Nessa coletânea está todas as crônicas produzidas pelos alunos durante a Olimpíada de Língua Portuguesa, em 2014.
A
BOA APARÊNCIA DA VIZINHANÇA
O bairro que moro é bem
calmo, tem poucas casas, mas é gostoso viver lá. Quem olha de passagem percebe
uma aparência de tranquilidade, uma coisa serena, um lugar ideal para morar.
Pois bem, essa rua fica
perto de uma escola desativada e ainda nas proximidades da estrada que segue
para o centro da cidade.
O relacionamento entre as
pessoas que habitam naquela ruela é bem intenso, funciona como se fosse uma
grande família, cada qual exercendo sua função e no fim todos contribuindo
entre si. Uma das coisas visíveis é a solidariedade que há entre todos. O ato
de compartilhar, dividir entre si, o que todos têm.
Claro, esta rua é habitada
por pessoas trabalhadoras, que vivem de seu trabalho, uns trabalham em
Jericoacoara, como é o caso de minha mãe, outro de mototáxi, como é o caso de
meu padrasto, outros trabalham na agricultura para poder tirar seu sustento.
É evidente que minha rua não
vive só do trabalho, também as pessoas param para se divertir, como é hábito de
eles irem as festas, aos eventos sociais, assistir uma partida de futebol, ir a
um bingo, e também as reuniões de pais e mestres. Claro que às vezes nem todos
vão a eventos escolares, porque nem todas as pessoas valorizam o ambiente
escolar, por dizerem que só conversam coisas que não são de seus interesses.
Nem tudo que a gente olha,
pode se dizer que é bom, pois as aparências enganam. É o caso da calmosidade de
minha vizinhança. Parece que são sempre tranquilos, mas ocorre de vez em quando
uma discussão, isso não é de se admirar, porque sempre a gente ver acontecer.
Mas o que importa é o dia a
dia das pessoas, o que elas podem cooperar umas com as outras, cada qual dando
o melhor de si. Isso é o que se chama de uma boa vizinhança.
Alexandre Santos Vasconcelos. O gênero crônica. Olimpíada de Língua
Portuguesa, Escrevendo o Futuro. 4ª edição. Turma: 9º A (tarde). Prof.
Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de Carvalho. Jijoca
de Jericoacoara-Ce, Julho/2014.
UM
OLHAR DIFERENTE
A educação em Jijoca de Jericoacoara se tornou bastante frágil,
infelizmente se encontra com uma realidade preocupante, onde o governante local
direciona-se para determinado foco da gestão, professores mal remunerados,
famílias desestruturadas e acompanhamento escolar por parte dos pais um pouco
escasso. Teve-se uma queda na educação, estávamos em 2º e regredimos para o 3º
lugar, isso a nível da CREDE, é evidente que isso já vinha nos anos anteriores
caindo, mas só veio piorar de dois anos pra cá, quando começou as mudanças na
educação como um todo. A situação é preocupante, porque a caída foi notável e visível
a sociedade, mas o regresso se dá de forma lenta, quase não perceptível.
Observei uma estudante em sua fase de adolescência, essa pessoa era muito
rebelde, juntava-se a outros, gerando uma indisciplina escolar, com essa
atitude o professor parava sua aula, para chamá-la atenção, com isso tirava a oportunidade
de aprendizagem do restante da turma, talvez esse seja um dos fatores que vem
fazendo a educação cair, mas não há dúvidas que existem outros a serem refletidos
e trabalhados para melhorar o ensino/aprendizagem dos discentes. É claro que
todos têm que dar sua colaboração para o aprimoramento e o incentivo ao que se
busca: o aprender.
Percebo que os professores dão o melhor de si para qualificar seu
trabalho e ao mesmo tempo deixar o ensino/aprendizagem gostoso de aprender.
Assim como os professores, os pais também têm que terem a consciência de não
responsabilizar somente a escola pela educação dos filhos deles, mas somar parceria
com a educação.
Como estudante fico triste, ao me deparar com essa situação educacional,
que vem a cada dia se intensificando, é necessário que todos vistam a camisa da
escola e se deem as mãos, visando apenas um objetivo: o ensino de qualidade.
Termino essa crônica alertando os governantes de Jijoca: a educação
precisa de recursos acessíveis aos educadores e o reconhecimento por seu
trabalho. E essa valorização só vai depender de vocês que detém o poder. E como aluna do meio, preciso de uma educação desenvolvida,
professores felizes pelo que fazem e uma escola de alto nível, que garanta o
futuro promissor de todos e dê uma preparação sólida e profissional.
Ana Patrícia da Costa Albuquerque. O gênero
Crônica. Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro. 4ª edição. Turma:
9º A (manhã). Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales
de Carvalho, Jijoca de Jericoacoara-Ce, Julh
NOSSA! QUE LOUCURA!
Era meio
dia, nesse momento eu estava em casa, quando de repente ouvi as pancadas na
mesa, saí para fora e vejo meu vizinho batendo em sua esposa. Ele é um
dependente químico, sempre ao chegar em casa tinha por diversão insultar sua
mulher, e o pior de tudo, era que ele a agredia. Foi o que aconteceu nesse dia.
Isso não é novidade! É hábito velho. As pessoas daquela rua já estavam
incomodadas por aquilo ser costumeiro, estava precisando daquilo chegar ao fim,
antes que o pior acontecesse.
Seus
familiares já viviam angustiados, de sempre ver aquela cena acontecer. O mais
importante era que o filhinho deles nunca presenciava cena daquele tipo, para a
criança de um aninho era um horror. Eu e minha família ficamos de telespectadores
para a cena que ocorreu, mas com pena dela, porque a moça estava apanhando
muito. De repente essa discussão durou quase 2:00 horas, quando chegou num
momento um parentesco da jovem e o separou a confusão.
Esse casal perante a vizinhança
era visto como pesadelo, por causa das brigas de vez em quando, a rua não tinha
um pouco de paz, quando a gente menos esperava explodia aquele alarido, não era
outro casal, eram eles se matando. Para resolver esse problema, a jovem após a
discussão teve que arrumar suas trouxas e ir embora, não dava mais para
aguentar aquela situação. A vizinhança já estava no ponto de chamar a polícia
para dar um basta naquele desassossego.
O rapaz por não apresentar boa conduta hoje está
preso, esse cometeu um assassinato lá quando morava na região do estado do
maranhão. A mulher vive com a família e trabalha em Jericoacoara. Logo ela
precisava de uma ocupação para dar uma vida digna ao filho que tem.
Hoje o bairro vive mais calmo, mais tranquilo, é
evidente que há de vez em quando uma discussãozinha entre um casal e outro, mas
isso acontece silenciosamente, a vizinhança nem sempre percebe, só é percebida
quando falam um pouco alto. Mas isso sempre ocorre em qualquer lugar. O certo é
que hoje estamos vivendo em paz.
Cristina
Silva. O gênero crônica. Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro,
4ª edição. Turma: 9º A. Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF.
Francisco Sales de Carvalho. Jijoca de Jericoacoara-Ce, Julho/2014.
MINHA TERRA NATAL, NÃO HÁ OUTRA IGUAL
Quando me refiro que não há outra igual, quero dizer
que é gostoso viver aqui, maravilhoso é ser filha desta terra. Onde vi crescer,
desde as primeiras casinhas as margens da lagoa, na época um pouco rústica,
selvagem, por que selvagem? “Porque era ainda desabitada, com poucos moradores.”
Você vem e me pergunta, por que seu lugar é tão
apreciado?
__ Pelo fato de ser calmo, agradável e apresentar uma
serenidade total, que vai além da simplicidade das pessoas que moram aqui.
Falei simplicidade? Sim, esse povo além de pacato tem uma enorme gentileza, é
receptivo, não posso esquecer de dizer, que é um povo solidário com quem os
visita.
Observo que nessa terrinha vários turistas passam por aqui,
admiram a sua beleza, a hospitalidade do povo, cultuam a cultura local e
saboreiam os pratos típicos da região.
O que mais atraem nesses visitantes é a beleza criada pela
natureza como a praia de Jericoacoara, considerada no mundo como uma das mais
belas, a pedra furada que encanta quem olha, a gruta da onça, a caverna do encanto
entre outras atrações naturais.
O povo daqui também reconhece que essa terra tem sua
beleza e também uma grande fartura, pois no inverno, eles plantam e colhem o
necessário para sua subsistência, como o feijão, a melancia, a mandioca, o
milho etc.
Se há lugares paradisíacos esse é um, ao redor dele estão as
lagoas, as dunas, o pôr- do- sol, à tardinha é uma maravilha!
__ Está encantado com minha terra? Então vem conhecer
a gente. Provar dos sabores de nossa gustação. Uma coisa é certa, você vai
voltar outras vezes. Por que quem bebe da água dessa terra não quer mais ir
embora!
Érica Barros. O gênero crônica.
Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro. 4ª edição. Turma: 9º A
(tarde). Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de
Carvalho. Jijoca de Jericoacoara-Ce, Julho/2014.
AS
PESSOAS QUE PASSAM EM MINHA RUA
Sento-me na área de minha casa, olho para os lados, observo as pessoas
que passam, até me espanto. Já é tarde e o movimento é grande, sendo que sempre
é de manhã.
São pessoas diferentes, cada qual com seu jeito, algumas alegres, outras
estranhas, sem fisionomias no rosto, não discrimino estas pessoas, que olho e
vejo que são tristes, agora deve se perguntar como sei que são tristes? Se disse
que não tinha fisionomias, tá aí a resposta: triste é aquela pessoa que não
consegue sorrir, sempre mostra uma cara carrancuda. E o riso era o que eu nunca
via naquelas pessoas.
Os idosos, pessoas da terceira idade, são sempre alegres, até mais do
que os jovens, talvez pelo fato de já terem vivido muito, sem falar nas
histórias que contam de sua mocidade, não há quem conte melhor!
Há os garotos que passam por aqui de bicicleta, sempre com uma
algazarra, divertem-se como ninguém. Minha rua é movimentada mesmo, no fim de
semana, até os turistas passam por aqui, para ir a Jericoacoara. Dá até um
certo orgulho de morar aqui, sabe? Ela é calma, mas existe fim de semana que ela
é bem agitada, passa um de caminhão, passa outro de carro e ainda passa o motoqueiro.
Sem falar na graça que acontece, quando os turistas passam. As crianças correm
porta afora para dar tchau para eles, e eles correspondem com o mesmo gesto.
À noite, por volta das oito horas, meninos e meninas vão sentar no
banquinho que há próximo de minha casa, contam lorotas, dão gargalhadas, dizem
piadas ou anedotas, é bom saber que nessa rua as pessoas são felizes.
Claro, minha rua não é perfeita, de vez em quando aparece brigas, discussões,
desavenças, mas isso acontece nas melhores ruas. Não posso esquecer das fofocas,
inclusive, já tem as pessoas encarregadas para isso. Mas para falar a verdade,
toda rua tem que ter uma fofoqueira de plantão, bom, não acha?
Uma rua perfeita não é aquela silenciosa que parece que seus habitantes
não existem, não! Dá até angústia em falar nisso, uma ruela perfeita é aquela
que tem um pouco de tudo. Um pouco de algazarra, diversão, gente amiga,
simpática, um pouco barulhenta e nada, nada mesmo silenciosa.
Aí sim é uma rua perfeita, e eu posso dizer que minha rua é perfeita,
porque ela tem um pouco de tudo isso. Não me vejo morando noutra rua, outra
igual a esta, só minha rua.
Fca Gracilene de Carvalho. O gênero Crônica.
Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro,
4ª edição. Turma:
9º A (manhã). Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales
de Carvalho. Jijoca de Jericoacoara-Ce, Julho/2014.
(Esta crônica foi a escolhida pela comissão julgadora escolar)
JIJOCA,
GAROTA GRACIOSA, DE BELEZA ESTIMÁVEL!
É inesquecível quando
se olha para as margens da lagoa, contendo aquela volumosidade de água
cristalina, em suas costas aquela vegetação rasteira com enormes coqueiros.
Mais lindo quando se
vê aquelas barracas de palha repleta de pessoas curtindo aquele frescor e
tomando uma aguinha de coco. Nossa! É impressionante! Isso é um paraíso? Não.
É uma garota de
apenas 22 anos, que recebe e acolhe a todos os seus visitantes com amor e
recepção como merecem.
Como é jovem consegue
atraí-los com seu encanto e beleza, oferecendo hospitalidade em suas pousadas,
casas de pescadores, hotéis mais arrojados ou em simples casebres.
É evidente que seu
povo o disponibiliza os variados transportes para conhecer as belezas naturais
da terra. Como o buggy, o cavalo e outros meios. Mostrando o que de melhor
nossa terra tem: a pedra furada, o banho de praia, o pôr-do-sol, ao entardecer;
o passeio a gruta da onça, o cavalgar sobre as belas dunas, o banho nas lagoas
mais famosas entre outras.
Depois o deliciamento
dos pratos mais saborosos da cidade, acompanhado de uma bebida adequada. É
certo que essa menina é atraída por todos e conhecida nacionalmente e
internacional.
É evidente como
qualquer outra pessoa, além da beleza em alguns momentos existem as situações
inadequadas, aquilo que a gente gostaria que não acontecesse, mas não podemos
evitar. São os transtornos que ocorrem ao seu entorno. Como as desavenças, as
briguinhas, os roubos e assaltos, a ignorância por parte de alguns e os
descontratempos.
Fora isso a vida
segue uma maravilha e o atendimento aos visitantes são de primeira e com uma
recepção à altura dos estrangeiros.
É tão notável que os
que vão sempre retornam, porque nossa água é tão gostosa que sua sede só mata
quando a bebe. Por isso um dos pontos estimáveis dessa menina, chamada Jijoca,
é a sedução e o cativamento dos povos que por aqui passam.
A primeira impressão
é a que fica, assim diz o ditado do povo. Uma vez bem recebido nunca mais a
esquece.
Francisca Sterfany. O gênero crônica.
Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro. 4ª edição. Turma: 9º A
(tarde). Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de
Carvalho. Jijoca de Jericoacoara-Ce, Julho/2014.
LADRÃO DESCONHECIDO
Em minha comunidade está acontecendo frequentemente vários furtos, um
deles foi agora pouco tempo. Esse lugar que me refiro é o Córrego da Forquilha,
este fica no interior do município, com uma distância aproximadamente de 9km.
Segurança? Nem mesmo na própria sede a segurança é boa quanto mais na zona
rural!
Por volta das 7:30, numa noite calma, onde ninguém desconfiava de
nada, uma coisa surpreendente aconteceu: um homem chega numa moto com um
capacete e invade uma casa de um casal, onde há um comércio, mas por falta
de sorte só tinha a mulher, o homem chega e põe uma arma no seu pescoço e manda
passar todo o dinheiro. Ela muito nervosa, passa todo o dinheiro ao ladrão,
este sai como um relâmpago.
Ela começou a gritar e chorar, pois não acreditava no que tinha acabado
de se passar. Ela havia sofrido um assalto, imagine o que se passou em sua
cabeça! Após 5 minutos, o marido da mesma chega, mas já era tarde, o ladrão já
tinha ido e levado o dinheiro, e até hoje nunca ninguém descobriu quem era o malfeitor.
O povo agora está se prevenindo mais, estão colocando portões de ferro
em suas residências. Outros que podem mais, estão contratando vigias, é o caso
dos comércios. A polícia da cidade está fazendo ronda uma vez por semana.
Diminuiu os assaltos e roubos, mas a população está cada mais prevenida.
Francisca Vandeirla. O
gênero crônica. Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro. 4ª edição.
Turma: 9º A (tarde). Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco
Sales de Carvalho. Jijoca de Jericoacoara-Ce, Julho/2014.
JIJOCA,
MENINA AGRESSIVA!
É uma cidade mocinha,
encantada por todos que passam por aqui, é fácil encontrá-la, está localizada
na zona Norte do estado do Ceará, oferece a todos que aqui vêm hospitalidade e
bem estar social, além de saciar das belezas naturais. Os turistas que vão
sempre voltam, logo quem bebem da água desta terra não consegue
esquecê-la.
É melancólico vê-la que aos
poucos essa terra está se tornando violenta, isso poderá no futuro próximo
afetar o fluxo turístico, como se sabe que ao crescer, junto vem as vantagens e
as consequências. Roubos, assaltos e furtos vêm se intensificando nos últimos
anos. Estamos vivendo um momento de insegurança nessa cidadezinha que antes era
pacata. O número populacional aumentou e os contrastes vieram juntos.
No dia treze de maio deste
ano um fato imoral e absurdo ocorreu em Jijoca. Um senhor de certa idade foi
morto por quatro pessoas, essas pessoas souberam que o homem ia pagar no banco
o dinheiro que estava em sua residência. Quando chegaram lá pediram tudo o que
ele tinha. E o homem dizia não saber o que eles queriam. Foi quando a vítima
começou a correr ao redor do seu quarto e aí pegaram-no e mataram de faca.
Depois já quase morto tiraram sua calça e o enforcaram.
Horas depois, seu filho como
de costume foi vê-lo, como estava, ao chegar estranhou ver a casa toda
escancarada, e ao adentrar viu seu pai morto e seu desespero foi grande. Observando
aquela cena catastrófica ficou estonteado sem saber o que fazer. Depois do
noticiário começou se aglomerar muitas pessoas. Pela parte da manhã foi
enterrado o corpo do falecido.
A polícia junto com a
cooperação da população agiu com rapidez e conseguiu prender os malfeitores,
assim eles pagarão pelo crime praticado. Assim diz o ditado: Aqui se faz, aqui
se paga.
Irlândia Silva Alves. O gênero crônica. Olimpíada de Língua Portuguesa,
Escrevendo o Futuro. 4ª edição. Turma: 9º A (tarde). Prof. Francisco Antônio de
Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de Carvalho. Jijoca de Jericoacoara-Ce,
Julho/2014.
OS ANIMAIS DEVEM SER CRIADOS
PRESOS E NÃO SOLTOS!
Estava em casa assistindo
TV. Quando ouço minha mãe chamar:
__ Anderson, vá até a casa
de sua avó. Diga a ela que amanhã é dia dela tirar o dinheiro de sua
aposentadoria. Às 7:30, eu vou pegá-la para a gente ir a cidade.
Após que recebi o recado,
peguei minha bicicleta meio zarolha e fui ao meu lugar de destino: a casa da
vovó.
A bicicleta não ajudava
muito, logo não andava muito boa, seu nome era “Serra Olho”, esse nome eu dei
pelo fato da corrente dela está sempre estalando. Mas mesmo assim ela é minha
companheira de viagem, só está faltando colocar um conjunto novo.
Até chegar à casa da vovó,
fui andando pela margem da estrada, enquanto caminhava vi meu tio e minha tia debaixo
do cajueiro que fica na cozinha de sua casa. Vi meus primos brincando ao redor
da casa, mais na frente me deparei com um acontecido, alguém havia se
acidentado.
Um homem tinha atropelado um
porco, a sorte dele que vinha devagar, por isso não se feriu muito. Mas o porco
morreu. E a moto ficou um pouco acabada. O rapaz foi levado para o hospital com
alguns ferimentos, e o porco levado para a casa do dono.
O povo daqui tem um hábito
de criar seus bichos soltos na rua, nas estradas e dentro dos quintais alheios.
É claro que há a lei que nenhum bicho deve ser criado solto, mas preso nas
propriedades de seus respectivos donos. Mas infelizmente a população desconhece
a lei, e por não conhecê-la tornam-se ignorantes.
Foi o que aconteceu com o
dono do porco. Ele queria que o motoqueiro pagasse o porco. Mas alguém o
interveio, dizendo: “amigo para o rapaz pagar a morte de seu animal era preciso
que ele estivesse dentro do seu cercado. E se você levar isso as autoridades
quem poderá ressarcir o que aconteceu é você. ”
Saí de lá, continuei a andar
sossegadamente, como é bom andar de bicicleta, isso é saudável ao nosso corpo. As
pessoas que moram na zona urbana não têm toda essa comodidade, uma vez que o
trânsito é intenso, o ar um pouco poluído e o risco para andar cedinho é
grande.
Finalmente cheguei ao meu
lugar de destino. Dei o recado conforme minha mãe havia pedido. Falei do
acidente que vi enquanto vinha para cá. Ela me convidou para entrar, havia
feito um bolo a duas horas atrás. Ainda estava morninho.
Depois de toda uma caminhada
era necessário se abastecer com alguma coisa que fortalecer ao tecido ósseo.
Manoel Anderson
Batista Roque. O gênero crônica.
Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro. 4ª edição. Turma: 9º A
(tarde). Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de
Carvalho. Jijoca de Jericoacoara-Ce, Julho/2014.
A VERGONHA
Paro um pouco, e começo a
pensar no que vou dizer do lugar onde vivo, falar desse lugar que conheço desde
pequeno me desperta prazer e satisfação. Agora me sento numa mesinha pequena e
vou narrar minha crônica.
Porque não me sinto
prazeroso em falar do lugar que moro? Por mim senti envergonhado pelo que as pessoas
praticam, muitas vezes nos enojam, deixando a gente revoltado pelo que ver. Não
põem limites em suas próprias línguas, quando o assunto é a vida alheia.
Simplesmente não a respeitam, eles não estão nem aí, até mesmo para seus
próprios lares. Não ligam em acolher coisas que não prestam, que são fúteis,
deveriam ter mais cautela em determinada coisa.
Imagine só, um lugar cheio
de crianças, que desde cedo aprendem coisas inúteis, vivem com pessoas que as
influenciam a seguirem um caminho que não é bom, nem para elas e nem para o
meio onde vivem.
Tem casos que são impressionantes,
como é o caso dos pais de uma menina pequena que colocaram um cabaré dentro da própria
residência. Aí, eu me pergunto:
__ Qual o futuro que uma
criança dessa vai ter? Se os próprios pais que deveriam ser exemplos e somar
com as demais pessoas da comunidade para pôr fim em lugar como esse, abrem as
portas da casa para acolher a imoralidade, e apoiar a destruição das famílias, sendo
que esta é a moral dos bons costumes.
É claro que a criança e os
adolescentes são protegidas pelo ECA, mas cadê as autoridades para pôr fim
nesse tipo de comércio? Que a gente queira ou não, mas já virou rotina das
casas daqui ser bordel, encontros de homens e mulheres às claras vistas. Muitos
adolescentes até já pegaram casais praticando cenas eróticas, logo como é no
interior as pessoas dormem um pouco mais tarde.
A população é ciente do que
digo. Mas muitos temem por sua vida, às vezes as pessoas acham melhor calar do
que denunciar, assim não se mete em nenhuma encrenca e evita de perder a vida.
Se continuar do jeito que
vai, nunca vamos ser uma comunidade bem vista ou até admirada, precisa-se dar
um basta nisso, já estou fazendo minha parte narrando esse texto, mostrando
cenas que me deparo todo dia, cronicando assim esse tema.
William Carlos Barros Fonteles. O gênero
Crônica. Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro. 4ª edição. Turma:
9º A (manhã). Prof. Francisco Antônio de Paula gregório. EMEF. Francisco Sales
de Carvalho. Jijoca de Jericoacoara-Ce, Julho/2014.
FOFOCA
Moro do outro lado do
córrego, há uma barragem feita para possibilitar o trânsito das pessoas,
veículos e animais. A ruela onde está situada a casa do meu avô não é extensa,
logo a gente reside no distrito da cidade. Do centro até a casa do vovô é
aproximadamente 11km. Nessa rua o povo são faladores e em especial meu
avô.
Às vezes quando eu vou a
casa dele, fico espantada por ver que ele sabe da vida de todo mundo. E se
chega alguém para conversar, aí sim, vira dia e noite mexericando a vida
alheia. Pois bem, de vez em quando eu vou a sua casa por morar pertinho dele.
Falar dos outros já virou cena do cotidiano.
Muitas vezes uma pessoa
passa por ele e o cumprimenta, seja pela manhã ou tarde, depois que esta se
afasta, ele já tem algo para dizer dessa criatura. Se ele já souber mexerico
dessa pessoa, em pouco tempo todos que moram na rua saberão.
Meu tio, Benedito, que
também mora na mesma rua, chega lá por volta das 6 horas e passam o restante do
tempo falando da vida dos outros, lá falam de tudo! Imagine você lá, pra ver.
Há certo momento que me irrito quando presencio cenas desse tipo, mas
infelizmente é o que ele faz todo dia. Esteja só ou com outro indivíduo.
Alguns dos meus tios já até
pediram que ele se ocupasse com alguma coisa para ver se deixava de fofocar da
vida alheia, porque existem pessoas que se incomodam, às vezes ficam
esbravecidos, só não fazem algo fora do comum por ser uma pessoa idosa. Mas
muitos já reclamaram e pediram que os filhos dessem algo para ocupá-lo, pois
não saberiam até onde mais o respeitariam.
Mas que nada, aos domingos,
ele frequenta o grupo de idoso, aí sim é o momento para falar dos outros,
juntos com os companheiros. Quando está em casa coloca sua cadeira na área,
para observar quem passa ou deixa de passar durante o dia. Essa é a sua
atividade diária.
Antônia Brena Brandão da Silva. O gênero Crônica.
Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro, 4ª edição. Turma: 9º B
(tarde). Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de
Carvalho, Jijoca de Jericoacoara, Julho/2014.
FUTEBOL NA MINHA RUA
Sempre no sábado, os meninos
costumam bater uma pelada no campinho que fica no quintal da casa de dona Maria,
a avó do Vitor. Neste dia, eu estava assistindo TV, quando um dos moleques me
chama para jogar.
Ao chegar no campo, fomos
dividir os times, quatro para cada lado, inclusive o goleiro. Um dos meninos
não gostou do time que ficou, logo dizia que era fraco. Outro participante da
equipe ouvindo aquilo se chateou e acabou provocando uma confusão à toa.
Danilo, um moreninho, que
gosta de se meter naquilo que não é chamado, entrou na briga, logo se mostra
ser valentão. Os outros jogadores dão um basta nisso. Tiago, meu primo, acaba
dizendo:
__ Galera, viemos aqui para
jogar e não para armar confusão.
A partida então começa, o time
de William já inicia perdendo o jogo, quando Eduardo e Danilo dão uma trombada,
um já olha para o outro com ar de briga, mas só ficou nisso. Continuamos o
jogo, quando de repente o moreninho dá um chute em Edu, este se vê ofendido e
dar um soco em Danilo, os outros meninos param a partida para separar a
confusão.
Infelizmente, a brincadeira
que poderia terminar bem acabou como se estivesse numa arena de MMA ou UFC.
William Sousa. O gênero crônica. Olimpíada de
Língua Portuguesa. Julho/ 2014.
O DIA A DIA DA MINHA RUA
O lugar que moro é um
povoado pequeno, fica a alguns quilômetros da cidade. É chamado de Córrego da
Forquilha, os moradores mais velhos dizem que o rio que corre, formava uma
forquilha, daí o nome do vilarejo.
As pessoas aqui são
hospitaleiras e receptíveis. Vivem da agricultura, do comércio, da pesca, do
artesanato, e da prefeitura da cidade.
Já na rua que resido a coisa
é bem diferente. Há umas senhoras que gostam de um mexerico. E quando se juntam
na hora do trabalho aí sim rola uma fofoca adoidada.
Tal dia minha mãe mandou dar
um recado na casa vizinha, de uma mulher chamada Cilene. Esta senhora gosta de
uma fofoquinha, é um hábito diário dela, parece que já nasceu fofocando.
Toda à tardinha, ela se
reúne com suas amigas, e aí cai conversa. Falam mais da vida alheia do que
mesmo trabalham.
Essa tal Cilene é tecedeira
de náilon, faz tarrafa e rede de pescar, vende na cidade, muitas vezes por
encomenda, o que ganha é pouco, mas dar para quebrar o galho.
Devido seu hábito de fofoqueira
nunca soube que alguém ter ido a sua casa com inquisição, xingamento ou até
mesmo com desaforo. Seu marido é dono de um barzinho e sempre reclama, por ela
gostar de fazer isso. Às vezes ele diz:
__ Espero nunca ter problema
por causa disso.
A vizinhança até gosta de
ver as maluquices dela. É certo o que ela fala não prejudica muito de quem ela
fofoca. A mesma é conhecida como a fofoqueira da rua. Quem tem seus segredos
não a conte, pois no outro dia pode estar na boca da rua.
Dei o recado de minha mãe e
fui embora. Mas até hoje nunca soube de confusão na porta da casa dela, talvez
de quem ela faz mexerico, nunca soube.
Uma coisa é certa: quem
muito fala dos outros, acaba esquecendo de si.
Eduarda Nascimento dos Santos. O gênero Crônica.
Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro. 4ª edição. Turma: 9º B.
Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de Carvalho,
Jijoca de Jericoacoara, Julho/2014.
O ASSALTO NA LOJA AO LADO
Saía de
casa, certa vez, para ir à casa de nossa vizinha, Liduína. Mal cheguei na
calçada, olhei para o beco, ia saindo dois caras de moto, todos dois de blusão
e de
capacetes, ambos irreconhecíveis.
Antes de a moto parar o detrás pulou dizendo:
__
É um assalto.
Uma das meninas do caixa foi até
onde estava a Day, sentada lá fora no alpendre do mercantil. Deu por si quando
a companheira pega em seu braço dizendo que o mercantil está sendo assaltado.
A jovem tomou um susto e se dirige
ao caixa. Quando o ladrão a olha e fala:
__ Passa todo o dinheiro pra cá.
Caso contrário eu atiro.
Nesse dia quem estava no caixa era a
Taiane. A outra ordenou que ela o desse. Então desesperada deu para eles todas
as moedas, mas os delinquentes recusaram em recebê-las, pois queriam somente
cédulas.
No momento do assalto as vítimas
quiseram reagir, mas perceberam que os marginais estavam armados, qualquer
vacilo seria fatal. Mesmo com alguns fregueses na hora do incidente, não daria
para reagir, porque os dois poderiam ser ágeis, mesmo com alguns homens no
momento, mas seria arriscado.
A vizinhança ao saber do ocorrido
ligou imediatamente para a polícia, mas por demorar demais não conseguiram
capturar os malfeitores. Quando chegaram apenas encontraram as funcionárias
trêmulas e chorosas. Os mesmos tomaram o depoimento do pessoal que estava no
local e depois saíram.
É bom lembrar que assaltos como esse
vem ocorrendo frequentemente nos arredores de Jijoca. Não existe hora e nem
momento para acontecer. A população é que deve se prevenir da malandragem
desses delinquentes.
Juliana Vasconcelos. O gênero crônica. Olimpíada de Língua Portuguesa.
Julho/2014.
Minha rua fica na estrada do bar do Lucinho, está entre dois bares: o da
Marinha e do próprio Lucinho. É uma rua
calma, mas quando chega o fim de semana ela se torna movimentada.
Ao redor de onde moro, há muitas pessoas que gostam de usar uma
bebidinha, mas essa bebida é aquela que esquenta por dentro, a famosa cachaça,
sem se importar com sua qualidade. O importante é beber.
Meu pai, por exemplo, consome álcool. Meus tios, primos e vizinhos
acompanham também. Agora imagine no final de semana quando todo esse povo chega
em casa bêbados! Que alarido! E o pior de tudo é aquela conversa enjoada. Que
não falta acabar mais.
A gente sabe que o álcool é uma droga lícita, permitido sua venda
publicamente. Mas muitos ignoram os problemas trazidos por ela. Aí, sim é que
se deve tomar cuidado. Porque tem pessoa que bebe como se fosse uma aguinha
qualquer. E os malefícios só vem depois de um longo período.
Minha mãe às vezes diz: “Desde que me entendo por gente existe essa tal
cachaça. Ela a um tempo atrás era comercializada em barris, por comboio que
vinha do sertão. Hoje o uso dela está presente em todos os lugares. Apenas
permitido para maiores de idade. Mas isso só ficou no papel. Porque tanto usa o
maior quanto o menor. ”
Um certo amigo meu, a provou numa festa que foi pela primeira vez,
depois daí virou um papudinho de carteirinha. Com dinheiro ou sem dinheiro, mas
sempre dar um jeito de tomar. Isso é o que acontece com muitos, toma uma vez
com um amigo, numa brincadeira, outra vez no casamento de alguém e aí chega um
momento que não consegue parar, fica viciado, torna-se assim um verdadeiro
alcoólico.
Esse tipo de gente abandona a família, esquece que tem filho e mulher, o
que importa para ele são os amigos, as baladas, as noitadas, sua namorada é a
tal bebida. Esse entra no mundo que vira dia e noite, noite e dia com o copo na
boca. Muitos deles quando tem como beber, querem até se matar, outros ficam
inquietos por não terem de onde tirar. É triste! Mas é uma realidade nua e
crua.
As pessoas precisam aprender a beber socialmente. Evitando a
desmoralização social. Procurando não ser mal visto aos olhares da sociedade.
Todos sabem que as consequências do alcoolismo são estrondosas, isso
falo porque vejo e convivo com pessoas desprezadas pela família, mendigando um
aqui ou outro lá. E o pior disso, não tem nenhum acompanhamento de ninguém,
logo não tem condições. E muitas vezes quando aparece, eles rejeitam.
Uma coisa é certa, todo mundo tem o direito de viver como quiser, onde
quer e fazer o que bem convier na telha, mas de uma coisa estou certo, a
família é sem dúvida a célula mãe da sociedade. Cabe a ela tudo isso resolver
na melhor forma possível.
Maria Sandreane Vasconcelos de Sousa. O gênero
Crônica. Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro. 4ª edição. Turma:
9° B (tarde), Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales
de Carvalho, Jijoca de Jericoacoara-Ce, Julho/2014.
O
JOGO, À TARDINHA
Na rua que moro tem toda à tardinha
o jogo dos meninos no campo, este fica na rua principal, no caminho que vai para
Jericoacoara, quando chega a hora do jogo começar, o campo cria vida, a
adrenalina é total, parece que os jogadores é a vida do campo, com aquele suor
frio e ao mesmo tempo fervendo por dentro. Pode-se perceber em alguns
jogadores, o coração acelerado e com aquela paixão pelo futebol.
Por algum momento paro, e me
sinto como se estivesse a jogar, mas apenas fico observando, torcendo por meu
time escolhido, vibro, grito e indico por onde chegar com mais facilidade ao
gol. É uma loucura! De vez em quando um jogador pede aqui, outro pede para
passar e ainda outro grita:
__ É agora.
E a adrenalina ocorre quando
finalmente o gol entra. É aquela gozação! Sei lá de onde sai tanta euforia! E o
público é aquela algazarra. A comemoração do gol pelo time que torce. Uma vez
ou outra a bola vai para estrada e os mesmos vão buscar. Essa estrada é o caminho
que vai para Jericoacoara. E o campinho fica a sua margem direita.
Depois de um tempo volta à
emoção, o desejo de fazer outro gol e de repente a bola bate na trave. Só se
ouvem os suspiros: “Uuuuuuuuh!” Quando o jogo acaba quase anoitecendo todos vão
embora a espera de no outro dia voltar para uma próxima partida.
Vânia Ferreira. O gênero Crônica. Olimpíada de
Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro, 4ª edição. Turma: 9º B (tarde). Prof.
Francisco Antônio de Paula Gregório. EMEF. Francisco Sales de Carvalho, Jijoca
de Jericoacoara, Julho/2014.