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01) FÁBULAS
A borboleta e a abelha
Era uma vez uma linda borboleta, que
vivia com seus pais na floresta do Encanto. Ela que não tinha papo na língua,
um dia perguntou a seu progenitor:
__ Pai, por que nós, borboletas, não
podemos ser amigas das abelhas? Indagou a borboletinha.
__ As abelhas têm ferrão e pode querer
picá-las – respondeu o pai.
No dia seguinte a linda e mimosa Florisbela
ouviu um grito distante, o qual pedia socorro, de imediato saiu como quem não
queria nada, não mencionou nada a seus pais e, logo saiu correndo; no princípio
procurou, procurou até que encontrou a vítima que clamava por ajuda:
__ Ah, é você a criaturinha que
bradava por auxílio? Perguntou Florisbela.
__ Sim, sou eu – disse a abelha Zezé.
__ Ah, pois eu não vou lhe ajudar!
Exclamou a borboletinha.
__ Por que Florisbela, não mereço sua
compaixão?! Perguntou a abelha com voz esbravecida.
__ Meu pai me falou que vocês têm
ferrões e pode nos picar – afirmou a borboleta com muita convicção.
A abelha ouvindo aquilo ficou triste e
de repente falou:
__ Temos ferrões sim, mas picamos quem
nos fazem mal. Por exemplo, quem destrói nossas colméias e perturba nosso
habitat natural. Agora, você me ajuda?
Ela pediu educadamente.
__ Vou lhe dar uma mãozinha, mas quero alertá-la, você nunca pode me picar. A borboletinha retrucou.
__ Não se preocupe, não vou lhe picar
nunca! Exclamou Zezé.
E assim a borboleta salvou a abelha do
emaranhado de linhas. Esta agradecida pela atitude de Florisbela prometeu ser sua
amiga de verdade.
__ Tudo o que você precisar, eu estarei
pronta pra ajudar no que der e vier – confirmou a abelhinha gentilmente.
A borboleta de imediato murmurou:
__ Nunca vou precisar de você! Porque
somos de espécies diferentes.
A jovem abelhinha saiu de cabeça
baixa, devido às duras palavras que ouviu.
Chegando a sua casinha seu pai, sua
mãe a esperava com suas maletinhas prontas e, logo foi dizendo: “Por sua
desobediência você vai passar um tempo com seu avô, ele reside do outro lado do
Atlântico, em terras estrangeiras.”
A abelhinha sabendo do acontecido, deu
abrigo, casa, comida, carinho e amor para ela. E ainda disse que seriam amigas
para sempre.
Maria Vilani de Sousa
Moral: Não tire conclusões precipitadas das
pessoas, sem antes conhecê- las.
O cão e o gato
O gato Mimoso não saía
de sua casinha, só vivia escondido com medo de um vira-lata, que morava em seu
vilarejo, e era o mandante daquele lugar. E o cachorro se considerava o mais
forte e valentão do pedaço. Odiava os gatos. Qualquer um que aparecesse em sua
frente seria estraçalhado e entregue aos outros cães. Por isso aquele lugarejo
não proporcionava mais paz para os coitadinhos dos gatos.
Um dia apareceu um
gatão forte e robusto que todos os cães temiam. E essa notícia se espalhou por
toda a vila, chegando assim aos ouvidos do canzarrão, que ficou enfurecido e
marcou um duelo com o gato.
__ Ah! É você o cão
valentão? Que vem amedrontando meus amigos? Impedindo dos pobres coitados
viverem sua vida? Perguntou o gato com voz firme.
__ Sou eu mesmo!
Respondeu o cão.
__ Quem és tu? De onde
tu saíste com tamanha audácia? Não tens medo de morrer com tal atrevimento?
Retrucou-o com voz brava.
O duelo começou entre
ambos. Toda a vila estava presente: gatos e cães.
O grande e valente cão
começou a apanhar. E seu adversário percebendo que a luta estava chegando ao
final, perguntou:
__ Pede arria? Ou
pretende ir até a morte?
Já todo ensangüentado e
estraçalhado o valentão pede arria, dizendo:
__Hoje minha honra
caiu. Sei que não me considero valente,
mas um simples vira-lata morador de rua.
As coisas naquela vila
voltaram a ser como antes. Hoje todos os gatos e cães são amigos. O gatão
robusto e forte foi coroado o rei do vilarejo, e aplaudidos por todos.
Seu reinado foi longo e
seus antecedentes continuaram com a paz e sossego de todos.
Maria Vilani de Sousa
Moral: Quem procura, acha.
A garça e a mãe da lua
A mãe da Lua era
amiga da Garça. Um dia, ela a convidou para comerem juntas, mas a jovem garça
dispensou seu convite. Logo porque ela trabalhava muito.
Dona
Urutau vendo que sua amiga garça não parava um instante, chegou então a dizer:
__
Nossa, você trabalha muito! Não para nem um momento para comer?
__
Procuro comer nas pequenas folgas do serviço – retrucou a ave.
__ E
enquanto a você Dona Urutau, o que é que faz? Perguntou sua amiga.
__
Ah! Boa pergunta. Eu procuro me disfarçar como as árvores para mim proteger dos
meus predadores. E nas oportunidades livres
tento comer bem. Afirmou com muita convicção à senhora Urutau.
A
garça se decidiu ir almoçar com ela. Levou-a para um lugar bonito e perfumado.
Um instante teve que saí para fazer suas necessidades. Nesse momento, Dona
Urutau pega a bacia que está na mesa com toda a comida, de uma só bocada a
engole. A garcinha que tudo ver se envergonha e promete nunca mais voltar lá.
A
mãe da Lua satisfeita e de barriga cheia virou um pássaro e até hoje canta: “Garça! Garça! Você se foi e nunca mais voltou.”
José Denílson de Sousa dos
Santos
O macaco e a onça
O macaco querendo
ser esperto, armou uma para pegar a onça.
__ Oi, comadre
Onça! Você sabia que está vindo uma forte tempestade e só escapa quem se
amarrar no tronco desta árvore?
__ É mesmo
compadre, macaco? Eu já vou me amarrar pra ver se eu escapo.
A onça correu para
o tronco e foi logo se amarrando. De repente passou a raposa e viu a onça toda
amarrada, soltou uma risada e perguntou:
__ O que você faz
aí toda amarrada?
__ Ora, o amigo
macaco me disse que vinha uma grande tempestade por aí, como eu não sou boba,
tentei logo de mim proteger.
__ Que história essa?
Aonde foi que se viu tempestade em pleno verão? Indagou a raposa.
__ Ah! Então o
compadre macaco me enganou? Deixa-o, que a batatinha dele vai assar.
O macaco nessa
hora ia passando e a onça como quem não queria nada falou:
__ Compadre
macaco, você nem acredita que a colega raposa está dando banana para a
bicharada?
O macaco muito
animado respondeu:
__ É mesmo,
companheira onça? Então já vou buscar as minhas.
Chegando lá, ele
viu muita banana em cima da árvore. Subiu correndo para pegá-las. Só que ele
nem imaginou que era coisa da onça. Assim ela se vingaria da mentira que ele
havia inventado para ela. Pegando nas
bananas logo se grudou e, passou três dias grudados, sem comer e nem beber.
Dona onça passava
por lá e o coitadinho do macaco clamava por socorro, mas sua amiga se aproximou
e falou baixinho em seu ouvido:
__ Termine de
comer suas bananas, só depois eu o tiro.
Desde aquele dia o
macaco jamais quis enganar a onça.
José Denílson de Sousa dos Santos
O lobo e a ovelha
Era
uma vez um lobo que se chamava Lelé e gostava sempre de prosear com a ovelha.
Ambos moravam num bosque, mas bebiam no lindo lago azul.
Um
dia Lalá, a ovelhinha, levou o lobo para ver sua casinha. E ele ficou
maravilhado com o seu pomar.
Lelé
falou assim para a ovelha:
__
Este lugar é ótimo! E amanhã vou vim construir minha casa aqui. Você me cede um
pedaço deste terreno?
__
Claro, não tenha dúvida. Darei com maior prazer. Respondeu Lalá.
No
dia seguinte, o lobo começou a construir seu casebre. Convidou seus amigos: o
urso, o elefante, a girafa e outros bichos.
À
noite, enquanto a pobre ovelhinha dormia com seus filhotes, o lobo com bastante
fome pegou um de seus filhinhos.
No
outro dia a coitada preocupada com sua filhota, resolveu sair mata afora,
procurando-a entre todos. Mas não a encontrou. O lobo para consolá-la chegou a
dizer:
__
Seja forte minha amiga! Porque sua filhinha, suponho que algum bicho a devorou.
A
ovelha desconfiada do lobo falou para ele:
__
Meu caro amigo Lelé, hoje à noite convidei dois cães para vim proteger minha
casa e pegar esse maldito bicho.
O
lobo tentou tapear os cachorros, colocou dormideira na água dos animais e eles
só acordaram no outro dia. Sem pensar no que fazer Lalá, a ovelhinha, tratou de
armar uma armadilha e só assim pegaria quem estava comendo suas queridas filhinhas.
O
lobo sem saber desta armadilha na hora que foi dar o golpe mortal na última que
ainda restava, caiu dentro do buraco, e no outro dia foi descoberto quem estava
destruindo as ovelhas.
O
lobo, Lelé, foi condenado pelo rei leão e mandado para uma prisão que fica no
Oceano Pacífico.
Só
assim a floresta voltou a reinar a paz.
Moral: Quem se aproveita da
ingenuidade dos outros, acaba se ferindo.
A abelha e a flor
Era
época de primavera, numa manhã de sábado, mal o sol havia apontado no
horizonte, os pássaros, os insetos e toda a bicharada ainda dormiam; mas uma
linda abelhinha voava baixinho sugando o néctar das flores. Era seu hábito
acordar cedo e brincar no matagal, tomar um banho de sol antes que todos os
outros bichos levantassem. Acabou parando em cima de uma triste flor que
imediatamente pediu para que ela saísse de cima dela.
E
ainda falou esbravecida:
__
Apesar de eu está com sérios problemas e você ainda vem me perturbar?
A
jovem abelhinha assustada se desculpou:
__
Eu não queria perturbá-la, por favor, me perdoe. Não era o meu mérito
ofendê-la. E muito menos magoá-la.
__Tudo
bem, sou eu a culpada! E por eu está triste acabo descarregando meus problemas
em cima de quem não merece. Disse a flor se redimindo.
__
Mas qual é o problema de sua tristeza? Se você é tão bela e elegante? Perguntou
a abelha.
__
Por eu não ter uma amiga. Por sentir-se só e desprotegida contra a voracidade
do homem. Respondeu à jovem flor.
__
Ah! Agora não precisa disso, pois você arranjou uma amiga, eu. Disse a abelha
com voz firme.
__
Obrigada! Já me sinto alegre – falou a flor.
Então
as duas amigas quase passaram o dia brincando. E todos os dias elas se
encontravam no rio das águas claras.
Moral:
Fazer o bem sem olhar a quem.
A girafa e o tatu
Era
uma vez uma girafa que era bem grande e toda pintadinha. Um dia andando pela mata
a pobre girafa caiu dentro de um buraco, sem poder sair, começou a gritar:
__ Socorro! Socorro! Quem pode me
ajudar?
Um
pequeno tatu que gostava de passar por aquele lugar, nessa hora ia passando. E acabou
ouvindo os apelos da pobre girafa.
Chegando
onde estava foi logo perguntando: “O que aconteceu? Por que você está no
buraco?”
__
Eu comia distraída, quando de repente tropecei e caí nesse buraco. E agora não
consigo sair – respondeu a girafinha.
__
Tudo bem. Não se preocupe. Tenha calma, vou conseguir mais ajuda para retirar
você daí. Assim disse o tatu.
O
tatu convidou vários animais, principalmente aqueles que tinham força para
poder tirá-la do abismo.
A
girafa saiu do buraco e ficou grata pela ajuda do tatu e dos outros animais. E antes
de voltar para casa ela falou assim:
__
Um dia que você ou qualquer animal desta floresta ou de outras do mundo precisar
de mim, eu estarei pronta para servi-los.
E
assim se despediu do tatu e foi embora.
Moral: Nunca deixe na mão, quem precisa de você.
O caracol, sua garota e seu lar
Um
caracol estava andando pelo bosque quando de repente avistou um casal de
pombos. Eles estavam conversando a respeito de sua casa. Ambos estavam trocando
idéias, isto é, planejando como seria sua casinha.
O
caracol que também passava por lá resolveu participar desse assunto. O pombo
perguntou ao caracol:
__
Você já pensou como será sua casa?
__
Vou pensar como vai ser. Será linda com certeza! Exclamou o caracol.
Enquanto
isso Melina passava por ali. E ao vê-la nosso amigo caracol se apaixonou.
Pensou-o: “Encontrei a mulher da minha vida, não posso deixá-la escapar”. Aproximou-se dela e perguntou:
__
Quem és tu? Para onde vais tão elegantemente?
__
Estou passeando – respondeu ela.
__
Quem és tu? O que faz por aqui? Indagou sem mais demora.
__
Eu sou um jovem a procura de um amor, de alguém que me der uma chance para ser
feliz e corresponder da mesma forma. Respondeu elegantemente.
__
Aceita sair comigo? Perguntou o caracol.
__
Sim, você é um jovem cavalheiro. Como você hoje tem pouco. Disse ela
cortejando-o.
__
Obrigado pelo seu elogio! Então vamos? Convidou-o.
Na
noite seguinte, eles saíram para um baile que ia ter na casa de sua prima. Divertiram-se
muito. Dançaram, beberam e namoraram bastante. Foi uma noite inesquecível!
Mas
no outro dia ela foi embora, logo seus pais moravam na terra do além, um lugar
distante e maravilhoso.
Ele
soube pela boca dos pombos que sua amada havia ido embora. Foi uma viagem de
repente, não teve como se despedir dele. Teve grande tristeza, pois sabia que
nunca mais a veria, mas se conformou.
Ela
até hoje ainda pensa no caracol.
Moral: Não tenho tudo que
amo, mas amo tudo que tenho.