem
um prêmio.
AS DUAS NOIVAS
O
ônibus parou e ela subiu. Ele se encolheu, separando-se da outra, as mãos
enfiadas
entre os joelhos e olhando para o lado – como se adiantasse, já tinha sido
visto.
A noiva sorriu, agradavelmente surpreendida:
Mas
que coincidência!
E
sentou-se a seu lado. Você ainda não viu nada – pensou ele, sentindo-se
perdido,
ali entre as duas. Queria sumir, evaporar-se no ar. Num gesto meio vago,
que
se dirigia tanto a uma como a outra, fez a apresentação com voz sumida:
-
Esta é minha noiva...
-
Muito prazer – disseram ambas.
Fonte: Sabino, Fernando. Obra Reunida. Volume III,
Editora Nova Aguilar S.A. – Rio de Janeiro, 1996, p. 148.Com cortes.
05. No
texto, a ironia está no fato de que as moças (D16)
(A) se
conheciam.
(B) se
cumprimentaram.
(C) falaram
ao mesmo tempo.
(D) noivaram
com o mesmo rapaz.
O LEÃO E O RATINHO
Ao sair do buraco viu-se um ratinho entre as
patas de um leão. Estacou, de pelos em
pé, paralisado pelo terror. O leão,
porém, não lhe fez mal nenhum.
– Segue em paz, ratinho; não tenhas medo do
teu rei.
Dias depois o leão caiu numa rede. Urrou desesperadamente, debateu-se, mas
quanto mais se agitava mais preso no laço ficava.
Atraído pelos urros, apareceu o ratinho.
– Amor com amor se paga – disse ele lá
consigo e pôs-se a roer as cordas. Num
instante conseguiu romper uma das malhas.
E como a rede era das tais que rompida a primeira malha as outras se
afrouxam, pode o leão deslindar-se e fugir.
LOBATO, Monteiro. Fábulas. São
Paulo: Brasiliense. 1958. Fragmento. “Adaptado Reforma Ortográfica.”
06. A finalidade desse
texto é (D12)
(A)
analisar
o comportamento dos animais.
(B)
apresentar
um ensinamento moral.
(C)
descrever
as características dos animais.
(D)
mostrar
um traço da personalidade do leão.
Leia
o texto.
A
VELHA CONTRABANDISTA
Diz
que era uma velha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela
fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal
da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um
dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega a
mandou parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim para ela:
-
Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí
atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A
velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela
adquirira no dentista, e respondeu:
- É
areia!
Aí
quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha
saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o
saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou que a velhinha fosse em
frente. Ela montou na lambreta e foi embora com o saco de areia atrás.
Mas
o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e
no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela
passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou
que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal
examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e,
todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz
que foi aí que o fiscal se chateou:
-
Olha vovozinha, eu sou fiscal da Alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa
coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é
contrabandista.
-
Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta,
quando o fiscal propôs:
- Eu
prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não vou dar parte, não apreendo
não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que
a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O
senhor promete que não “espaia”? – quis saber a velhinha.
-
Juro – respondeu o fiscal.
- É
lambreta.
Stanislaw Ponte Preta
07. Esse
texto é engraçado porque (D11)
(A) O policial estava desconfiado da velhinha.
(B) O
objeto contrabandeado era a lambreta.
(C) A
velhinha tinha poucos dentes na boca.
(D) A
velhinha carregava um saco de areia.
Leia o texto a seguir.
DOMINGÃO
Domingo, eu passei o dia todo de bode. Mas,
no começo da noite, melhorei e resolvi bater um fio para o Zeca.
- E aí, cara? Vamos ao cinema?
- Sei lá, Marcos. Estou meio pra baixo...
- Eu também tava, cara. Mas já estou melhor.
E lá fomos nós. O ônibus atrasou, e nós
pagamos o maior mico, porque, quando chegamos, o filme já tinha começado. Teve
até um mané que perguntou se a gente tinha chegado para a próxima seção.
Saímos de lá, comentando:
- Que filme massa!
- Maneiro mesmo!
Mas já era tarde, e nem deu para contar os
últimos babados pro Zeca. Afinal, segunda-feira é dia de trampo e eu detesto
queimar o filme com o patrão. Não vejo a hora de chegar ao final de semana de
novo para eu agitar um pouco mais.
Márcia Paganini
Cavéquia
08.
Os
dois personagens que conversam nesse texto são (D13)
(A)
Adultos.
(B)
Crianças.
(C)
Idosos.
(D)
Jovens.
Leia o
texto abaixo.
A OUTRA
NOITE
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite,
uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de
táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em
cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens
feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho,
alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer
aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim:
-O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua
conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e
enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda.
-Mas, que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar
o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se
sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
-Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse
um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão
sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
Rubem Braga
09.
O
fato que desencadeou a história foi (D10)
(A)
A
viagem a São Paulo.
(B)
O
mau tempo em são Paulo.
(C)
O
agradecimento do taxista.
(D)
A
conversa ouvida pelo taxista.
Leia o
texto.
O GALO E A RAPOSA
O
galo e as galinhas viram de longe uma raposa que chegava.
Empoleiraram-se
na árvore mais próxima para escapar da inimiga.
Usando
de esperteza, a raposa chegou perto da árvore e dirigiu-se a eles:
-
Ora, meus amigos, podem descer daí. Não sabem que foi decretada a paz entre os
animais? Desçam e vamos festejar este dia tão feliz.
Mas
o galo, que também não era tolo, respondeu:
-Que
boas notícias! Mas estou vendo daqui de cima alguns cães que estão chegando.
Decerto eles também vão querer festejar...
A
raposa mais que depressa foi saindo:
-
Olha, é melhor que eu vá andando... Os cães podem não saber da novidade e me
matar...
Ruth Rocha.
10.
O
galo e as galinhas subiram na árvore porque (D11)
(A)
Gostam
de ficar empoleirados.
(B)
Queriam
escapar da raposa.
(C)
Seus
amigos estavam lá em cima.
(D)
Um
cachorro vinha na direção deles.
Respostas: 01- (A), 02- (D), 03- (A), 04- (A), 05- (D), 06- (B), 07-
(B), 08- (D), 09- (D), 10- (B)
"A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação circunda o mundo."
Albert Einstein
Trabalho publicado em 25/08/14.
Material maravilhoso!
ResponderExcluirMaterial maravilhoso!
ResponderExcluirValeu muito. Estes textos vão me auxiliar no trabalho.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue bom. Todos os textos já estão separados por seus devidos descritores. Obrigado.
ResponderExcluir